Capítulo 24 - See ya, Dear Family

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S/n Point Of View

Izumi não disse mais nem uma palavra comigo desde nossa última conversa na sacada do hotel. Da minha parte, também não fiz muita questão de iniciar uma nova conversa, ainda um pouco impactada por suas palavras.

Naquela noite, encontrei um bilhete de Izumi sobre meu celular, indicando que ele havia adicionado seu número aos meus contatos, caso eu precisasse — embora eu ache improvável, considerando o tom em que ele estava querendo se expressar.

Retornamos a Covington no dia seguinte, o que significa que em breve não terei mais a oportunidade de ver Izumi ou qualquer membro da família Donovan nos próximos meses.

Confesso que sinto mal pelo Izumi, mas já expressei a ele tudo o que achei necessário.

Após chegarmos na casa da minha avó, todos se dirigiram rapidamente ao banho e se entregaram ao cansaço em suas camas. Enquanto me deitava, uma dor pulsante na cabeça me impedia de pegar no sono. Me reviro na cama, tentando encontrar uma posição confortável apesar da dor insistente, mas sem sucesso.

Sinto que minha cabeça vai explodir...

Estaremos partindo amanhã, retornando à Coréia pelo aeroporto. Nunca poderia ter previsto a quantidade de diversão que teria quando minha avó convidou a mim e meus amigos para esta viagem. Vivi experiências e momentos inéditos que jamais poderia ter imaginado acontecer.

Eventualmente, acabo adormecendo, mesmo com os olhos marejados devido à dor persistente.

Sem que eu ao menos perceba, estou no meio de um pesadelo avassalador. Aparentemente, eu estava em casa. Uma hora eu estava no chão, com a vista embaçada, sentindo algo escorrer pela minha nuca, e quando toquei, pude notar que era sangue; na outra, tudo estava envolto em escuridão.

Eu estava sufocando. Ou afundando. Lutava para emergir, seja lá onde eu estava, mas não conseguia, pois a fraqueza me dominava naquele momento.

Não importa o que eu tentasse, nada parecia surtir efeito. Desistindo, me entreguei à escuridão.

Cenas desconexas passam diante dos meus olhos, como flashes de memórias distorcidas. Sinto-me desorientada, perdida em um labirinto de pensamentos confusos em meio a um sufoco.

De repente, uma luz tênue começa a se insinuar, me guiando através da escuridão. Um brilho fraco, como uma fresta em uma porta entreaberta. Tentei me seguir esse feixe de luz com as pequenas forças que ainda havia em mim, como se fosse a única esperança em meio ao caos.

À medida que me aproximo, uma luz se intensifica quanto mais próxima fico, revelando contornos familiares ao meu redor. A escuridão cede lugar a uma paisagem que, aos poucos, reconheço como parte da minha realidade.

Abro totalmente meus olhos e percebo a presença de Soorim e Hooni ao meu lado, preocupados. Seus rostos expressam alívio ao me verem finalmente acordar. Sinto que a dor na minha cabeça ainda não cessou, então fecho meus olhos com força novamente por um instante.

— S/n! Que susto! Você está bem? Como se sente? — pergunta Soorim, enquanto Hooni me observa com olhos cheios de apreensão.

Ainda atordoada, tento articular palavras, mas a voz sai fraca e trêmula. Hooni segura minha mão com firmeza, transmitindo um conforto silencioso.

Inspiro e expiro com força, até a respiração enfim se estabilizar.

— Estou... bem. Foi... Foi só um pesadelo — cubro meus olhos com as costas da mão, tentando relaxar.

— Você estava gemendo e fazendo expressões de dor enquanto dormia... — diz Hooni, com a voz levemente trêmula.

— U-Uh... Mas, afinal, que horas são?

My Little Suicide - Hooni X Leitora [Suicide Boy]Onde histórias criam vida. Descubra agora