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"We could've had it all"

"We could've had it all"

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16 de junho de 2022

Era lindo olhar a forma como a Aurora estava radiante escolhendo roupas e brinquedos para o primogênito. E saber que Téo iria ser meu afilhado me deixava com o coração ainda mais quentinho observando-a fazer isso.

Estávamos há horas na sessão infantil da loja e eram tantas opções lindas e fofas, que a vontade era de comprar a loja inteira.

Não deixávamos de fazer planos ao pegarmos as roupas: "Ah, essa vai ser perfeita pro Natal", "E essa ele vai usar quando for pra primeira consulta com sua pediatra", "Olha essa! Ele vai ficar lindo usando essa no dia do aniversário do papai, inclusive, eu vi uma camisa igual na sessão masculina, tenho que comprar pro Javi usar junto".

- "Sofi, meu Téo vai ser o mais bem vestido com esse terno aqui na sua formatura' - Aurora se anima, pegando um terno que cabe no Benício, não num recém-nascido.

- "Aura, eu só vou me formar daqui uns 4 anos e meio. Calma" - falo rindo da sua euforia em comprar tudo que vê pela frente.

- "Esse terninho aqui vai ser pro seu casamento e do meu irmão" - pega um terno menor, para uma criança de 2 anos e eu coro violentamente.

- "Casamento?" - rio de nervosismo.

- "Por ele vocês já estavam de aliança no anelar esquerdo, morando juntos e a espera de um filho pra fazer companhia pro meu Téo" - fala com naturalidade, sem notar meu rosto vermelho de vergonha.

Mas tenho que admitir que a fala da Aurora me fez sonhar acordada com essa vida de casada com o Pablo. Ele sempre disse que queria ter 2 filhos como os pais, morar numa casa que tivesse piscina e um campo de futebol, e recentemente comentou comigo que o quintal tinha que ser ainda maior do que ele imaginava para acomodar os milhões de cachorros e gatos que ele disse que eu iria adotar.

- "Tudo no seu tempo, Aura. Primeiro quero me formar e ter uma vida estabelecida. Depois, pensar seriamente em casamento" - a mais velha me olha por segundos sem expressão, depois sorri.

- "Sempre admirei seu foco, Sofi. Sou grata por ser você a dona do coração do meu irmão".

Passamos o resto do dia fora. Fazia tempo que Aurora e eu não saímos a sós e eu estava com saudade disso.

Era quase 20:00 quando decidimos voltar para casa. Javi que foi nos buscar, mas tinha algo estranho na forma que ele me olhava. O moreno estava tenso e isso era notório.

- "Aconteceu alguma coisa, meu amor?" - Aurora parece notar o mesmo que eu.

Ele balança a cabeça positivamente, olhando de novo para mim.

- "O que?" - indago, curiosa.

Observo sua boca abrindo para me responder, mas fecha ela em seguida. Olhando para o chão e negando.

Paper Rings | Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora