𝟬𝟬𝟮 | 𝗟𝘂𝗮

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Saudade. Um sentimento melancólico trazido quando se há um afastamento de uma pessoa, ou falta de uma coisa ou um lugar. Amber sentia falta de seus pais. De se sentir em casa.

Por mais que nunca tenha tido uma casa realmente, qualquer lugar próximo a Joel e Tess se tornava confortável. Como uma cama quente em um dia frio, cheia de cobertores. Ou um abraço carinhoso de alguém importante. Se sentir em casa nunca foi só sobre estar debaixo de um teto.

Seu coração apertou de alegria ao ver Joel parado na porta olhando, sorrindo para ela.

— Pai! — Amber disse sorridente, andando rapidamente ao encontro de Joel, abraçando-o fortemente.

O cheiro único do mais velho entrando pelas narinas da mais nova, fazendo-a sentir-se viva e feliz.

O abraço que pareceu durar horas foi quebrado quando se ouviu um limpar de garganta forçado vindo de dentro do apartamento.

— Você passa semanas sem nos ver e só vai abraçar ele? — Tess e seu costumeiro drama implicante.

— Sem ciúmes, temos Amber para todos! — A morena disse indo em direção a mais alta a abraçando fortemente, igualmente fez com Joel.

— Sentimos sua falta. — Diz assim que se separou do abraço.

— Eu senti muita falta de vocês, de verdade! Eu sempre tentei visitar vocês mas os soldados nunca deixavam. E também porque a escola tá muito puxada. — Amber diz se sentando no sofá de frente para o casal.

— Os soldados não deixaram? Como assim? — O mais velho pergunta confuso.

— Eles falavam que vocês tinham muito trabalho, que vocês sempre estavam ocupados. — A mais nova responde.

— Filhos da puta… — Joel sussurra baixinho, mas sendo alto o suficiente para a morena escutar.

— Como está a escola, amor? — Tess pergunta na intenção de mudar de assunto.

— Tá indo bem. Ontem eu fui transferida. 

— Transferida? Como assim? — O mais velho novamente metralha as perguntas.

— Joel! Meu Deus! Deixa ela falar! — A mulher o repreende.

Amber internamente achou a situação engraçada, rindo levemente anasalado.

— Eu sempre fui do setor médico, mas ontem o Tom me chamou na sala dele, e me disse que eu tinha sido mudada de setor. — A mais nova explica.

— Tom? O diretor geral? — Novamente o mais velho pergunta, fazendo Amber concordar com a cabeça.

Os três passaram mais um tempo conversando, até que onze e meia o alarme toca, indicando que os mais velhos precisam ir aos seus afazeres.

— Tchau, meu bem. Foi muito bom te ver novamente. — Diz a mais velha beijando a testa da mais nova.

— Tchau mãe. — Disse dando um beijo em sua bochecha.

— Tchau, lua. — Joel diz abraçando Amber.

Lua. Um apelido que Joel deu para Amber desde que ela se entendia por gente. Um apelido carinhoso, com um significado simples, mas marcante para o mais velho. “Você sempre será a luz que iluminará o meu caminho.” A frase que ele sempre dizia para Amber.

Seus pais eram as pessoas mais importantes de sua vida. Não se imaginava sem eles ao seu lado. Mesmo amando os dois igualmente, parecia que tinha uma conexão mais forte com Joel. Ele a entendia, a aconselhava, a escutava, a ajudava, ele basicamente era a fonte da vida de Amber. Não que Tess também não à aconselhe, nem nada, mas Tess é melhor em escutar.

DISAGREEMENT, Ellie Williams Onde histórias criam vida. Descubra agora