𝟬𝟭𝟬 | 𝗨𝗻𝗰𝗲𝗿𝘁𝗮𝗶𝗻𝘁𝗶𝗲𝘀

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A lua e a estrela.

“[...] a lua representa a feminilidade, a intuição e as emoções, enquanto a estrela simboliza a luz, a esperança e a espiritualidade. Juntas, essas duas figuras podem representar uma conexão entre o divino e o terreno, a dualidade entre o dia e a noite, ou até mesmo a busca por equilíbrio e harmonia.”

Mas isso nunca foi sobre os astros.

Em Jackson, todos tentavam ter uma vida normal, como se não existisse Cordyceps. As crianças se juntavam para brincar no parquinho, os adultos trabalhavam felizes, lá tinha paz. 

Tommy havia insistido para que ficassem mais alguns dias, e assim fizeram. Três dias se passaram, três dias que foram essenciais para a missão continuar. Se não tivessem conseguido descansar, a caminhada até o laboratório seria um fracasso.

Amber saía de seu quarto, indo em direção ao de Joel. Bateu algumas vezes na porta, esperando o mais velho responder.

— Pode entrar! — Disse do outro lado.

— Oi, pai. — olhou e sorriu, fechando a porta atrás de si.

— Como vai, Lua? — Estava sentado na cama, com um livro de astronomia ao lado.

— Posso conversar com você? — Andou lentamente até ele.

— Claro. O que aconteceu? — Ajeitou-se.

— Bem, pode parecer bobo, mas está me deixando bem confusa. — O homem acenou com a cabeça, mostrando que estava ouvindo. — Eu não sei como saber se estou gostando de alguém. — Ele olhou confuso.

— Como assim? — Bateu na cama à sua frente, para que ela se sentasse.

A garota estava nervosa. Como iria falar para seu pai que não sabia se gostava de garotas? Qual seria sua reação? Iria ficar decepcionado com ela? Sentou-se relutantemente à sua frente, colocando uma almofada em seu colo.

— Bem… desde que saímos da zona, praticamente as únicas pessoas com quem eu socializo são você e a Ellie. De lá pra cá, eu venho sentindo coisas estranhas, venho percebendo coisas que antes eu não percebia. — Confirmou com a cabeça. — Na casa do Bill, Frank conversou comigo. Me disse quais eram os sintomas da paixão, e eu me senti estranha. A maioria eu já estava sentindo. — Dizia tristemente.

— Por quem? — A pergunta foi mais retórica, tinha uma ideia de quem era, mas queria confirmar.

Amber pensou. Pensou se deveria falar, pensou se deveria mentir, mas, por que mentiria? Era seu pai, confiava sua vida a ele, não tinha porque ter medo. Ele iria continuar amando-a, não iria?

— Pela Ellie. — Disse rapidamente.

Joel pegou as mãos da garota e fez um leve carinho.

— Você estava com medo de me falar? — Perguntou.

A garota apenas olhou para baixo e confirmou.

— Oh, Amber… não precisa ter medo de falar comigo. Independente de qualquer coisa, eu sempre vou te amar. Você pode gostar de quem e do que quiser, sempre vai ser minha filha, minha princesa. — Riu. — Além de seu pai, sou seu amigo. Pode confiar em mim pra tudo.

Se emocionou com as palavras do homem, e logo se jogou em seus braços.

— Eu te amo. — Disse contra seu pescoço.

— Eu te amo, Lua. — Beijou sua bochecha, passando as mãos pelas lágrimas que rolavam. — Vamos, agora me conte. O que você sentiu?

— A primeira vez foi quando nós estávamos na torre dos Vagalumes. Antes de você me chamar pra comer, eu tava presa nos detalhes do rosto dela. Depois foi na loja de música, eu fiquei muito feliz quando vi que ela gostava das mesmas coisas que eu. — Joel sorria ouvindo a garota falar animadamente. — E a última vez foi anteontem. Eu fui fazer um curativo nela, aí ela ficou me olhando, eu fiquei muito envergonhada. Depois ela elogiou meus olhos, eu não sabia onde me enfiar.

DISAGREEMENT, Ellie Williams Onde histórias criam vida. Descubra agora