Capítulo 17 - Bang, Bang!

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Aubrey estacionou a moto diante da delegacia, puxou o capacete libertando seus longos cabelos sedosos que dançaram ao vento. Apanhou o celular que vibrava de forma incontrolável e o apoiou contra o rosto.

-Oi mãe.

-Oi querida, como está?

-Tudo bem e a Senhora?

-Tudo ótimo - disse a mãe de forma gentil - você virá para o jantar do seu aniversário amanhã?

Aubrey não respondeu, saltou da moto e caminhou por entre a rajada de vento se perguntando qual desculpa usaria.

-Contratei um chefe italiano, sei que gosta da culinária Italiana.

-Mãe, estou com um caso difícil, acho que não vou poder ir.

-Mas toda a família estará reunida para comemorar o seu aniversário, não pode dar um tempo do seu trabalho?

Aubrey não compreende todo esse interesse de sua mãe em homenageá-la. Por muitos anos Cowell foi a ovelha negra da família, a que deu as costas para a linhagem nobre e seguiu os passos do pobre pai que padeceu em seu ofício. Mas de repente, depois que seus casos ganharam mídia, sua mãe estranhamente se tornou mais presente, com mensagens e ligações inesperadas. Deixando inclusive de fazer uma viagem importante com sua sócia para comemorar o aniversário da filha.

-Vou ver o que posso fazer.

-Te espero lá as 18 horas, não se atrase - a mulher fez uma pausa - te amo filha.

-Também te amo mãe.

A voz saiu embargada, não é todo dia que sua mãe se clara, ela sentia falta disso.

Assim que subiu as escadas foi surpreendida pela secretária.

-Superintende Cowell, sua presença está sendo solicitada no quinto andar - disse a mulher enquanto se aproximava afoita - A criança só quer falar com você.

-Que criança?

-A menina que vocês resgataram.

-Eduarda? - Cowell perguntou.

-Sim.

Aubrey apertou a sobrancelha confusa, mas não questionou, subiu até o quinto andar e adentrou a sala onde a garota estava a sua espera. Eduarda está sentada sob um sofá marrom apoiado a janela, a seu lado a Assistente Social gesticula de forma gentil tentando arrancar algumas palavras da criança que com os olhos presos ao chão se recusa a responder. Ao notar a presença da superintendente, Eduarda levantou o rosto e lançou um olhar de súplica, como se buscasse um porto seguro, alguém que pudesse confiar. Cowell se agachou diante da criança e sorriu.

-Oi, meu nome é Aubrey.

-Oi.

-Está tudo bem?

A criança balançou a cabeça de forma positiva.

-Por quê está triste?

-Não quero ir pra casa.

-Por quê? - Aubrey perguntou já sabendo a resposta.

Ela precisava que a assistente social ouvisse. A criança levantou os olhos e estremeceu. Aubrey virou o corpo e de repente a Seronha Esposito atravessou o umbral da porta furiosa.

-O que estão fazendo com a minha filha?

-Tirem ela daqui - disse Aubrey.

-Vocês não tem o direito de interrogarem a minha filha, eu não dou permissão.

-Será que dá para tirarem essa mulher daqui - Aubrey praticamente gritou.

A Senhora Esposito perdeu o pouco de sanidade que ainda lhe restava e saltou sob a superintende que puxou a arma do coldre.

WELCOME TO MY DARKSIDE (Mistério/Suspense/Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora