Pov Clara
Entramos em sua casa aos beijos. Ela foi me empurrando para o seu quarto e meu medo começou a aumentar.
Já tivemos antes nossa sessão de amassos, mas nunca passou disso. Nem mão boba rolava, mesmo que eu quisesse, mas ela não podia ainda conhecer minha condição. Não antes da minha operação.
- Ei, é melhor eu ir pra ca...casa. – Eu disse tentando segurar minha excitação em tê-la chupando meu pescoço.
-Dorme aqui, vai. Tenho certeza que não se arrependerá. – Helena disse afastando a boca do
Meu pescoço e dando um sorriso de lado.
Meu Deus! Essa morena ainda me mataria do coração.
- Lena, desculpa, eu preciso ir. – Disse tentando sair do seu abraço.
- Está tudo bem? Aconteceu algo? – Ela falou olhando nos meus olhos com preocupação.
Eu não podia perdê-la, ela não. Eu não arriscaria contar a verdade pra ela e ser chutada como da primeira vez.
- Não aconteceu nada, eu só estou um pouco cansada. Amanhã eu te ligo para almoçarmos juntas, pode ser?
- Amanhã terá muita coisa para fazer no escritório, Clara . – Disse com decepção. – Depois nos falamos melhor.
- Ei, não fica assim. Disse me aproximando. - - Eu só estou um pouco cansada. O estúdio estava super movimentado esta última semana.
- Tudo bem.
- Vem aqui pequena. – Disse a dando um abraço apertado.
- Você vai passar o final de semana comigo na casa de Praia da Pocah? – Falou manhosa no meu
Ouvido.
Droga! Se eu dormisse com ela na casa de praia, ela descobriria tudo.
- Eu acho que vou no domingo só, Lena.
- Sério? Por quê não vai na sexta comigo? – Disse chateada.
- É que eu tenho uma sessão de fotos no Sábado cedinho.
Menti! Odiava mentir pra ela.
- Então vai no Sábado depois da sessão de fotos. Bom que podemos dormir juntas. O que eu inventaria agora? – Vamos, Galega.. Disse manhosa. Você leva a Sol. Lumiar vai amar.
-Ok, vou falar com ela e te mando mensagem. – Eu teria que achar uma desculpa durante a semana. -Ebaaa. – Comemorou me dando vários beijos.
Adoro esse jeito dela de criança. Eu definitivamente estou perdidamente apaixonada por essa mulher.
- Você não vai mesmo ficar? – Disse passando o dedo no vão entre os meus seios lambendo o lábio.
- Nã... não po...posso, Lena . Trabalho amanhã, acordo cedo e estou morta de cansada.
- Não pode ou não quer? Joga a real, Clara . – Falou me encarando. – Eu prefiro que seja sincera, do que inventar desculpas. Você sabe que odeio mentiras.
- Claro que quero, Lena . Não fala besteira. – Disse segurando seu rosto entre minhas mãos. – Acredita em mim, pequena. Eu nunca desejei ninguém
Como eu te desejo.
Olhei nos seus olhos tentando transmitir a máxima verdade possível, a minha verdade. Tudo que eu mais queria era dizer que eu a amava, que não podia viver sem ela.
Mas não agora, não sem antes resolver meus problemas.
-Tudo bem, Galega. Acredito em você. – Disse beijando a palma da minha mão. Vamos nos ver só no Sábado então.
-Ou Domingo. Ela baixou o olhar.- Vai depender da sessão do Sábado.
- Ok, boa noitel – Disse me dando um selinho. Eu sabia que ela estava chateada.
-Boa noite, Lena l – Tentei aprofundar o beijo, mas ela hesitou e eu respeitei.
Fui para o carro e ouvi a porta sendo fechada nas minhas costas.
Como que queria amá-la a noite inteira. Estava cada vez mais difícil beijá-la e não tocá-la. Já estávamos saindo já 4 meses e não havia tomado nada, ela deve pensar que não tenho interesse sexual nenhum.
Mal sabe ela que eram necessários dois shorts de compressão e uma calça jeans um pouco larga pra disfarçar minha constante ereção sob seus toques
Maliciosos.
Eu nunca avancei o sinal sobre ela para que ela não tentasse algo mais ousado, mas nada impedia de tocar seus seios e investir no seu pescoço.
De uns dias pra cá estava ficando pior, ela vinha insistindo para que eu dormisse em sua casa e eu sempre arranjava uma desculpa.
Eu só não queria perdê-la. Eu tenho certeza que ela não aceitaria minha situação e me chamaria de aberração como todo mundo me chamava.
Só mais 1 mês e eu seria uma nova mulher, uma mulher de verdade. Sem essa confusão de gênero, sem ser chamada de aberração. Ela não merecia essa Clara .
Eu serei umas nova mulher pra ela.
Pov Helena
Não era a primeira vez que ela me pegava. Já estávamos saindo há 4 meses e nunca rolou nada além de beijos. Será que ela não me desejava tanto quanto eu?
Puxa, foi ela que chegou em mim há 5 meses atrás no restaurante próximo aos nosso trabalhos, foi ela que foi carinhosa, atenciosa e insistente em sair comigo.
Eu não costumava aceitar aproximação de estranhos, mas ela me chamou tanta atenção. Seu olhar foi tão encantador, sua abordagem tão respeitosa.
A primeira vez que nos falamos, ela pediu para sentar na minha mesa por falta de cadeira vazia no restaurante. Óbvio que eu sabia que era mais uma desculpa já que o restaurante tinha o andar de cima enorme, mas ela vinha me observando há tantos dias que não vi problema em aceitar.
Ela estava linda com uma roupa estilo roqueira, disse que era fotógrafa e que trabalhava próximo ao restaurante. Aquilo foi o suficiente para almoçarmos juntas por quase 1 mês antes dela me chamar pra sair.
Ela sempre foi maravilhosa, tratava-me com respeito... até demais,
Mas isso vem se mantendo mesmo já tendo 4 meses que saímos. O máximo que ela já avançou foi no meu peito. Mas logo me pediu desculpas e se despediu.
Eu não sou nenhuma louca ninfomaníaca, mas aquela mulher me fazia sentir coisas que nunca havia. Era desejo misturado com vontade de estar perto, de fazer carinho, de dormir de conchinha, de amar.
Merda, eu estava perdidamente apaixonada por ela. E ela nem desejo tinha por mim.
Fui dormir pensando nisso. Se valia a pena insistir ou desistir antes que eu saísse machucada dessa.