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"Lá no topo das montanhas,
Onde a água desliza e encanta,
Um segredo escondido aguarda,
Um castelo oculto sob uma cachoeira encantada.

Procure a trilha do arco-íris,
Onde as cores brilham em harmonia,
Siga o som da água que canta,
E acharás a passagem para a magia.

Entre nas águas cristalinas,
Cuidado com as correntezas traiçoeiras,
Encontre a caverna escondida,
E desvende os segredos das mais antigas joias raras.

Dentro do castelo encantado,
Um tesouro real está guardado,
Persevere e decifre os enigmas,
E a recompensa será merecida.

Mas lembre-se, viajante,
A magia não é para os fracos,
Então, prepare-se bem antes de embarcar,
Rumo ao castelo encantado por debaixo da cachoeira."

Charlotte tinha a certeza de que já tinha visto aquela mesma frase em algum lugar de sua casa, a casa dos descendentes de Merlin, a casa que um dia já foi morada dele.

Quanto mais o tempo passava, mais certeza Charlotte tinha de que teria que se casar, certeza de que a tornariam uma comensal. Seus pais haviam falado da notícia com tanta felicidade que pareciam explodir de empolgação.

Querida Charlotte,

É com muita alegria que te comunico que seu pai e eu nos tornamos oficialmente Comensais da Morte. No entanto, a próxima notícia talvez não lhe agrade muito. Estamos à procura de um pretendente para você. Nos importamos muito com você, e achamos que o melhor a fazer será encontrar um bom rapaz para continuar esta longa linhagem. Não se esqueça de que faz parte de uma das linhagens mais importantes do mundo bruxo. Os LeBlanc são reconhecidos por sua descendência. Como filha única, não queremos ver essa linhagem se perder com um sangue ruim ou mestiço, certo? Escreva-nos com mais frequência e mantenha-nos atualizados sobre tudo o que ocorre em Hogwarts.

Com amor,

Mamãe

Bem, para eles isso pode ser uma bênção, mas para mim é um verdadeiro pesadelo.

1 ano depois

—Está magnífica, minha filha. Aposto que irá arrancar suspiros dos jovens puro-sangue,— disse minha mãe enquanto arrumava uma parte do meu penteado.

Neste momento, eu estava sentada em frente a uma grande penteadeira no meu quarto. Minha família estava prestes a dar o meu baile de apresentação, uma festa tradicional realizada pelas famílias mais ricas e antigas de sangue-puro para apresentar suas filhas de 16 anos ou mais à sociedade bruxa purista.

Um baile para interesseiros, eu diria. O bom é que Draco pensa o mesmo.

—Sinto muito, sei que não era isso que você queria fazer nessas férias, mas está linda. Se servir de consolo, se você não encontrar ninguém, pode se casar comigo. Assim seremos apenas nós, morando juntos com o mesmo sobrenome. O que acha?— Draco concluiu com um grande sorriso no rosto.

—Claro que aceito esse seu pedido de casamento,—eu disse, rindo, ainda sendo guiada por ele pelo corredor da enorme mansão.

—Não foi um pedido de casamento, foi uma proposta. Em que parte de 'seremos apenas nós, morando juntos com o mesmo sobrenome' você não entendeu? Tudo bem que provavelmente seremos cobrados em relação a filhos, mas dá para fazê-los sem o tal ato... carnal.

—A cada palavra que sai da sua boca, eu rio mais. Como se concebem crianças sem o 'ato'?—Eu falava enquanto ria, zombando dele, sabendo que isso era apenas para me fazer rir, um modo de me fazer esquecer do nervosismo.

—Depois eu te explico, mas agora você terá que encarar todos aqueles bruxos, sedentos por carne 'fresca' que estão lá embaixo,—
ele disse, me deixando próxima à escada. Já podia ouvir a alta música e o som das pessoas falando no andar de baixo. —Fique bem, te vejo lá embaixo,— Draco depositou um beijo na minha testa e logo desapareceu pelo corredor da casa.

Ok, Charlotte, você precisa fazer isso.

A música parou, e a atenção de todos os convidados se voltou para a escada, enquanto outra música começava a tocar.

As pessoas agora podiam ver a bela Charlotte descendo as escadas.

Charlotte achava ridículo como ainda no século 20 era obrigada a usar roupas que a qualificariam no século 18.

Mas ela não tinha muito direito de escolha em muitas coisas, e suas roupas eram uma delas.

—Charlotte, minha querida, quanto tempo não a vejo?—Bellatrix Lestrange veio ao meu encontro e me cumprimentou com um breve abraço, sendo acompanhada por seu marido Rodolfo. —Da última vez que te vi, você era apenas uma garota, não?

Ah, claro. Talvez se não tivesse sido enviada para Azkaban logo após o meu nascimento, teria me visto mais vezes.

—Oh, sim. Temos que marcar para colocar a conversa em dia,— um grande sorriso falso surgiu no meu rosto após a minha fala.
Ser falsa era o meu maior talento.

Após conversar com quase todos na festa, eu já estava muito cansada quando algo um tanto quanto curioso aconteceu.

Meus pais vieram em minha direção com largos sorrisos em seus rostos, e ao lado deles estava a Família Nott, também com largos sorrisos em seus rostos, mas Theodore Nott, o filho mais novo do casal, não tinha um sorriso em seu rosto.

—Querida, creio que já conheça Theodore Nott, certo?— Meu pai falou ao se aproximar.

—Sim, papai,— respondi com certa estranheza.

—Bem, nós, como seus responsáveis, queremos que ambos se aproximem um do outro. Já estão grandes o suficiente para dar um próximo passo, não acham bom?— Papai falou, me deixando perplexa.

-A linhagem puro sangue precisa continuar, não acham? - Rúben Nott o patriarca da família fala

Continuar a linhagem ?

OH CÉUS, ELES QUEREM ME CASAR.




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