DISAGREEMENT, Ellie Williams

𝟬𝟬𝟲 | 𝗧𝗵𝗲 𝗲𝗻𝗱 𝗼𝗳 𝗹𝘂𝗰𝗸

Tempo. Uma palavra simples, mas com um grande peso. Algumas pessoas associam o tempo a segundos, minutos, horas etc. Já outras, associam à pressão, a uma coisa ruim. Tempo também remete à saudade. Comumente as pessoas sentem saudade, é normal.

Mas, você sentir saudades de algo ou alguém que já se foi há vinte anos, é torturante.

Com o afastamento de Amber, Joel se sentia cada vez mais culpado por tudo.

Por esconder a verdade, por não se sentir capacitado de cuidar de sua própria filha, e mais ainda por não ter conseguido salvar Sarah.

Não podia arriscar. Se perdesse Amber, ele iria se perder.

Toda sua vida foi para cuidar de quem amava, mas no final, as duas pessoas se foram.

Sarah se foi. Não iria deixar Amber ir também.

Desde o ocorrido, o mais velho veio pensando constantemente em Sarah, na vida antes de tudo.

Poderia dizer que conhecer Marie foi o que lhe salvou. E logo em seguida sua filha foi sua salvação.

Por isso lutou para salvá-la do laboratório. Se fosse para acontecer algo, ele estaria lá.

Porque ele jurou para si mesmo que nunca a deixaria.

E está cumprindo com sua promessa.

Os mais velhos andavam mais a frente enquanto Ellie e Amber andavam devagar, ficando mais atrás.

Sua mente estava longe, nem se deu conta de quando haviam chegado ao pequeno apartamento.

— Vocês duas, esperem aí. — Disse fechando a porta assim que as mais novas entraram.

— Cara, qual é?! — A ruiva reclama do outro lado, sendo ignorada completamente.

— O que diz? — A mulher à sua frente pergunta.

— Não sei se devemos fazer isso. — Respondeu com insegurança.

— Eu preciso ver essas armas… Não confio nos Vagalumes, você sabe. — Andava de um lado pro outro, sempre gesticulando.

— Você não vai sozinha. — Disse firmemente.

— Não podemos deixá-las sozinhas. Eu vou lá, você fica. — Disse começando a se distanciar.

— Tess. Tess!

Continuar chamando-a não iria adiantar. Ela estava decidida.

Já do outro lado, Ellie escutava tudo por trás da porta.

— Sabe que isso é invasão de privacidade, não é? — A morena disse largando sua mochila no sofá.

— Cara, até aqui você me enche o saco. — Diz se afastando da porta, olhando os armários que haviam ali.

— Ellie… Como você tá aqui? Você foi mordida!

— É, e você também. — Disse sem interesse.

— Como você sobreviveu? O que aconteceu naquela noite? — Se virou para a ruiva.

— Por que você se importa? Nunca ligou, agora tá querendo saber?! — Balançou os braços fortemente, olhando para a garota.

Desacreditada, Amber logo respondeu.

— Nós praticamente quase morremos juntas! É óbvio que eu vou me importar! Você foi mordida, como eu ia ficar de boa vendo você aqui, normal? — Se sentia estúpida por se importar.

Por um momento Ellie havia ficado sem respostas. Não acreditava que Amber realmente se importava.

— O tempo só passou, e eu não me transformei. Tá bom pra você?