Coração vagabundo

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Oi bbs mais um cap pra vcs
Bjs
Present3
Votem!!!!

Coração vagabundo
Caetano Veloso e Gal Costa
Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim...

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14:20
Chico
( de manhã acordo na ressaca, levanto-me e pego um disco de vinil, eu nem vi de quem era, só sei que coloquei e deitei-me no chão gelado da minha sala, eu queria sentir algo, queria sentir o frio do chão na minha pele, queria sentir os lábios de Caetano nos meus, queria sentir o amor do mesmo em minha pobre alma.
A música começa e era: Coração Vagabundo.
No instante que a canção começa lágrimas possuem meu rosto, meus olhos doíam de tanto chorar, me sentia inútil ali deitado e pensamentos como:
" como vais desistir agora? Agora que estragou tudo o mínimo que tens que fazer é dizer a ele como se sente"
então me levanto antes que eu mesmo começasse a me depreciar novamente, pego um papel e começo a escrever oque sinto.
O papel ficou molhado pelas minhas lágrimas, amassado pela minha tristeza e a letra ficaste tremida pela minha dor.
Descido agir me levanto ignorando o penar, ignorando a tristeza que pesava meu corpo todo e então eu corri para casa dele, porém ao invés de vê-lo vi Gil que me olhava com desgosto.
Com lágrimas nos olhos, implorei a Gil por uma última chance de explicar meu amor por Caetano)

- Gil, eu sei que errei, mas preciso falar com ele, explicar tudo...- doía tanto assumir que provavelmente não o veria mais

Chico
( Gil era duro, ele não me deixaria ver Caetano, eles são como irmãos, com pesar ele suspirou, visivelmente incomodado com a situação.)

- Você realmente acredita que merece outra chance? Eu honestamente não o quero perto de você - dizia seguro

Chico
(Desesperado, eu insisti)

- Eu prometo que vou mudar, Gil. Diga a ele que eu só preciso de uma chance para provar que as coisas podem ser diferentes. Diga a ele que mandei marieta embora, diga que ela não vai mas aparecer, diga a ele que o amo e que quero morrer ao lado dele, velinho e usando frauda- dizia limpando as poucas lágrimas que escorriam pelas minhas bochechas

Chico
(Gil permaneceu cético, mas algo em meu olhar o fez hesitar por um momento)

- Escute, Chico, vou falar com Caetano por você, mas não prometo nada- ele ressentia em falar sobre mim a Caetano mas no fundo sabia que deveria tentar

- e antes de ir- pego um papel de meu bolso- entregue isso a ele...por favor não leia é...é íntimo

Chico
( é claro que ele estranhou porém Gil suspirou com um toque de decepção e aceitou.
A esperança se acendeu em mim enquanto Gil saía, mas sabia que reconquistar Caetano seria uma jornada árdua)

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14:50
Caetano
( estava eu, depressivo em meu próprio quarto, sozinho, pensativo e sensível...não sei se estava pronto para sair de meu quarto e encarar o mundo.
Pensante e triste, quase completo por pensamentos cruéis sobre Chico, sou interrompido por Gil, que bate em minha porta e então entra)

- caê...o Chico tá aqui

- e-ele oque?- dizia em choque e um toque de esperança acende em meu peito...mas era tão pouco

- ele pediu pra que eu dissesse que...

- eu não quero ouvir- digo determinado e ignorando Gil

- caê, por favor

- não era você que me obrigou a não vê-lo mais?- dizia aborrecido

-só escuta beleza?- ele parecia...triste?

- tá...

- ele me disse que mandou marieta embora, que ela não vai mas aparecer, também disse que te ama e que quer morrer ao teu lado, velinho e usando frauda...

- diga para ele ir embora...e diga a ele que é tarde de mais- meu coração estava partido em pedaços

- certeza?

- por favor...

- ok... alias ele pediu para que eu entregasse a você essa carta- me entrega um papel meio amassado, com tua assinatura na capa: Chico Buarque
e o papel estava molhado por alguns pontinhos...provavelmente lágrimas

Caetano
( Gil quando saiu do quarto, peguei o papel e abri...era um poema, escrito à mão, não tinha coragem de ler, não era tão cumprido.
A letra era tremida a lápis, a caligrafia não era ruim mas eu tinha certeza que era de Chico.
Depois de alguns minutos cobertos por lágrimas decidi pelo menos lê-lo, demonstrando o último amor que tinha por ele)

"Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que 'inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Não, acho que estás te fazendo de tonto
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir..."

Caetano
( era tão lindo...meu coração apertou todo, a dor daquelas palavras e o amor que eu ainda sentia por ele se acendeu, eu não o perdoaria por um poema...mas eu realmente percebi quanto amo aquele poeta boêmio de merda.
A dor de amar-ló é tão terrível, um homem que não assume o amor que tem, não ama de verdade...um ditado meu...)

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15:20
Chico
( Gil me disse que o Caetano queria que eu fosse embora, insisti que eu falasse com ele mas gil não permitiu, fui embora triste, me emborrachei novamente chegando em casa, afoguei-me em minhas próprias lágrimas, eu amava aquele desgraçado cacheado.
Perdido em pensamentos, relembrei os momentos felizes que compartilhamos e as palavras cortantes que trocamos naquela fatídica noite onde eu o machuquei.
O álcool apenas acentuava a dor que eu tentava sufocar.
Caetano, o amor transformado em mágoa, deixava cicatrizes profundas.
O que o destino reservava para nós dois era agora uma incógnita que só o tempo poderia revelar.
Sufocação dolorosa pela paixão acumulada pelo tempo, dor horrorosa guardada pela paixão, desgraça esquecida pela paixão agora relembrada.
Eu não tenho coragem para olhar nos olhos dele e aceitar o adeus...
Droga de Caetano...)

- droga...-chorei e chorei até ficar com dó de mim

Chico
(Em casa, recaí no chão, meu coração imerso em agonia.
Estava encharcado de lágrimas, afogado novamente em sua lembrança.
Chorava, bebia, sofria por ele.
A opressão no peito retornou, ardendo como no último ataque.
O médico prescrevera dois comprimidos para aliviar a dor; engoli quatro, regados a uísque.
Com minhas últimas forças levantei e me direcionei ao meu quarto, peguei meu último baseado e o fumei, desmoronei no chão do cômodo, desmaiei, entregue à escuridão mais uma vez)

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Votem seus lindos

Só eu amei o último texto do Chico?
" O médico prescrevera dois comprimidos para aliviar a dor; engoli quatro, regados a uísque.
Com minhas últimas forças levantei e me direcionei ao meu quarto, peguei meu último baseado e o fumei, desmoronei no chão do cômodo, desmaiei, entregue à escuridão mais uma vez"
olha que bonito gente

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