Prólogo - Parte 1

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2 anos atrás...

── Mais que... ── esbravejo aborrecida, enquanto me agacho na rua para recolher o amontoado de papéis caídos sobre o asfalto sujo que deixei que caíssem pelo meu jeito estabanado ── ... merda! Agora vou ter que imprimir tudo outra vez. ── Reúno todos os papéis dentro da pasta transparente novamente e a ponho sobre o braço. Vejo uma última cópia no centro da rua deserta e me apresso em sua direção, sem olhar para os lados. De súbito, ouço uma buzina estridente soar e um farol alto ilumina meu rosto assustado. Fecho os olhos com força, preparando-me para o impacto, e torcendo para que eu só acabe fraturada e não morta (oh, sim, porque nesta velocidade, ao menos uma fratura numa das pernas, ou talvez nas duas, quem sabe eu me transforme em carne moída hoje à noite).

É então que uma mão me agarra pela cintura, guinchando meu corpo com uma força impressionante e me puxa da frente do carro antes que meu lindo rostinho se fragmente em dezenas de pedaços feito um vaso de material barato.

Ofego desesperadamente, curvada sobre o chão de concreto. Minha mente está em disparada, todo meu corpo tremendo como se eu estivesse convulsionando. Olho para cima quando escuto o barulho de um freio sendo acionado no último instante, o carro da a ré e o vidro do carona se abaixa, e em seguida uma mão segurando um revólver surge e aponta diretamente para minha cabeça. Um disparo soa e uma mão de metal oculta minha visão, impedindo que os tiros me acertem. Na sequência, o homem  me segura pela blusa, quase arrancando-a com a pressão bruta com que me tira do chão, e me joga para trás de seu corpo numa postura defensiva. Ele avança para o carro e arranca a porta com a mesma facilidade com que eu teria aberto um pote de iogurte. Minha boca se curva num perfeito "ooh", e o homem esbofeteia o homem armado numa velocidade sobrenatural. Igualmente há uma máquina de destruição, ele avança para o próximo, e bate tantas vezes a cabeça deste que penso que não há como o desgraçado ter sobrevivido.

O homem se vira para mim, e seus profundos olhos escuros me encaram com ávida determinação. ── Você está bem? ── Ele me examina rapidamente. Tamanho o choque, meus lábios não conseguem articular palavra alguma, então somente balanço a cabeça em afirmativa.

── Tudo bem ── ele me segura pela mão e me ajuda a levantar. ── Temos de ir agora! Mais deles virão!

── Mais deles quem? Quem está vindo? ── Encontro minha voz. Ouço-me falar num tom estridente e assustado. O homem parece-me familiar, porém não consigo desvendar de onde poderia conhecê-lo.

── Seu nome é Abigail Devereaux, certo? ── Ele me questiona, e eu assinto.

── Como...? ── começo a perguntar porém ele me interrompe.

── Isso não importa. Tudo o que deve saber, Senhorita Devereaux, é que morrerá se não fizer o que digo. ── Ele não espera que eu o responda. Meu salvador me empurra pela rua sem delicadeza, fazendo-me correr. Meus pés parecem feitos de gelatina, e tropeço à cada dois passos. ── Meu nome é Bucky Barnes, sou um agente da S.H.I.E.L.D enviado para mantê-la segura.

── O quê?

── Meu nome é Bucky Bar...

── Eu entendi dá primeira vez, cara. Quero dizer, o que a S.H.I.E.L.D tem haver com tudo isso? Por que enviaram alguém para me proteger? Por que aqueles homens tentaram me matar? O que diabos está acontecendo? ── Paro de correr e estou quase enfiando meu dedo indicativo no nariz do homem.

Ele me olha com confusão, como se fosse eu dizendo abobrinhas. Tudo bem, Abby, você merece isso! Quem mandou tentar se aliar com estes malucos de carteirinha. Mas, o que eu fiz para tentarem me matar tão abertamente? Há não ser que... Não... Não... Não...

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