Em Bloomsbury

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She loved first. He loved harder.


26 de dezembro de 1824

Conforme a carruagem avançava pelas ruas de Bloomsbury, o silêncio entre Colin e Penélope se tornava quase palpável. A tensão no ar era assombrosa, como uma tempestade prestes a desabar. Colin olhava para a janela da carruagem, parecia que se recusava a olhar nos olhos de Penélope, estava visivelmente irritado. Ela pensou que ele estava agindo como um menino mimado, e ficou furiosa por isso.

– Me diz para entrar, e agora não fala comigo? – vociferou ela.

Colin desvia seu olhar da janela e apenas lança um olhar de desaprovação para ela.

– Dá um tempo, Penélope. Eu preciso pensar. – diz ele passando as mãos no cabelo.

– Pensar em que, Colin? Isso nem mesmo tem a ver com você! – diz Penélope.

– Como não, droga?! – perguntou ele levantando seu tom de voz. – Como não tem a ver comigo, Penélope?! Tem noção do risco que está sofrendo ao escrever isso? – diz não conseguindo fazer nada alám de fitá-la esperando uma resposta. – Sendo essa...pessoa?!

– Ah pelo amor de Deus, você fala como se estivesse falando de outra pessoa. – diz Penélope de forma impaciente

– E como você espera que eu una você à essa megera que escreve a coluna?! – perguntou Colin.

Penélope se vira para Colin, e o fita com olhos que não sabia que tinha. Uma raiva colossal comecou a crescer dentro dela. Como ele ousava a falar dessa maneira de Whistledown? Com ousava a falar dessa maneira DELA?

– Megera? – repetiu Penélope a Colin de forma lenta e incrédula, para ter certeza de que escutara certo.

– Isso mesmo, está ofendida? – o rosto de Penelópe se avermelhou como se todo o ódio que estava sentindo tivesse ido parar em suas bochechas.

– Engraçado, – Colin continua, agora num sorriso sarcástico. – Whistledown... quero dizer, você ataca a todos da cidade, releva segredos a torto e a direito, e agora acha que tem o direito de se sentir ofendida?!

Por mais ódio que Penélope estava, não disse nada. Sentiu-se sentia mal diversas vezes por divulgar tanto em sua coluna, mas era a obra de sua vida, ora! Colin jamais entenderia seus motivos, então apenas cruzou os braços e olhou para fora, enquanto apertava o tecido do seu vestido na falha tentativa de extravasar a raiva que sentia.

– Não vai dizer nada? – pergunta Colin a Penélope.

Ela respira fundo e diz com calma: nada disso muda o fato de que você invadiu minha privacidade, Colin.

Ele, passando a mão pelo cabelo em frustração diz: Eu sei, Penélope, sei que eu não tinha o direito de ler suas coisas, foi um acidente. – fica calado por uns instantes para ver se ela iria dizer algo. – Mas agora não tem volta. O que nós vamos fazer? – pergunta ele em tom de preocupação.

– O que "nós" vamos fazer? – pergunta Penélope confusa enfizando a palavra, com o peito tomado pela raiva.. – Não tem nós, Colin. Só tem eu e o que EU vou fazer com Whistledown. E eu te asseguro que tudo vai continuar perfeitamente como está.

O silêncio e a tensão que se estendia sobre eles já era desconfortável, mas agora o coração de Colin fora rasgado. "Não tem nós"? Se perguntou ele. Um misto de sentimentos o invadiu em questão de segundos, uma onda de raiva o assolou, e logo em seguida surpresa. Como Penélope conseguia ser dura assim? Ou aquela era Whistledown? Ele já não sabia mais.

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⏰ Última atualização: Dec 22, 2023 ⏰

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