Jamais passou pela minha mente a possibilidade de ser uma semideusa. Quando essa revelação veio à tona, admito que senti um alívio, afinal, muitos acontecimentos estranhos finalmente se encaixaram. No entanto, à medida que os perigos inerentes a essa condição se revelaram, lamentei profundamente ter um dia desejado esse destino.
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Sou Agnes Williams, e tenho 13 anos de idade.
Antes de descobrir minha natureza como semideusa, minha vida era marcada pela orfandade e pela falta de um lar, vivendo nas ruas sem rumo.
Minha história teve um início inesperado. Resultado de uma noite casual entre meu pai e uma desconhecida em uma boate, eu fui entregue à porta do apartamento onde ele morava com minha avó em um cesto de palha. Ele, despreparado para as responsabilidades da paternidade, partiu sem olhar para trás. De certa forma, não o culpo; ele próprio era jovem demais. No entanto, confesso que se tivesse permanecido, inúmeras coisas poderiam ter tomado rumos diferentes.
Após a partida dele, minha avó tornou-se meu porto seguro, acolhendo-me com um amor incondicional. Nossa conexão era única; éramos confidentes, proporcionando amor, carinho e compreensão uma à outra. Minha avó era minha melhor amiga, mas quando ela sucumbiu a um infarto fulminante, repentinamente me vi sozinha neste vasto mundo.
Com poucos parentes, nenhum disposto a assumir minha guarda, e desconhecendo o paradeiro do meu pai, acabei em um lar adotivo, onde permaneci por alguns meses.
O lar adotivo, situado no Brooklyn, era um lugar de condições desoladoras, as piores que já testemunhei. As crianças e adolescentes ali residentes representavam as personalidades mais difíceis com as quais já tive que conviver até então. A negligência estatal resultava em escassez de comida muitas vezes, e quando havia, a qualidade deixava muito a desejar devido à falta de cuidado no preparo. Os castigos aplicados eram terríveis, e frequentemente me via submetida a eles por causa das confusões criadas pelas outras crianças, muitas vezes motivadas pela inveja da minha aparência ou simplesmente por não terem outro propósito na vida.
Foi diante desse cenário desolador que tomei a decisão de fugir numa noite sombria, encontrando-me sozinha nas ruas perigosas do Brooklyn. Aprendi a me virar para sobreviver, muitas vezes auxiliando senhoras com suas compras, vigiando carros, lavando calçadas e realizando qualquer tarefa necessária para manter-me viva. Minha aparência, por vezes, me colocava em situações de risco, mas, por sorte, nunca sofri consequências graves.
Nessa jornada, cruzei caminho com Josh, um jovem da minha idade, incapaz de andar, que se tornou meu melhor amigo. Oferecia-lhe comida, e em troca, recebia seu companheirismo; estávamos lá um para o outro da melhor forma possível.
Eu pensava que essa seria nossa vida por um tempo, até o momento em que fui atacada por uma criatura mitológica alada numa loja de conveniência de um posto de gasolina. Para minha surpresa, foi meu melhor amigo, a quem acreditava ser incapaz de andar muito, que salvou minha vida.
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NOTAS DA AUTORA.Não tive muito tempo para escrever o capítulo, mas espero que vocês gostem desse início. Não se esqueçam de voltar e comentar, isso incentiva demais a gente a continuar escrevendo.
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𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐄𝐆𝐀𝐂𝐘 • Clarisse la Rue.
أدب الهواة𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐄𝐆𝐀𝐂𝐘 - Onde Agnes Williams é resgatada das ruas por um sátiro e conduzida ao Acampamento Meio-Sangue, onde sua verdadeira linhagem divina é revelada. Lá, ela não apenas descobre ser filha de uma deusa, mas também se aproxima da garot...