22 • A Maravilhosa Miúda do Cabelo Azul

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SRA. WALKER ME ODIAVA E TINHA TODA A RAZÃO SOBRE ISSO. Mas eu tinha que contar e nem louca eu guardaria o segredo para sempre. Mas ela tinha que entender que não foi decisão minha ser daquela forma, mas sim, dos seus pais biológicos.

Ninguém se atreveu a falar comigo, até Matthew, o intrometido, apenas me encarou e abanou a cabeça em decepção. Todo mundo parecia estar contra mim. Eu estava nem aí com eles.

Porque sério, não havia motivo plausível para toda aquela zanga. Demorei contar? Sim, mas uma hora ou outra tudo aquilo viria a tona.

Nem me levantei para ir a escola e Sra. Walker nem pareceu se importar. Quando já eram sete e meia, pude escutar o som do ronco do motor do carro de Dylan e quando dei um pulo até a janela, vi o Jeep desaparecendo do meu campo de visão.

Bufei e me permiti deslizar até o chão contra a parede. Merda. Nem se deram ao trabalho de verem o meu estado emocional. Pois eu suportei tudo, guardei esse segredo com afinco, para protegê-los a todos, mas era dessa forma que eu era retribuída.

Meu celular apitou e quando eu vi o nome de Gregory no visor consegui sentir um pingo de alegria. Atendi a ligação e logo fui inundada pela sua voz.

— Oi, Stephanie! Fiquei sabendo do segredo que você contou ontem — Gregory disse e eu revirei os olhos. — Mas quero saber se você está bem com isso tudo.

Aquilo sim, me fez relaxar.

— Eu nem sei como estou, Gregory. Eu acho que estou confusa. Me culpo, mas depois me coloco como a vítima. Eu não sei mesmo, Gregory — contei soluçando. — E ninguém quer saber de mim nessa casa. Até parece que fui eu quem cometeu um grande crime.

Pude sentir o choro novamente, mas fiz um exercício que aprendi com a minha sobre controlar a respiração e ficar estável.

— Você não é culpada, Steph — Greg falou. — Você apenas foi intermediária nisso tudo. Bem, o Dylan está chegando, falamos na escola.

— Eu não vou a escola. E Dylan deve estar pouco se lixando porque nem se deu ao trabalho de vir me ver — contei.

Não houve mais nada após isso. Foi um silêncio totalmente inconveniente que ficou instalado até que a ligação foi encerrada. Simples assim, num ato estúpido, Gregory Peterson encerrou a nossa chamada sem nem mesmo se despedir.

Quis ligar para a Emily, mas nada daquilo valeria a pena. Essa hora ela devia estar no seu carro com o seu namorado escutando Jungkook ou ouvindo um áudio-livro de uma fanfic de One Piece.

Eu estava sozinha. Estava por mim mesma, ninguém estava se importando comigo naquele momento.

Levantei-me do chão e decidi tomar um banho. Demorei um bom tempo decidindo se usaria o sabonete de limão ou o de cereja. Spoiler: usei o neutro.

Quando entrei no quarto novamente apenas de toalha, me assustei com a presença de Gregory sentado em minha cama e com um violão na mão.

Primeiro de tudo, eu gritei de susto, depois, gritei de alegria.

— Ursinho! Você não devia estar na escola? — Questionei, abrindo o meu guarda-roupa.

— Eu não ia conseguir ir na escola sabendo que você está toda para baixo, Steph.

Senti o meu peito aquecer de felicidade e quase que rodopiei com as mãos no peito de tamanha alegria. Mas me foquei em procurar uma blusa decente e calções para vestir.

Peguei as minhas roupas e coloquei por cima da cama.

— Vire-se, eu quero me vestir — pedi e ele assentiu e virou-se para o lado oposto.

Trinta Dias Para Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora