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Anna Vega

Cheguei na festa e aparentemente era muito mais que uma social, a impressão era de que Los Angeles inteira estava lá. Vários rostos conhecidos transitavam pelo quintal da casa de Greta, pessoas que com certeza eram de outras produções da Warner Bros. caminhavam e me cumprimentavam quando me viam. Fiquei chocada, porque esperava no máximo uma vinte pessoas. Era quase fisicamente impossível tantas pessoas juntas naquele espaço, mas era inegavelmente a festa mais promissora que eu havia frequentado desde que eu havia chegado nos Estados Unidos.
O som era quase ensurdecedor de alto, as pessoas riam, cantavam, dançavam e gritavam. Sinal de que a festa estava sendo um sucesso.

Passei os olhos pela multidão da entrada e não encontrei Ryan, mas imaginei comigo mesma que ele já deveria ter encontrado um quarto e enfiado alguma garota lá dentro.
Fui passando pela multidão e tentei adivinhar onde Greta poderia estar, mas nessa altura da festa, ela só poderia estar no bar que ficava no quintal dos fundos da casa. Fui passando entre as pessoas, demorando pelo menos uns cinco minutos para conseguir atravessar a casa. Quando o fiz finalmente, encontrei ela exatamente onde pensei que ela fosse estar. Em volta dela, algumas outras garotas e todas elas virando shots de tequila, limão e sal. Balancei a cabeça negativamente, dando uma risadinha contida quando vi a cena.

Enquanto observava a loucura na bancada do bar, senti o cheiro do perfume de Ryan do meu lado com a brisa que passou e assim, sua presença. Olhei para o lado e ele me entregou uma cerveja com uma das mãos, enquanto a outra segurava a dele mesmo. Peguei a long neck, olhando-o com um sorriso debochado e abrindo com um truque com as mãos que aprendi. A tampinha voou e ele fingiu estar impressionado.

— Saiu do quarto com a menina que você tava pra vir atrás de mim? — Perguntei, com um tom debochado.

Ele se aproximou mais um pouco pra falar, entendi ele pois o som estava impossível de escutar qualquer coisa.

— Você criou um desafio comigo. Se eu tiver que te conquistar, eu não vou ficar com mais ninguém... — Ele falou próximo da minha orelha, sua voz desceu uma oitava. Seu corpo próximo ao meu tinha um certo efeito em mim.

Engoli a seco e bebi um gole da minha cerveja, sentindo o álcool aquecer o meu corpo. Ele sabia exatamente o que dizer e como dizer, mas jogar com ele seria muito mais interessante.

— Acreditar no que você fala é tipo acreditar em história de fadas, ou coisa do tipo — falei de volta, também no seu ouvido.

Ele sorriu e bebeu um gole da sua bebida, arqueando uma das suas sobrancelhas.

— Eu digo isso porque sei que vai ser rapidinho — seu tom pareceu mais grave, ecoando pelos meus ouvidos no ponto de me fazer arrepiar. Arqueei uma das sobrancelhas. — Essa noite ainda.

Balancei a cabeça negativamente, suspirando profundamente.

— Vai ter que se esforçar muito pra conseguir qualquer coisa tão cedo — falei, ajeitando a gola da sua camisa jeans e o trazendo pra perto. Seus olhos foram sedentos para os meus lábios. — Pode olhar, só não pode tocar.

Ele apertou a mandíbula quando me viu se afastar no meio da multidão, indo em direção à pista de dança.
Encontrei algumas amigas de elenco, uma delas era Ana de Armas, que teve a sorte de trabalhar com ele quando ele ainda era casado. Quando eu contei a história, ela me olhou de queixo caído.

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