10: Ele salvou o Natal

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— Ah, eu amo Raabe!

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— Ah, eu amo Raabe!

Maíra foi o caminho inteiro tagarelando sobre a pregação. Johann até contribuía para os comentários dela, mas preferia ficar ouvindo. Jamais imaginou que a mulher séria e centrada da Imobiliária San Dodotti pudesse falar tanto, e com tanta paixão.

E o melhor, essa paixão era por Cristo!

Quando ela pareceu finalizar, já estavam na garagem da casa de Johann. Ele então perguntou:

— Como foi com meu pastor?

— Engraçado. — Maíra riu. — Eu falei para ele que menti e ele deu risada, literalmente. Aí ele me contou que tomou um susto quando ouviu minha voz no seu celular. Passou pela cabeça dele que você estava namorando escondido.

— Você quase me colocou em apuros, Abreu — Johann respondeu, rindo.

Ela sorriu. A risada dele era gostosa.

— Obrigada por me convidar para o culto — agradeceu, desatando seu cinto de segurança. — E por passar o Natal comigo. Você foi uma provisão de Deus para mim, quero que saiba — acrescentou, atraindo a total atenção de Johann. — Foi meu primeiro Natal realmente feliz depois da conversão. Obrigada.

Ele assentiu.

— E — ela retomou, recompondo-se —, já que me está me obrigando a jantar de novo, poderia me dar dicas de como parecer menos pobre para os seus pais.

Johann sorriu com a brincadeira e se lembrou dela esfregando o guardanapo na língua depois de comer canapé de atum. Seus lábios permaneceram curvados enquanto ele dava dois toques no volante com o dedão.

— Só seja você mesma — ele respondeu. — Tenho certeza que gostarão de você tanto quanto eu tenho gostado.

Maíra sorriu, sentindo as bochechas quentes. Já tinha notado que a postura implicante do homem sumiu após eles terem conversado na edícula. Ele estava mais quieto e contemplativo e ela temia acreditar que sabia porquê. Tinha bastante certeza até, mas... se ele não confirmasse, não seria verdade. Até lá ela só teria conjecturas.

— Então está bem — ela respondeu e intentou abrir a porta.

— Um instante! — Johann a interrompeu.

Ele desceu do carro e deu a volta para abrir a porta para ela.

— Você está doido para fazer isso desde que saímos da Dodotti, não é, menino de ouro? — acusou, saindo do carro e afastando-se rápido dele.

Johann balançou a cabeça, recordando-se de sua quase batida no pilar de concreto. Depois ainda teve a coragem de questionar a certeza dela sobre o seu interesse.

Lembrando-se do motivo pelo qual ficou distraído, acabou observando-a apertar a faixa que marcava sua cintura larga. Agora Maíra usava um vestido vermelho em comprimento midi, com botões da gola até a barra, e calçava um scarpim preto. Qualquer coisa ficaria bem nela.

A Data ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora