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PRECIOSA LEBLANC

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PRECIOSA LEBLANC

Passo minhas mãos em meus cabelos e afundo minha cabeça no encosto da poltrona. Minha cabeça estava a mil e agitada demais para aquele horário da noite.

Eu não ia conseguir finalizar aquele trabalho e também não iria conseguir dormir. Minha mente só rondava apenas na campanha que se aproximava a cada dia e eu não fazia ideia de quem era a modelo que minhas sócias haviam chamado.

Eu que sempre fui focada no trabalho, me sinto perdida em um dos lugares que se tornou o meu refúgio nos últimos cinco anos.

Eu estava em um conflito interno.

Me levanto da poltrona, amarro o robe na minha cintura e em seguida pego minha xícara de chá e meu celular ao lado, apago a luz do escritório e caminho em direção às portas.

― Ar puro, eu preciso de ar puro. ― digo baixinho. Ando em direção a porta inicial, digito a senha e saio para fora, sentindo o vento gelado entrando em contato com meu rosto.

Fecho os olhos sentindo aquela tranquilidade e a paz invadindo dentro de mim.

Calmo, tudo estava tão calmo.

E isso era muito, muito bom.

Volto a abrir os olhos e caminho em direção a mesa que tinha abaixo de uma árvore. Quando comprei essa casa, optei para ter uma árvore enorme na parte de frente para assim colocar uma mesa e poder tomar café da manhã no ar livre.

Gosto de colecionar memórias com a minha filha. Quero que ela tenha uma infância feliz e divertida, mesmo que as vezes em uma forma inevitável acabamos largando tudo e indo embora.

Coloco a xícara e o celular sobre a mesa, puxo a cadeira anfitriã e me sento, deixando com que o vento nas folhas da árvores fosse o único barulho a ser escutado naquele condomínio. Não tinha medo do silêncio, pelo contrário, depois da dor que foi me causado, eu aprendi a controlar os meus medos e focar nos da minha filha.

Kiraz era o meu refúgio. Era por ela que eu mandava os meus medos embora, meu dever era protegê-la de todos que queiram fazer mal a ela. Não deixaria ninguém chegar perto da minha filha, ninguém além daqueles em que eu confio tinha o poder de tocá-la.

" ― E eles viveram felizes para sempre. ― digo ao finalizar a história, fecho o livro colocando na cômoda ao lado, voltando a olhar para minha filha. ― Agora você fecha os olhos e vai dormir, mocinha. ― falo ao tocar na ponta do seu nariz.

― Mamãe, eles tiveram filhos? ― Kiraz perguntou curiosa, eu ri ao concordar com a cabeça. ― E o marido dela não abandonou ela por causa da criança? ― engulo em cheio com sua pergunta. ― Por que o papai abandonou a gente, Mamãe?

DESCOBRINDO O AMOR ― GUILLERMO VARELAOnde histórias criam vida. Descubra agora