06.

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Naquela noite, dormi profundamente - melhor do que em muitas outras ocasiões em que dormia nas ruas -, impulsionada pelo extremo cansaço e pelo conforto da cama que meus meio-irmãos gentilmente me ofereceram, sendo a superfície mais macia na qual já repousei. Assim que os primeiros raios de sol surgiram no horizonte, despertei, também alertada pelo ruído suave que ecoava ao meu redor.

Sentei-me na cama macia, esfregando suavemente os olhos com as costas das mãos antes de observar o quarto ao meu redor. Percebi que o som provinha dos meus irmãos, alguns dos quais despertavam mais cedo para iniciar suas rotinas de beleza meticulosas. Pessoas escovavam cabelos impecáveis, emitindo o maior parte do barulho com escovas e secadores. Algumas se maquiavam, outras escolhiam roupas para o dia, enquanto algumas se dedicavam à rotina de skincare, tudo isso acompanhado de conversas animadas.

Um sorriso brotou em meus lábios diante da cena animada, e me pus de pé, dirigindo-me ao banheiro do chalé. Tomei meu banho, fiz minha higiene matinal em uma das bancadas lotadas do banheiro e segui para o refeitório na companhia de alguns dos meus irmãos. Desfrutamos de um café da manhã em conjunto, aproveitando para compartilhar nossas expectativas para o dia. Enquanto saboreava uma fatia generosa de bolo de cenoura com cobertura de chocolate e tomava meu café, trocava ideias animadas com meus irmãos. 

Fiz isso até que Josh, acompanhado de Yse, se juntou a nós no pavilhão e depois veio em minha direção.

— Bom dia, Aguie. — ele me cumprimentou com um sorriso, e eu retribuí, levantando-me do banco para me aproximar dele. — Você está bem? Como está se adaptando no chalé?

— Bom dia. Estou bem, e a adaptação está indo muito bem. — respondi, abraçando-o levemente. — E você, está bem?

— Estou sim, muito obrigado... — ele respondeu. — Vim te chamar para irmos ao armazém de armas do acampamento.

Eu tinha ouvido falar sobre isso no dia anterior; os novatos geralmente iam ao armazém para escolher as armas que usariam nas atividades do acampamento ou para questões de autodefesa, caso não chegassem com uma ou não recebessem uma do seu parente olimpiano. Sorri para Josh, entrelaçando um dos meus braços com o dele.

— Claro, vamos lá! — respondi animadamente, e ele sorriu, começando a me conduzir na direção do armazém, que também ficava perto do chalé de Hefesto - soube que eles fabricavam pelo menos 90% das armas usadas ali. Quando já estávamos relativamente longe do pavilhão, puxei mais assunto. — Preciso admitir que encontrar minha arma é uma das coisas que mais estou animada aqui... Mal posso esperar para começar a treinar!

—Escolher sua arma e começar a treinar são coisas extremamente importantes para qualquer semideus. — Josh explicou, seu tom de voz carregado de seriedade. — É fundamental que todos vocês saibam se defender dos perigos que podem acabar encontrando fora do acampamento em uma missão ou algo assim, principalmente se levarmos em conta o que está acontecendo lá fora...

— O que está acontecendo lá fora? — Indaguei, consciente de que se eu e os outros semideuses estivéssemos correndo riscos, isso era algo que eu precisava saber.

— O raio mestre de Zeus foi roubado enquanto estávamos em um evento no Olimpo. — Josh explicou, abaixando um pouco o tom de voz. — Ele está procurando o culpado e suspeita que talvez tenha sido alguém do acampamento, visto que estávamos lá."

— Eu não conheço quase ninguém aqui, e acho que as pessoas que eu conheci até agora não seriam capazes disso. — Eu disse, pensando nos rostos das pessoas com quem havia interagido desde a minha chegada. — Você acha que pode ter sido alguém daqui?

— Honestamente? Eu não sei, mas prefiro acreditar que não. — ele disse, soltando um suspiro. — Me surpreende ninguém ainda ter saído em missão para procurar esse raio...

𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐄𝐆𝐀𝐂𝐘 • Clarisse la Rue.Onde histórias criam vida. Descubra agora