Ártemis e Kyūseishu
O que realmente esperamos da vida? Tanto sofrimento não basta? Procuramos algo que nem sequer sabemos onde está, ou o que é.
Deitada aqui nesse colchão só consigo pensar o quão insignificante é está viva. Faz dias que não vejo o Coelho e aquele menino trouxa.
Eu apenas não consigo me levantar da cama e ser segura de mim novamente. Agora me pergunto, o porquê?
Estou tão entediada, mas com tanta fome, tenho que procurar por algo novo.
Finalmente consigo me levantar, meu corpo está fraco, mas continuo me forçando até minhas pernas não bambearem tanto.
Saiu para caçar, ou apenas encontrar algo para forrar o estômago. Seria melhor se eu optasse por roubar, mas teria que bolar um plano e executa-lo e não quero no momento. Só preciso comer antes de desmaiar, algo que acho que não vai demorar para acontecer. Pois, minha visão tá turva, meus membros inferiores estão falhando e minha cabeça dói, não sinto isso a anos...
Não sei quanto tempo se passa, mas acho uma árvore, ela tem alguns frutos comíveis, mas não tenho nenhuma força para subir nela. Tento inúmeras vezes, mas falho. Então acabo decidindo deitar debaixo dela e esperar um pouco até ter mais força.
Acabo desmaiando e quando acordo, não estou debaixo daquela árvore, muito menos estou num lugar conhecido.
Eu estava num galpão no qual nunca tinha entrado antes. Era uma sala totalmente branca e não tinha nenhuma entrada de luz do lado de fora somente a luz forte e reluzente branca que se espalhava pelo ‘quarto’.
Infelizmente ainda estava morta de sono, precisava me alimentar. Quando me levanto, acabo caído e fazendo muito barulho, algo que não estava nos planos.
Em segundos alguém entra pela porta, eu a conhecia, mas estava difícil de ver com a visão embasada, ela me dá uma das mãos e me pega para levar até o colchão e me entregar uma sacola com alguns lanches.
Ao olhar para o rosto da pessoa novamente vejo que realmente a conheço, é a Margarida... A menina na qual se machucou por minha causa, me sinto uma merda ao pensar que ela está me vendo dessa forma. Quem deveria está bem sou eu, não ela, isso é patético e envergonha-te.
Ficamos em silêncio.
— Como você está? — ela diz com um tom nada agradável, tentando quebrar o silêncio extremante desagradável entre nós.
— Bem... e obrigada — sou sincera, mas ela nem liga e apenas saí da sala.
Como o tanto que consigo, não sei o que será de mim, então preciso de forças para lutar, correr ou qualquer coisa que possa fazer no momento em que ela vier para cima de mim.
“Certeza que ela não está me ajudando por dó, ou, porque quer, ela deve me odiar.” — penso nisso enquanto comia o último pedaço de carne requentada.
Como, enquanto penso em um plano de fuga. Fui meio difícil, a tática é: esperar ela voltar e asfixia-la, antes que ela fecha a porta. E o lado de fora terei que me virar, pois, não sei os detalhes.
Espero por horas e horas, mas nada dela. Fico pensando e repensando a minha fuga, e acabo pensando o quão ridícula sou por fazer isso com ela.
Continuo esperando até que uma hora ela decide vir, mas ela não vem sozinha. Está acompanhada com dois homens, no qual me faz sentir um medo repentino.
Ao entrarem eles se sentam ao meu redor, ela de um lado, um homem com roupas dos anos 60 na minha frente e um cara, barbudo, que me lembra muito os papais noéis de história do outro só observando tudo.
— Hmmm, prazer em te conhecer Ártemis, meu nome é Neil sou chefe da Kyūseishu, e antes de você falar alguma coisa, gostaria que pensassem na proposta de entrar para nossa “comunidade” — ele diz fazendo aspas com as mãos. Enquanto deixa Ártemis nervosa.
— Não quero! — diz ela se levantando brutalmente fazendo o barbudo se levantar e se preparar para atacar.
— Não vamos começar com isso, senta Eugene. — ele fala e o home respeita. — Afinal, porque não? Tenho certeza que você sabe da nossa comunidade, todos sabem, somos do bem. Porque eu acho que querer nossa liberdade de viver no mundo real é algo que não só o povo da kyūseishu quer, mas os outros também. Então, porque não se juntar a nós?
Eu não sabia o que responder, então ficamos em silêncio.
Minha cabeça não bolava um plano de fuga, então o melhor era enrolar.
— Vocês são bons no que fazem, mas não vi nenhum resultado. Não comer carne e viver de frutos, ok. Não ter intenção de matar, ok. Mas a última parte não faz sentido se vocês jogam jogos — olho para Margarida que devolve o olhar com nem um pingo de nada, era um olhar sem expressão.
— Estamos fazendo algo maiores as estreitas, mas não posso revelar a ti se não aceitar. Ficarás aqui até sua decisão final, terás comida, água e o que desejar, mas nada fora do comum. Voltaremos em breve. — ao sair, ele da, uma piscadinha em minha direção.
“Fico intrigada com tudo isso, eu já dei minha resposta, porque insistem tanto em mim?” — penso em voz alta e a Margarida que continuava ali me responde.
— Acho que tem a ver com as suas habilidades e táticas. Você é boa no que faz. Infelizmente, fui colocada como espiã sua durante um tempo e vi que você é capaz. — ela fala se sentando novamente só que desse (vez) aí meu lado. — Tive a má sorte, não tive? Talvez karma, não sei. Fui sua espiã e enquanto te espionava fui escolhida para jogar contigo, e tcharam perdi a mão.
— É muita má sorte. Pelo menos não foi sequestrada pela sua espiã.
— Hahahhahahah- sua gargalhada é calma, mas meio irônica. — Já e várias vezes pode acreditar que isso é só o começo, não pela espiã, mas por pessoas que não gostam de ti ou querem te comer. — infelizmente ela está dizendo a verdade.
Passamos um bom tempo discutindo sobre sequestros comidas, atitudes e em como sou, ou era boa em escalar árvores. Por segundos esqueci
De tudo que estava passando, o sequestro e o questionamento que não respondi.
Ela não é o que parece ser.
[...]
— Pode chamar o Neil e avisa ele que já passou dias, para mim, é o suficiente. A resposta Margarida é sim, mas tenho condições.
— E quais são as condições? — ela diz recolhendo os pratos.
— Quero ter minha liberdade de ida e volta, quero poder conversar com as pessoas se fora, viver minha vida. Mas fazer parte da comunidade e suas ações para sair desse inferno.
— Achei suas condições bobas, você tem tudo isso e muito mais, basta fazer o juramento. — ela saiu da sala e eu me sinto como se logo pudesse ter minha liberdade.
Mas a pergunta é: era para ser manipulação, mas acho que gostei do caminho que estou, e se der tudo certo e eu fazer parte de uma coisa boa? Então meu sim, é sim, de verdade, ou apenas para me safar daqui? E esse tal de juramento?
Estou tão nervosa que nem sei como reagir a tudo. Preciso avisar Coelho sobre isso tudo e fazer com que ele faça parte!
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Cʜᴀɴɢᴇs.
Mistério / Suspense𝑫𝒊𝒗𝒆𝒓𝒔𝒂𝒔 𝒗𝒆𝒛𝒆𝒔 𝒐𝒑𝒕𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒑𝒐𝒓 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒇𝒂́𝒄𝒊𝒍 𝒆 𝒔𝒆𝒎 𝒈𝒓𝒂𝒄̧𝒂, 𝒎𝒂𝒔 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒅𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒐 𝒐𝒖 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒂𝒄𝒂𝒔𝒐 𝒔𝒐𝒎𝒐𝒔 𝒆𝒎𝒑𝒖𝒓𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒂 𝒗𝒊𝒗𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂𝒓 𝒄𝒐𝒊𝒔𝒂𝒔 𝒊𝒏𝒊𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒂́𝒗𝒆𝒊...