Capítulo 2

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  Três de Outubro.


   Depois daquele tapa, só me lembro da menina de mini saía sair da sala novamente com algo na boca e um copo estranho com um líquido azul. Eles me obrigaram a tomar e acabei ficando dopado. O resto eu não me lembro.
     Agora estou aqui deitado numa espécie de cama, amarrado e com uma mulher ao meu lado. Espera ai....

— UMA MULHER? Mas que....

      Quando ia falar, ela se virá para mudar o jeito que estava na cama.
       "Merda, merda, merda. O que tá acontecendo? Porque ela tá com uma mini saía.... Ah, não. Será que era aquela menina nojenta de antes, ou outra. Pode ser outra já que tinha várias."
   Olho a mini saía e vejo que era roxa, então era bem provável que seria outra menina. Observando ela, penso na semelhança entre ela e Coelho. Bem provável que sejam irmãos.
   Enquanto observo ela e o local, a porta se abre e eu me assunto.

— E aí, gostou da minha irmã? - pergunta entrando e indo na minha direção. Ele me desamarrar da "cama", mas logo em seguida amarra minhas mão.
— Vamos indo, temos que conversar um pouquinho!

   Me levanto e vou, não conversamos na ida, tanto que a irmã dele vem atrás da gente, mas logo se separa indo para outro cômodo.
   Coelho fala muito e eu fico calado, ele conta sobre seu passado, mas menos detalhado o possível. Ele esconde coisas, mas eu não ligo. Estou vivendo com um criminoso, canibal que pretende me matar, UM SERIAL KILLER, um não, vários. Me pergunto muito como consegui dormir ontem a noite com esse tipo de pessoas me rodeando.
     "Na bebida tinha algo, eu não durmo tão fácil."-  Sou parado por Coelho para se sentar.

— Toma - ele me entrega algo que parece ser uma maçã, mas ela não aparentava saudável ou comestível. Acabo negando com a cabeça sem dizer nada. Ele não é bobo e começa a comer.
— Como é lá fora?
— É...Bem diferente daqui. - respondo sem pensar, eu me arrependo na hora. Tenho que parar de agir como um medroso! Tenho que raciocinar e sair daqui o quanto antes.

   Depois disso gera um silêncio constrangedor e eu fico tranquilo e assustado com aquilo.

— Entendo. Posso te falar que aqui não vemos muitas pessoas vivas e eu nunca conversei com alguém que não fosse minhas irmãs e meu chefe. Todos que passaram por mim não tiveram a chance de dizer "oi", pois eu sempre matava para dá de alimento para minha família. Eu gostaria de ter conversado com alguém, pelo menos uma vez, mas agora já estou fazendo isso. - ele jogou a maçã para longe, a maçã parece está caindo. Isso significa que estamos no alto de algum prédio. Penso em várias coisas, mas não penso muito no que ele me disse.
  Ele levanta e começa a colher alguns frutos de árvores.

— Sou a primeira pessoa que você conversar, sem ser suas irmãs e seu chefe? Como se sente? - não sei porque diabos perguntei aquilo. Mas de uma coisa eu sei, EU NÃO QUERO MORRER AMANHÃ!
— Eu não sei. Acho que Normal? - ele me responde com uma pergunta, mas eu não posso responder por ele.

  Depois disso conversamos bastante. Não falei muito de mim e sim do mundo lá fora. Fiquei observando tudo para ver um jeito de sair daqui, mas é muito alto.
   Eu claramente não se se isso é um galpão ou um pequeno prédio. Só sei que tem dois andares, e um terraço extenso.
   Coelho ficou em silêncio e logo em seguida deu uma risada escandalosa que sempre dá. Não sabia o que ele estava pensando, mas espero que seja algo bom. Porque parcialmente se ele não fosse como ele é, eu gostaria de ser seu amigo.

— Vamos entrar tenho que conversar com o meu chefe.

   Foi a última coisa que ele ne disse. Quando entramos fui para uma sala e lá fiquei com a menina de mini saía roxa. Ela estava lendo um livro, parecia gostar ou não claramente não dá para ver com uma máscara cobrindo seu rosto.
   Passei horas encarando ela ler. Não sabia o que fazer, estava com medo e no tédio, duas coisas chatas de sentir.
   A garota se levantou e veio até mim. Tirou a máscara, e olho no fundo dos meus olhos. Ela era bonita, me fez lembrar muito de Coelho, acho que é o fato deles serem irmãos. Quando chego perto fez um sinal, no começo não entendi, mas quando ela repetiu novamente decifrei. Ela iria ao banheiro. Me pergunto se ela é muda ou não sabe falar a minha língua.
    Minutos se passaram e ela voltou, sentou e continuou sua leitura sem dizer uma palavra. Na sala em que Coelho e seu chefe estava, tinha barulhos, mas parecia uma conversa pacífica. Estou curioso para saber o que eles tanto falavam, será que era sobre mim, sobre minha morte ou apenas uma conversa banal? Sei lá, só sei que estou procurando uma forma de saí daqui o mais rápido possível.
    Pelo que vi, tem poucas janelas, mas elas estão fechadas. Não sei aonde fica a porta, mas vi uma aqui perto só não sei se é uma porta de saída, ou se ela dá em outra sala. Acho que só posso sair lá por cima, ou se eu achar uma porta que seja realmente a saída.
   Coelho saí da sala com um sorriso enorme em seu rosto, acho que já me acostumei com a cara estranha dele. Sua máscara estava pendurada no canto da calça. Sua blusa estava limpa, diferente daquela toda suja de sangue de hoje mais cedo.

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