06: Ela tem que parar de fugir

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— Quem é vivo sempre aparece! — Seu Abel cumprimentou Johann com um aperto de mão repleto de alegria

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— Quem é vivo sempre aparece! — Seu Abel cumprimentou Johann com um aperto de mão repleto de alegria. Depois olhou para Maíra com igual satisfação. — Que bom te ver, Mai! Como vai o Pedrão? — perguntou sobre o pai dela.

Maíra sorriu, sem jeito e surpresa com o fato de Johann conhecer o “cara do dogão”. Ele ainda estava omitindo coisas!

— Vai bem, seu Abel — respondeu e um arrepio tomou seus braços ao lembrar da ceia a qual não compareceria.

— E seus pais, Johann? Fora de novo?

— Pois é, problemas na herança do vovô — ele disse. — Me vê um caprichado com bastante mostarda e batata palha, Abel.

— E você, Mai? — Abel perguntou para a mulher. — O de sempre?

— Sim, por favor — ela falou, ainda encarando Johann. — Só que sem maionese, tá?

— Combinado!

— E duas latinhas de Guaraná, Abel — Johann acrescentou. — Já pega a maquininha para mim, por favor.

Maíra buscou a nota de 20 reais em um de seus bolsos, mas Johann viu e sinalizou com a mão que deixasse a conta com ele. Tinha um sorriso travesso nos lábios. Maíra revirou os olhos, mas, para sua surpresa, não achou a atitude dele esnobe. Havia algo como uma auto brincadeira ali, enquanto ele pagava o pedido deles com um cartão de débito.

Johann indicou à Maíra um banco de concreto próximo a eles. Já sentados, ela o encarou.

— Rico vem nesses lugares de pobre?

Johann riu, mas ignorou a pergunta. Ele relaxou as costas, colocou uma perna sobre a outra e cruzou as mãos no colo.

— Me fala mais sobre você — pediu. — Sua família é grande?

— No lado do meu pai sim, ele tem seis irmãos — disse.

— E você, tem irmãos?

— Uma, a Olivia. Ela é casada há seis anos e tem dois filhos: Heitor, de cinco, e a Heloísa, de um aninho.

— Que legal, você deve amar ser tia.

— Amo mesmo. Eles são uns pestinhas, os dois — enfatizou —, mas gosto muito deles.

Um sorriso triste tomou conta do rosto de Maíra e Johann decidiu mudar de assunto para o último que surgiu na sua mente. Não era o que mais queria saber sobre a mulher; sabia que tinha algo relacionado à família Abreu a incomodando, mas ela não queria falar sobre. Johann sentia que devia ajudá-la, mas não sabia como.

— Já viajou para algum país?

A alegria no rosto dela reacendeu.

— Angola, numa viagem missionária!

Maíra desatou a falar de lugares e pessoas como se eles fossem totalmente normais a Johann, mas ele não a interrompeu. Gostou de vê-la empolgada de verdade com algo.

A Data ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora