Capítulo 4 - Chocolate quente.

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*POV narradora*

No fim do dia, depois que todos já estavam ensopados, cansados e sentindo um frio insuportável, decidiram voltar para os próprios chalés e tomarem um banho.

Dentro do banheiro do chalé 4, o chuveiro podia ser escutado, enquanto a água quente escorria e encharcava os cabelos castanhos.

A cabeça da garota estava a mil, pensando em milhões de coisas ao mesmo tempo.

A maioria dos meios sangues achava isso insuportável, mas para Maxine essa não era a pior das coisas, quando se tratava dos transtornos que quase todos eles tinham.

Ela sempre conseguiu pensar em várias coisas ao mesmo tempo, chegava a ser estranho, mas o que na vida dela não era?

A água quente parou de cair no instante em que a válvula foi fechada e o frio voltou a se instalar no cômodo.

As roupas perfeitamente dobradas em cima da pia, foram pegas e vestidas.

Uma calça preta, uma blusa verde de manga comprida, a camiseta do acampamento e um moletom "emprestado" do latino.

Quando a porta foi aberta, uma figura pequena apareceu, assustando a garota, que quase caiu.

- Que susto Cardan!

- Desculpa... - O garoto aparentava ter chorando e só agora Maxine parecia ter percebido isso.

- Cardan você tava chorando? - Ele arregalou os olhos.

- Não, eu... Eu... Eu derrubei água no me rosto!

- Olha pra mim. - Ela se abaixou, ficando da altura da criança. - Cardan olha pra mim por favor. - O garoto levantou os olhos que eram escondidos pelos cabelos castanhos, que caiam sobre o mesmo.

- Desculpa...

- Por que está pedindo desculpas?

- Por estar chorando.

- Você não precisa pedir desculpas por isso. - Disse passando as mãos no rosto do garoto, tentando secar as lágrimas.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer. - Um sorriso carinhoso apareceu no rosto dela. - Quer me contar porque estava chorando? - Ele hesitou, mas respondeu.

- Meu pai tinha prometido que íamos passar o natal juntos, mas ele mudou de ideia.

- Por quê?

- Ele disse que está ocupado demais e que não quer que eu cause algum problema e machuque o meu irmão mais novo. - As lágrimas voltaram a escorrer. - Eu só queria ir para casa e que o meu pai se importasse um pouquinho comigo. - Os olhos da garota se arregalaram.

A frase do garoto a atingiu com um flash back.

A lembrança de quando tinha seis anos e foi deixada pelo pai, naquele acampamento que ela ao menos pôde perguntar o nome, antes de ele sumir pela estrada, a deixando sozinha.

E depois de semanas naquele lugar estranho e perigoso, a pequena garotinha desabou de chorar e foi encontrada por uma campista, que naquela época deveria ter a idade de Maxine hoje.

A garota a consolou e a abraçou, um gesto que Maxine nunca tinha recebido até então. E quando a campista perguntou a ela, o por que de estar chorando, ela respondeu quase extamente a mesma coisa.

Os soluços do garoto a tiraram das próprias lembranças.

- Cardan, eu...

- Desculpa estar chorando. - Ela o puxou para mais perto, para o abraçar.

Hot Chocolate, Marshmallows and a Santa's Elf Onde histórias criam vida. Descubra agora