𝟬𝟭𝟵 | 𝗙𝗲𝗲𝗹𝗶𝗻𝗴𝘀

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━━━━━ JACKSON, Wyoming
30 de dezembro de 2037
|09:45

O homem corria rapidamente a sua frente, fazendo a garota atrás dele parar repentinamente, pondo as mãos nos joelhos, respirando ofegante.

— Espera aí! — A morena exclama sem ar.

— Vamos, Amber! Você consegue! — Tom dá a volta, indo até ela, rindo.

— Pra você é fácil, você tinha como correr na zona! — Falou, se recompondo.

— Vem. — Acenou com a mão, voltando a correr.

— Seu velho escroto da porra. — Murmurou, fazendo o homem rir.

Voltou a correr junto dele, enquanto cumprimentava os moradores que saíam para trabalhar.

Tom havia insistido para que a garota o acompanhasse nas caminhadas matinais, o que foi aceito – depois de muita luta.

O problema era que o homem acordava muito cedo, e isso ainda era complicado para a morena, às vezes corria ainda com sono.

— Não podemos fazer isso de noite? Porra, isso cansa. — Soprou o ar. — Eu tenho patrulha depois! Papai vai me dar uma coça! — Exclamou novamente, fazendo-o rir.

— Tudo bem, querida. Vamos. — Passou a andar, seguindo o caminho até sua casa.

A pequena trilha de terra levava até a varanda da pequena residência de Tom.  O homem adentrou o lugar, dando espaço para a garota entrar atrás. Andou até a cozinha, pegando dois copos, os enchendo com água, entregando um para a mais nova.

— Já volto. — O mais velho disse assim que esvaziou o copo.

Amber bebeu todo o líquido, andando até a sala, observando os quadros. Tom sempre foi um admirador da arte. Gostava de pintar sempre que podia, e ele era realmente bom nisso. A pequena mesa de centro tinha algumas esculturas de madeira, particularmente bonitas. O cheiro que predominava era de café. Amber sempre apreciou a bebida, mas em um mundo como esse, era difícil de se ter.

Parou subitamente ao ouvir um estrondo. Aguçou sua audição, tentando descobrir de onde viera, não obtendo sucesso. Andou lentamente pelo cômodo, se desesperando ao ouvir gritos. Chamavam por seu nome. Era Tom.

Tentou identificar de onde estavam vindo os gritos, e notou que vinham do andar de baixo.

Mas a casa de Tom não tinha porão.

Ignorando esse fato, correu até a porta, dando de cara com uma escada. Imediatamente reconheceu as paredes brancas azuladas, os corrimões de madeira, e a porta logo no final dos degraus.

Não poderia parar e refrescar a memória agora, precisava ajudar o homem no que ele estivesse precisando.

Abriu a porta, vendo Tom sendo preso e espancado diversas vezes. Adentrou a sala bruscamente, e foi nesse momento em que uma das pessoas sacou uma arma.

— NÃO! — Foi a única coisa que pôde gritar.

Ouviu seu nome ser chamado longe, pressionando os olhos fortemente, se concentrando no som.

Mas isso não iria resolver.

Tom estava morto novamente.

— Amber! — Conseguindo ouvir a voz com mais clareza, olhou ao redor, vendo Ashley agachada ao seu lado, sacudindo a garota.

— Q-que? O que? — Perguntou ainda atordoada.

Aquilo tinha sido a junção de duas memórias.

— Cê tá bem? — Perguntou juntando as sobrancelhas.

DISAGREEMENT, Ellie Williams Onde histórias criam vida. Descubra agora