Poderíamos começar a história dizendo que Chuuya Nakahara é mais um garoto de 15 anos, porém se ele é um dos protagonistas dessa história, então ele é importante de certa forma.
Seus pais se divorciaram dois anos depois de seu nascimento, e nenhum dos dois eram tão próximos do filho.
Seu pai, cujo nome Chuuya não sabe - apenas o chama de Nakahara -, morava em Paris com seu filho mais velho, Paul Verlaine. Enquanto sua mãe, que ele também só sabe o sobrenome, mora no Japão com sua filha mais velha, Kouyou Osaki.
Por conta da separação dos pais, o garoto foi obrigado a visitar sua família paterna anualmente. Ele e Paul não tem uma relação estranha, apesar de Verlaine gostar de Chuuya e ter um certo afeto por ele, Nakahara o teme, sente um certo receio de estar perto do irmão.
Apesar disso, o garoto era um qualquer. Não tem muitos amigos - na verdade, só tem um - e ia até bem na escola, até seu pai falecer.
Não, ele nunca foi próximo do pai, na verdade, ele nem se importava com o mais velho, e por isso mesmo a morte dele foi tão estranha. Chuuya não sabia o que sentir sobre a morte de alguém que deveria ser tão importante pra ele, mas simplesmente era uma pedra em seu sapato.
Claro, Kouyou percebeu isso, mas pensou ser algo passageiro enquanto Paul, que andava bastante em seu pé, começou a exigir mais do irmão.
Quem não conhece essa história, vê Chuuya como mais um garoto de quinze anos de baixa estatura.
- Você deveria focar mais na escola, Chuuya - era o que Paul dizia - O que você vai ser da vida se não estudar?
"Com certeza não vou ser você",era o que pensava em dizer, mas não dizia. Como dito, ele temia o irmão, um certo medo consumia seu corpo toda vez que cogitava enfrentar o irmão.
- Claro, Paul. Você fala isso todo dia.
- E parece que não está adiantando, não é mesmo? É por isso que queria te levar a Paris comigo, mas a Kouyou não deixa.
- Claro que não deixa! Eu tenho uma vida aqui; tenho amigos aqui!
- "Amigos"? Que eu saiba você só tem um amigo, aquele garoto estranho do cabelo desgrenhado.
- Dane-se, é melhor isso do que...- "do que ter que morar com você"- do que ir para um lugar que nem sei a língua direito.
- Si je ne traînais pas autant avec cet idiot - disse Paul mexendo na xícara de chá que tomava.¹
- Seulement j'ai le droit de te traiter d'idiot, Verlaine.²
- Você não havia dito que não sabia francês, Chuuya? Então como entendeu o que eu falei e ainda respondeu?
- Quer saber? Esquece. Não dá pra discutir com alguém como você, Verlaine.
O garoto foi ao seu quarto, batendo os pés no chão brutalmente. "Por que ele não me entende?", dizia a si mesmo, a pergunta martelando em sua cabeça. Sempre pensou que talvez fosse exagero seu, já que Paul já teve sua idade e possivelmente já passou o mesmo. Contudo, aquilo o irritava; era como se o mais velho não tentasse enteder seu lado.
- Você deveria pegar mais leve, Paul - disse Arthur, enquanto o Nakahama mais novo ia ao seu quarto.
- Você acha?
- Tenho certeza.
O garoto pegou seu celular, dando petelecos no pequeno boneco do Tuxedosam, fazendo-o balançar. Ele adorava esse acessório, havia ganhado de Rimbaud quando tirou a maior nota da sala em história.³
Era irônico que gostasse mais do cunhado do que do meio irmão. Porém não era muito difícil, afinal, a linguagem de amor de Verlaine era terrível na opinião de Chuuya.
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✩。°𝄞Every Note that Reminds me of You 𝄞°。✩
FanfictionSe em 2018 você ligasse algum rádio em horário nobre, fosse em uma festa adolescente ou até visse o top 100 da Billboard, era inevitável não encontrar o nome "Soukoku" no meio. Fama não era o que Chuuya e Dazai esperavam quando começaram a cantar ju...