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24 de dezembro de 2022

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24 de dezembro de 2022

Quando bati o olho na loja de brinquedos e lembrei de sua pequena obsessão pelo Homem-Aranha, não olhei mais nada, pois estava convencida que meu irmão iria amar a fantasia do seu super-herói favorito.

E estava certa.

"Eu quero colocar" — escutei meu irmão pedir pela décima vez desde que abriu o presente que lhe dei.

"Bê, você tá todo arrumadinho agora. Deixa o povo chegar e a gente tirar foto que eu prometo que coloco" — arrumo sua calça.

"Tá bom" — fala com um biquinho fofo, cruzando os braços.

Solto uma risada e lhe deixo um beijo na bochecha, colocando a fantasia em cima da sua cama e o puxando comigo até a sala, onde nossos pais estavam sentados no sofá assistindo um filme natalino.

"Não acredito que você não esperou dar meia-noite para entregar o presente para ele" — meu pai estreita os olhos com um leve sorriso de canto.

Ele estava zombando de mim, pois eu havia dito que não iria ceder aos pedidos do Benício de abrir logo o seu presente.

"Fracassei, pai" — lamento, sentando ao seu lado, e ele ri ainda mais da minha cara.

"Ele ainda tem mais alguns presentes para abrir" — minha mãe fala, tentando animar minha falsa tristeza.

"Eu tô com fome" — meu irmão coloca a mão na barriga e faz uma careta.

"Filho, vamos esperar o pessoal chegar e dar meia-noite para comer" — minha mãe coloca Benício no colo e ajeita um fio rebelde de seu cabelo preto.

Ele joga a cabeça para trás fazendo drama com as duas mãos na barriga.

"Mas vai demorar" — rimos da sua atuação.

— "Vou pegar um copo de suco pra você tapear a fome" — levanto novamente do sofá, indo em direção à cozinha.

Quando pego o copo, escuto a campainha tocar, a porta abrir e em seguida as vozes dos meus amigos e seus familiares tomarem conta da casa.

A fome do Benício agora com certeza vai embora, pois a Manuela estava aqui e esses dois juntos iriam colocar a casa abaixo correndo, pulando e gritando por ela.

"Olá, querida, amiga" — a voz da minha melhor amiga invade o ambiente da cozinha.

É automático as minhas sobrancelhas erguerem e meus olhos estreitarem, quando a vejo com um sorriso amarelo com o braço enlaçado com o do Victor, que sorria do mesmo jeito.

"O que vocês dois aprontaram? Podem falar".

— "Por que você acha que a gente fez algo?" — Victor indaga levando a mão ao coração, fingindo uma indignação.

Paper Rings | Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora