O estrondo da explosão ecoa como um trovão, fazendo-me sentir como se o mundo estivesse desabando ao nosso redor. Sinto a pressão da porta sendo arrancada de cima de nós, e instantaneamente planto meus pés no chão, usando toda a minha força para nos manter firmemente ancorados e impedir que sejamos levados junto com ela. Minha determinação é inabalável, e cada fibra do meu ser está concentrada em proteger o motorista vulnerável sob meu corpo.
O calor intenso e o odor pungente da fumaça nos envolvem, queimando nossos corpos e tornando a dor quase insuportável. Eu me sinto arder em agonia, mas mantenho minha posição protetora sobre o motorista, desesperada para protegê-lo a qualquer custo. Graças à sua estrutura mais magra, consigo cobrir quase que por completo seu corpo com o meu, oferecendo-lhe uma camada adicional de proteção contra as chamas vorazes.
Apesar da dor excruciante, a percepção dos gritos do motorista me traz um alívio momentâneo. Se ele está gritando, significa que ainda está vivo, e isso é um sinal de esperança em meio ao caos.
Sinto-me sendo retirada de cima do motorista com violência. Cada fibra do meu ser arde de dor, e uma sensação de choque me atinge ao perceber que estou carbonizada, meu corpo marcado pelas chamas, mas ainda assim viva.
O rosto de Bucky surge diante de mim, seus olhos refletindo o terror que sinto em meu âmago. Ele me pergunta se estou viva, mas, mesmo que quisesse, não consigo responder. Minhas cordas vocais parecem estar em silêncio, danificadas pelo calor abrasador que acabamos de enfrentar.
Mesmo com a voz da dor ecoando em meu ser, as palavras reconfortantes de Bucky parecem distantes, abafadas pela intensidade da agonia que me consome. Ao longe, o som das ambulâncias se aproxima, mas eu mal consigo reunir forças para reagir.
Com o corpo tomado pelo sofrimento, minha mente parece desligar-se gradualmente, como se incapaz de suportar o peso da dor insuportável. Sinto-me sendo envolvida por uma escuridão acolhedora, enquanto meu corpo sucumbe à exaustão e ao desejo de escapar do sofrimento.
Ao despertar, sou envolvida por uma sensação de alívio ao perceber que a dor que me consumia desapareceu. Lentamente, abro os olhos, observando o teto do que parece ser um quarto de hospital. Uma cautela instintiva me mantém imóvel por alguns instantes, temendo que qualquer movimento possa trazer de volta a dor excruciante que experimentei. No entanto, uma parte do meu cérebro reconhece que a dor já não está presente, pois estou completamente curada.
Ao mover meu olhar para o lado, deparo-me com Peter, sentado na cadeira ao lado da cama. Ele está adormecido, com a mão apoiada sob o queixo e o cabelo levemente despenteado.
Um suspiro de alívio escapa dos meus lábios enquanto percorro minhas mãos pela minha pele, não encontrando nenhum sinal de queimadura, apenas a suavidade da pele íntegra e sem bolhas.
Observo ao redor, na expectativa de avistar Bucky, porém, só encontro a enfermaria da S.H.I.E.L.D deserta, à exceção de mim e de Peter. Com cautela, ergo-me, notando que estou envolta apenas por uma camisola hospitalar imensa e rídicula, daquelas que se prendem atrás. Aproximo-me de Peter e, com delicadeza, começo a cutucá-lo até que finalmente ele acorde.
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PROJECT 101
FanfictionAbigail Leclerc Devereaux ou apenas Abby para os amigos Meu nome é Abigail Leclerc Devereaux, mas você pode me chamar de Abby. Sou uma cientista apaixonada pela busca do desconhecido, e minha vida sempre foi guiada pela curiosidade insaciável. Nasc...