2 - A SALA DOS COELHOS MORTOS

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A Sala dos Coelhos Mortos

Eu havia uma grande missão naquele momento. Precisava recuperar os membros do Sr. Coelho e da Sra. Raposa. A melhor forma de conseguir achar, seria procurar por todas as salas.
— Olá! Podem me dizer aonde vão dar cada uma dessas salas?
—Não está vendo que está atrapalhando nossa dança? Saía daqui, criança!
Já havia visto que tentar conversar com Coelhos e Raposas não seriam a melhor ideia, então segui em frente e entrei na primeira sala que vi.
— Uau...
Ao entrar na sala, me deparei com três espelhos de superfície líquida apoiados em um suporte no chão. Eles tinham bordas douradas e um laço em cima dele. O primeiro espelho havia um laço Roxo, o segundo, um laço vermelho e o terceiro um laço azul.
— Acho que consigo entrar dentro deles... Assim como fiz para vir para cá. Mas qual eu devo entrar?
Olhei bem para os três e decidi entrar no espelho Azul.
— É por você, Sr. Coelho...
Ao entrar no espelho, saí em uma dimensão espelhada. Era a mesma sala, porém os outros dois espelhos estavam quebrados. Entrei de volta no salão e me assustei com oque vi.
— Oh Meu Deus...
O salão estava cheio de guardas, e muitos corpos de coelhos e raposas mortas no chão. Sangue para todo lado e em minha frente, havia um casal de coelho e raposa sendo cercados por dois guardas e um detetive.
— O que está acontecendo aqui?
— Oh! minha jovem! Leia isto para mim por favor. - disse o detetive me entregando um papel.
— Aqui diz... " Eu não matei apenas um, mas oito pares de dois"
— Está mentindo!
— Não! está escrito aqui.
— E oque isso significa?
— Eu não sei...
— Ótimo! Estou sem tempo para brincar de detetive. Mate os Dois!
— Espera!
Antes de eu poder interferir, os guardas fuzilaram o casal.
— Você pode ficar com isso! - disse um dos guardas me entregando um saco com alguns membros dos animais.
— O-obrigada...
Voltei até a sala e voltei pelo espelho azul que vim. Eu estava traumatizada com aquela cena. Mas voltei até o salão e entreguei os membros para o Sr. Coelha e a Sra. Raposa.
— Devo ter te dado um trabalho! Obrigado minha jovem.
— Imagina! eu definitivamente vou ajudar vocês dois.
Coloquei os membros do lado dos dois. E agora, precisava achar os outros membros restantes, então voltei à sala de espelhos e entrei no espelho de superfície líquida e de laço vermelho, localizado no meio do salão. Desta vez, assim que entrei na dimensão espelhada, o espelho deixou de ser líquido e voltou a sua forma normal, me deixando sem saída novamente.
— Não! como irei voltar agora?
Do nada começei a ouvir um som de algo pingando no chão. Abri a porta e agora o salão estava totalmente escuro, com sangue por toda a parte. Membros, cabeças degoladas e balas por toda a parte.
— O que aconteceu aqui?
Na sala de baixo, um som de choro começa a aparecer. Segui o som que me levou a uma sala com mesas e cadeiras. Lá havia um guarda roupa, eu acreditava que o choro vinha de lá. Então abri a porta, e lá estava uma raposa escondida.
— Saia daqui! Eles vão me achar!
— Calma! Eu não vou te fazer mal.
— Então vá até o salão e veja se eles ainda estão a minha procura!
— Ok...
Ela estava tão assustada, ao ponto de não conseguir nem ouvir oque queria dizer a ela. Mesmo assim segui até o portão do salão para verificar e me surpreendi com um cartaz pendurado na porta, que dizia:

Raposa Assassina procurada!
Quem achar ela, ganhará uma
recompensa de dois pirulitos.

Logo percebi que a raposa estava fugindo dos guardas, pois era acusada de assassinato.
  Ao entrar na sala, haviam cerca de oito guardas reais. O chefe deles chegou até mim e me fez a pergunta:
— Olá garotinha! Viu uma raposa assassina por aí? Se a ver, me avise! Está assassina precisa pagar pelos seus crimes.
— Sim... Eu a vi!
— Aonde?
— Dentro do guarda-roupa, na sala de baixo.
Os guardas marcharam rapidamente até a sala abaixo e apontaram todos suas armas para o guarda roupa.
— Saia agora, ou iremos atirar no guarda-roupa!
A raposa saiu lentamente de dentro do guarda roupa, com lágrimas nos olhos, dizendo:
— Sua traidora! Eu confiei em você...
— Atirem!
Muitos disparos foram feitos, e o corpo da pobre raposa, agora estava totalmente peneirado.
— Me desculpe, Raposa...
Assim que os guardas partiram, arranquei os membros que faltavam para a Sra. Raposa da outra realidade e voltei para a sala dos espelhos. Que agora estava com a superfície líquida novamente. Entrei dentro dele e voltei para a realidade em que estava.
— Ótimo... agora me resta o último espelho, o roxo.
Assim que entrei, fui direto ao salão de dança. Que desta vez, não estava com membros ou sangue, pelo contrário, haviam pares de coelhos e raposas dançando, soldados, e a rainha observando cada um deles.
— Olá caros dançarinos! Vocês todos sabem que todas as noites eu escolho os dois melhores dançarinos! E os outros que não conseguirem ser os melhores... Serão executados!
— Executados?
— Ah... Quem é você? O que faz aqui?
— Olá vossa majestade! eu estou apenas procurando algo que perdi...
— Ótimo, sente-se e depois da dança poderá procurar pelo que perdeu.
Me sentei e esperei poucos minutos, pois a dança já estava no final.
— Parem! Eu já decidi os vencedores. Sr Coelho e Sra. Raposa são os escolhidos. Guardas, executem os outros.
— Ela não pode fazer isso!
Todos os Guardas começaram a atirar em direção dos outros casais, que aceitaram rapidamente suas mortes.
— Não!
— Limpem tudo depois! E você garota...
procure oque perdeu. - Disse a rainha se retirando do salão, após ordenar a morte dos quatro casais que haviam na sala.
— Isso é horrível... Ela é horrível...
Peguei os membros que faltavam para o Sr Coelho e a Sra. Raposa e voltei para minha realidade pelo espelho roxo.
Ao chegar em minha realidade, fui ao salão de dança e entreguei os membros para o Sr Coelho e a Sra Raposa.
— Estou te dando tanto trabalho! Muito obrigado.
— Imagina! Só preciso de uma agulha e linha agora para costurar vocês dois. Sabe aonde posso encontrar?
— Oh... tente encontrar na última sala do salão... talvez hajam pessoas lá que tenham.
— Obrigada!
Segui até a última sala e lá haviam quatro mesas com duas raposas em cada. Elas fofocavam da vida dos outros coelhos e raposas.
— Ei, Minha jovem! Sabe costurar?
— Olá, sei sim, por que?
— Tome essa agulha e linha, preciso que costure a alça do meu vestido... Ele rasgou hoje a tarde.
— Claro! Se eu conseguir, você deixa eu ficar com a linha e a agulha?
— Claro, eu não sei mesmo costurar.
Costurei o vestido dela e voltei ao salão com o elemento principal para ajudar o Sr Coelho e a Sra. Raposa.
— Sr Coelho! Agora posso costurar você.
Peguei a agulha e comecei a costurar todos os membros rapidamente, fazendo com que o Sr. Coelho começasse a se mexer, dizendo:
— Eu consigo me mover novamente!
— Que bom! agora preciso costurar a Sra. Raposa.
Assim que terminei de costurar os dois, o casal saiu pelo salão, saltitando e dançando.
— Ei garota! pegue isso como agradecimento. É a chave do teatro.
— Oh... Obrigada.
Ao entrar na sala, me deparei com um enorme Teatro. Havia um grande tapete vermelho que levada ao palco principal, que se encontrava fechado por duas cortinas vermelhas. Aos lados do tapete, haviam suportes com tochas acesas em cima. Elas eram as únicas luzes dentro da sala.
— Devo ir até lá?
Segui o enorme tapete até o Palco Principal. Ao chegar, vi almofadas coloridas no chão. Como se estivessem preparadas para um grande show.
— Sente rápido! o show já vai começar! - Disse uma abóbora que estava ao lado do palco.
— Oh... Ok.
Assim que me sentei na primeira almofada. As cortinas se abriram. Havia um cenário montado com madeira no fundo e um garoto estava lá, em pé e de cabeça baixa, pronto para apresentar algo como um espetáculo.
— Bem Vinda ao mais incrível dos espetáculos! A mais extraordinária e impressionante prosa. De uma garotinha cujo os dias estavam contados, e sobre seus sonhos que nunca foram realizados.
   Quem era este homem? Ele usava um chapéu de canto, cabelos que cobriam os olhos, pequenos chifres nos lados da cabeça e uma pele estrema mente escura, cujo era possível ver apenas seu enorme sorriso.
— Que poeta maravilhoso eu sou, não é?
— Quem é você?
— Não perca seu tempo com perguntas idiotas, senhorita.
— Mas...
— Aproveite sua estadia e guarde suas memórias próximas a seu coração.
Todas as cortinas foram fechadas, um telão desceu do teto, e um velho filme de fita começou a ser tocado nele. Suas músicas eram tenebrosas de antigas, e a contagem regressiva começou.
— Um filme?

"Era uma vez, uma garotinha muito especial que estava em um jardim muito especial. Ela adorava tirar sonecas durante a tarde, e também gostava de não fazer nada durante o dia todo. Que menininha adorável e boba, não? De fato ela era uma garota muito privilegiada que possuia até a sua própria montanha de doces. Mas isso não é Tudo!
Eguiette! Sua melhor amiga nunca saiu do seu lado. Justo como irmãs da mesma mãe. Haha, eu sou muito engraçada. Uma pirralha barulhenta e sua boneca de pelúcia, existe combinação melhor? Juntas, as duas eram um inferno! Conhecidas por todo o reino com tiranas! Ou apenas duas criancinhas bobas, não sei! Duas feiosas idiotas, elas eram! Elas contavam muitos segredos uma para a outra, até mesmo os embaraçosos. A hora do chá é a hora mais importante aonde elas discutem os assuntos mais sérios. Como, qual a abóbora mais engraçada do reino?Também realizavam muitas festas especiais com muitos bolos. (Também possuem cérebros do tamanho de uma ervilha)
  Eguiette era realmente a melhor amiga de Fleta e sua companheira mais importante e fiel. Ela também estava de saco cheio do jeito infantil da garota. Um dia, entretanto, estava chovendo, e Fleta não conseguiu sair de casa. Mas que pena.
  Dentro da casa de Fleta havia um local tão secreta que ninguém poderia entrar lá. Inteligente como ela é, Fleta decidiu entrar lá mesmo assim. Não seria uma chuvinha que impediria elas de se divertirem. Dentro da sala, havia uma carta muito secreta! Oque poderia estar escrito em uma carta incrivelmente secreta? Fleta se perguntou. Mas oque é isso? A carta estava cheia de mentiras! Mas quem poderia ter escrito mentiras tão nojentas como essas? É simplesmente impossível para Fleta acreditar em mentiras tão nojentas como essas! Não poderia ser culpa de Fleta! era impossível ser culpa dela! Isso mesmo, não tem como a Fleta estar envolvida com mentiras tão horrendas como estas! Fleta não é nada além de uma garotinha pura! Simplesmente porque já existe um culpado bem óbvio! É tudo culpa dessa garota cruel! O nome dessa malvada é..."
 

Antes de Fleta poder dizer o nome, o telão subiu de volta, e muitos gritos de desespero começaram a serem propagados na sala do Teatro.
— Oh Deus, as coisas ficaram interessantes. - Disse o garoto misterioso, sumindo em um passe de mágica.
— Oque está acontecendo?
Os gritos Pararam desta vez, e eu não pude evitar de querer saber oque estava acontecendo ali, então voltei pelo tapete, e abri a porta que dava para o salão de dança da onde vim.
— Meu Deus!
O salão de dança estava totalmente ensanguentado! Tudo ali estava coberto por sangue, e havia somente um casal dançando sobre todo o sangue... O Sr e a Srta Coelho e Raposa...
— Sr Coelho, oque aconteceu?
— Não está claro, querida? nós demos uma lição neles.
— Não me diga que vocês fizeram tudo isso, fizeram?
— Claro que sim! Nosso trabalho ficou bem feito, não?
— Mas por que? pensei que tudo que queriam era dançar novamente!
— Oh querida, você ainda tem muito para aprender, e o ódio é uma das coisas.
— Como Puderam fazer algo assim?!
— Como podemos? Você sabe muito bem oque eles fizeram conosco!
— Isso não justifica!
— Vingança, minha querida, é um prato que se come frio! Entende? Agora saia, estamos muito agradecidos pelo que fez por nós. Te devíamos nossa mais pura satisfação
— Hahahaha - Gargalhava a Srta Raposa.
     Indignada com tudo aquilo, não consegui olhar nos olhos deles... Apenas sai pela sala ao lado com minha cabeça baixa de desgosto.
    — Seja bem vinda a sala da rainha!

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