Dia 11 • Pesadelos

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ERA FIM DE TARDE e estava um calor imenso. Era verão, e eu estava namorando com o Parker na época.

Marcamos de nos encontrar na sua casa para "assistir" um filme romântico na Netflix e eu acho que todos sabem como poderia terminar.

Eu não queria perder a minha virgindade naquele dia, mas queria perder com o Parker, mas não naquele dia.

Quando cheguei na sua casa naquele dia, ele não elogiou o meu vestido preto florido e nem as minhas sandálias da Gucci que recebi de presente pelas notas altas que eu tinha conseguido nas últimas provas que eu tinha realizado na escola.

O seu olhar estava vago, até melhor, sombrio. Parker não era de ficar daquele jeito, nunca tinha conhecido esse lado dele.

Nos sentamos na sua cama de casal que estava no centro do seu quarto com paredes azul-escuro e tinha posters de filmes de acção, algumas imagens de miúdas de biquíni e várias figuras de Lego pelo quarto.

Acho que desperdiçamos mais de trinta minutos rejeitando cada filme que aparecia na TV enquanto rolavamos as opções na Netflix.

Ele já tinha preparado pipocas com manteiga diet e Coca-Cola zero pois já sabia dos meus gostos e hábitos.

Parker acabou selecionando 365 Dias e durante o filme todo, a cada cena de sexo, ele procurava me atiçar ou algo do gênero. Chegou até a sussurar no meu ouvido de uma maneira nada normal:

— Queres mais alguma coisa?

Num primeiro momento me arrepiei com aquilo, mas já tínhamos tido uma conversa em quem eu não faria sexo com ele sem ser o momento perfeito.

— Sim, eu quero — respondi friamente. — Quero que você tire a porra desse filme e coloque uma animação no Disney+.

O loiro arregalou os olhos e me olhou confuso, mas eu não mudei o meu semblante e ele acabou por trocar de Streaming.

Colocou uma produção animada do Tim Burton e saiu do seu quarto. Assisti o filme sozinha e quando acabou, eu fui procurá-lo no andar de baixo.

Ao chegar a cozinha, que só era separada da sala por um balcão de madeira-escura, encontrei-o de costas para mim, ouvindo uma música do One Direction e tirando a pizza do forno.

— Por que me deixou sozinha, Thompson? — Eu perguntei e ele olhou pra trás, com uma expressão nada boa.

— Nada — disse rispidamente e colocou um prato com uma fatia de pizza na minha frente, juntamente com o refrigerante.

— Não foi o que me pareceu — eu rebati e ouvi deixar cair o garfo no chão e ao invés de apanha-lo, ele chutou pra longe.

— Podes parar de falar?! — Gritou e eu dei três passos pra trás assustada.

O seu rosto estava vermelho e o lábio inferior estava sangrando na ponta. Aquela sua versão me deixou assustada.

— Desculpa, eu... Me...

— Cala-te! — Parker gritou, e por um momento vi o prato ser lançado no chão e despedaçar-se aos mil bocadinhos.

Aí eu tive certeza que eu deveria ir embora para casa.

— Acho melhor eu ir embora — falei nervosa e ele abanou a cabeça positivamente.

— É melhor mesmo. Suma daqui! — Parker gritou, apontando pra a porta e eu baixei a minha cabeça, mas me lembrei que não deixava ninguém de deixar pra baixo.

Trinta Dias Para Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora