My Little Suicide - Hooni X Leitora [Suicide Boy]

Capítulo 8 - In Fifteen Seconds

Seminua, corro sem parar ao longo do corredor, sem um destino determinado, pois só tenho uma única intenção: fugir. Estou ofegante, minha visão está embaçada por conta das lágrimas que não param de escorrer. Tudo no meu corpo está doendo. 

Acabo chegando em um lugar sem saída. Olho para trás e vejo que ele ainda está se aproximando depressa, nem um pouco feliz por eu ter chutado-o bem nas bolas para escapar dele há alguns momentos atrás.

- NÃO! NÃO VENHA! F-FIQUE LONGE! - Exclamo.

Deus, o que eu fiz para merecer isso?!

Assim que ele chega perto o suficiente, consigo desviar passando por debaixo dele e corro de volta para meu apartamento, trancando a porta atrás de mim. Desabo bem em cima das minhas pernas, colocando ambas mãos no chão. Tento recuperar o fôlego, mas é quase impossível respirar.

De repente, meu coração quase sai pela boca após eu ser surpreendida por fortes porradas na porta. Ele está tentando entrar, e não vai demorar para que ele consiga isso. Me afastei da porta me arrastando pelo chão, encarando-a o tempo todo. Meus batimentos cardíacos estão a mil, estou suando frio, sinto um nó terrível na garganta, uma tremedeira sem fim, e muito sangue... Há sangue para todo o lado.

Em um piscar de olhos, a porta é arrebentada. Ele entrou e começou a se aproximar de mim bem lentamente.

— N-Não... Por favor...! - Minhas lágrimas agora estão descendo com muito mais intensidade enquanto soluço sem parar. Continuo repetindo "não" diversas vezes, até fechar meus olhos com toda minha força, também cobrindo meu rosto com ambos os braços, esperando que ele chegue até mim, aceitando que esse é o meu fim.

Então, sinto sua mão fria no meu calcanhar, em seguida, me puxando para si. Gritei o mais alto que pude, até sentir que a garganta irá se partir, mas ninguém me escutou.

— NÃO! - Acordo de súbito, suando muito - O quê...?

Respiro com muita dificuldade. Ao passar a ponta dos dedos na minha bochecha, sinto algo quente e molhado. São lágrimas, muitas lágrimas.

— Outro pesadelo... — Abraço meu próprio corpo, fechando meus olhos e abaixando a cabeça — Depois daquela carta, ando tendo pesadelos com frequência. Ele não para de me assombrar... Até quando isso vai continuar...?

Me deito novamente, tendo consciência de que ainda não são nem cinco da manhã. Fico tentando confortar a mim mesma por alguns minutos.

Foi só um pesadelo. Foi só um pesadelo. Não precisa se assustar... Você vai ficar bem. Está tudo bem... Sinto sua falta, mamãe.

Sem conseguir segurar mais, choro novamente em silêncio. Esses são os que mais machucam. Meu peito dói sem cessar. Seguro o lençol da cama com força, como se isso fosse, de alguma forma, me ajudar. Os minutos se passaram, e eventualmente acabei pegando no sono.

Na tarde deste mesmo dia, estou tomando um banho quente, pois, por algum motivo, faz frio lá fora. Não há nada mais estranho do que o clima indeciso dessa cidade.

Não sei quantos dias de aulas eu faltei, mas esses pesadelos não param de jeito nenhum... Preciso sair de casa, preciso respirar ar fresco.

Assim que saio do banho, visto umas roupas quentes e, principalmente, um cachecol. Então, saio do meu apartamento. No corredor, vi Soorim e Hooni vindo nessa direção, provavelmente chegando de um rolê depois da escola.

Droga, esqueci de olhar o horário. Eu tinha que esbarrar justo com eles, não é?

Quando Soorim me avistou, ele correu rapidamente até mim, com o cenho franzido. Hooni estava logo atrás dele. Eu não tinha percebido antes, mas Soorim já estava com uma cara preocupada. Ambos estavam, na verdade. Será que estavam falando de mim?