21 • (Des)Segredo

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E QUE TAL SE VOCÊ CONTASSE TODOS OS SEGREDOS?

Essa mensagem da Emily fez meu estômago revirar enquanto eu tomava café da manhã antes de ir para a escola. Eu tinha acabado de contar a ela sobre o beijo de ontem, as palavras do Gregory e meu ato de coragem quando ela sugeriu isso.

A mensagem não me abalou apenas pelo fato de ela ter sugerido que eu contasse a verdade para o Greg, mas também pela questão da paternidade da Sra. Walker. Eu tinha guardado esse segredo no fundo da gaveta e tentado esquecê-lo, mas naquele momento, com uma colher de pudim na boca, senti que armazenar essa informação só para mim seria outro erro.

Mas como eu poderia revelar uma bomba dessas?

"Oi mãe, na verdade eu sou a Molly, uma garota morta que assumiu o corpo da sua filha, e na verdade você é filha do Sr. Rupert."

Jamais!

Eu precisava encontrar uma forma de contar aquele segredo sem revelar o meu próprio.

— Esse pudim está quase ganhando vida na colher — Matthew resmungou, e eu deixei a colher cair na mesa. O pudim escapou da minha boca e caiu na tigela de Mason, que me encarou com os olhos estreitados enquanto eu sorria nervosamente para ele.

— Desculpa, Mason — eu pedi. Ele revirou os olhos, pegou a tigela e jogou tudo no lixo.

Não consegui continuar a minha refeição e desliguei o celular para tentar manter foco noutra coisa.

Não me vejam como a protagonista dos filmes de fake dating que mente a cada segundo para todo mundo para manter a sua farsa.

Sim, eu era uma farsa, para Greg, para os Ratos de Academia e quase todos da escola e de casa, menos o Matthew e a Emily.

Meio que imagino Gregory gritando palavrões para mim, dizendo que eu fiquei lunática e perere da cabeça. Terminaria o que ainda não existe comigo e me mandaria para casa chorando.

Eu ia contestar, mas o meu coração estaria ferido e destruído. Depois eu iria para casa onde todo mundo possivelmente já estaria sabendo do segredo porque Greg desabafou tudo com o melhor amigo, o Dylan, e meio que está todo mundo pensando que eu devia dar uma visitinha ao psiquiatra do bairro, onde eu o transformaria e deixaria ele com a Make Over pronta e de milhões.

— Stephanie! — Dylan falou alto e eu dei um pulo de susto. — Em que merda você estava pensando?

— Er... Nada de interessante — dei um sorriso amarelo. — Você já pensou em quão bom seria um... — "um" O quê Molly? — um vídeo de performances ao vivo do álbum! — Gritei e ele arregalou os olhos e assentiu.

— Você está viajando na maionese por causa disso? — O seu jeito de pronunciar a ultima palavra foi como se a performance e etecetra não valesse para nada. — Até que é uma ideia boa, mas você é apenas a designer da banda, já basta a Emily dando ordem.

Concordei com ele levantei-me da cadeira. Deixei a minha tigela no lava-louças e saí com ele até a garagem.

— Bom dia, Stephanie! — Gritou o Sr. Rupert e eu lancei-me no chão, me escondendo atrás de um arbusto.

Dylan olhou-me com desdém e eu acenei para ele nervosa.

— O que está acontecendo com você? — Dylan questionou e eu fiz um sinal com a mão dizendo que estava tudo bem. — Não, não está nada bem.

— Pelos vistos você acabou entrando no mundo das drogas como o seu irmão mais velho! Esperava muito mais de você! — Gritou o Sr. Rupert e pude escutar a porta da sua casa ser fechada com certa força bruta.

Trinta Dias Para Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora