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Ryan Gosling

Acordei no dia seguinte morrendo de dor de cabeça. Primeiro pela bebida, segundo pela noite mal dormida após a festa e uma reclamação a ser feita: eu realmente não havia ficado com ninguém naquela festa além de Anna. O que era diferente, até estranho se for pensar no meu histórico. Por que exatamente eu tinha obedecido uma mulher que havia acabado de conhecer? Quando abri os olhos e dei de cara com o despertador, eram dez horas da manhã.

Na minha cabeça, tudo o que se passava era aquele beijo e toda a marra da Anna. Não lembrava se tinha me deparado com alguma tão difícil quanto ela desde ter me iniciado na putaria pós separação, e olha que estava nessa situação há pelo menos um ano e meio. No entanto, a sensação de desafio era bem excitante, isso era inegável.
Sabia que ela não iria aguentar até a gravação das cenas de sexo e se aguentasse, quem ficaria maluco seria eu. Afinal, aquele beijo tinha sido o melhor em muitos meses mesmo. Sentir o coração dela batendo contra o meu, seus dedos no meu cabelo, sua perna na minha cintura, aqueles lábios carnudos, meus dedos passeando pelos seus cabelos castanhos ao colocar atrás da orelha.
Passei as mãos no rosto, tentando ignorar esse monte de pensamentos.
Levantei da cama e resolvi que iria para a academia treinar e gastar a energia que pensei que iria gastar na academia.

[...]

Havia finalmente terminado uma bateria de exercícios, o suor escorria pelo meu corpo aos montes. A dor de cabeça havia passado, mas minha mente era dominada pelos lábios daquela garota marrenta. Quando decidi beber um gole de água da garrafa e desligar os fones de ouvido, vi Anna entrar na academia. Pensei estar delirando, mas definitivamente era ela. Seu jeito de andar e de me olhar era uma verdadeira tortura. Passei a mão pelos meus cabelos molhados pelo suor que caíam na testa e decidi me aproximar, tentando a sorte novamente.

- Gostou tanto assim? A ponto de me seguir? - Perguntei, me apoiando ao lado do aparelho de perna que ela havia sentado.

Anna Vega me olhou com uma das sobrancelhas arqueadas, rindo debochadamente.

- Posso ser sincera? Até que gostei, mas, definitivamente não preciso ir até você pra ter caso eu quisesse qualquer coisa - ela respondeu, dando início ao seu exercício.

Okay, essa foi uma boa resposta.
Dei uma risada nervosa, como se fosse uma daquelas que você dá quando recebe um soco no estômago ou algo do tipo. Coloque a mão na minha própria cintura.

- Nossa... - O pior é que ela tinha razão. - Por que você tá sendo tão difícil assim?

Ela parou o seu exercício por um instante e me observou com atenção, antes de responder qualquer coisa. Depois, seu olhar pairou pela academia, percebendo que algumas pessoas prestavam atenção na conversa. Ana me puxou pela camisa, me fazendo aproximar.

- Porque a sua fama diz que você é um cara que come e vaza, já eu sou completamente diferente... A não ser que você queira me ganhar pelo cavalheirismo - ela murmurou, de um modo que somente eu poderia escutar com clareza. - Pelo bem do nosso trabalho, ou você me conquista ou desiste.

Desistir definitivamente não era uma opção.

[...]

Depois daquela conversa na academia, me encontrei pensativo debaixo do chuveiro. Eu precisava montar a estratégia perfeita para conseguir aquela garota, e com isso, me desligar de todas as outras. O que seria um desafio, porque eu realmente tenho uma para cada dia da semana. Mas, o foco era necessário. Eu sabia que valeria a pena, ainda mais quando eu falasse na cara dela que ela havia perdido aquela disputa.

Liguei para Greta Gerwig, perguntando se ela já havia montado uma mesa de leitura com o elenco antes do início das gravações e sugeri que fosse na minha casa. Ela parecia ter acabado de acordar da festa, além de enfrentar o maior porre da vida, mas ela Greta havia concordado com a ideia. Era só o começo de um plano infalível.

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Notas da Autora: O capítulo foi mais curto que os dois anteriores? Sim. Mas, tem um motivo! Eu preciso saber se vale a pena continuar escrevendo ou não. Caso eu veja um bom feedback, prometo dar continuidade! Feliz Ano Novo, aliás.

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