Circo Meia-Noite
— Harpae...
Sai do quarto de Harpae, e fui para fora da mansão. Eu estava sozinha, do lado de fora, estava frio, ventando, e a única saída, era atravessar o rio por um bote.
— Como irei sair daqui? Eu não tenho nenhum meio de atravessar?
Assim que falei, avistei uma lamparina no rio. Ela se aproximava cada vez mais, e ao chegar, vi que era um bote, com uma lamparina presa em um dos seus lados. Entrei no bote, me sentei, e ele começou a partir em uma direção estrangeira.
— Está tão frio... Não queria estar sozinha...
— Não precisa ficar sozinha.
Ao olhar para frente, pude me ver, sentada na minha frente, como um clone.
— Quem é você?
— Não sei quem sou... Ou mesmo meu nome... Talvez ela saiba a resposta, talvez você saiba a resposta. Estou com medo, não quero continuar... A verdade está mais próxima do que você acha que está...
— Por que eu? Todas somos...
— Isso não tem nada a ver comigo... Nada disso é nossa culpa, e mesmo assim você é...
— Eu?
— Agora é tarde para você voltar atrás. Escolhas precisam ser tomadas. O que eles achariam de você? O que você iria querer deles? - Disse o clone, sumindo na névoa do rio.
Finalmente, o barco havia atravessado o rio, e agora eu estava do outro lado, em terra. O barco parou na costa, e eu sai dele, subindo na ponte de pedra, e seguindo pelo caminho reto. Mas aonde eu estava? O caminho era escuro, quebrado e com muita neblina.
— Eu só quero sair daqui... Se eu pudesse acabar com isso logo...
Ao olhar para o chão, percebi que o chão de pedra, agora era xadrez, e a agora, a neblina tinha acabado, pois eu estava em um corredor fechado. Nas paredes, haviam muitos cartazes, escrito "Circo Meia Noite".
— Circo meia noite? Há um circo aqui?
Continuei andando pelo corredor, mas ao dar alguns passos, o corredor começou a tremer, e uma parte do teto começou a desmoronar no corredor. As paredes se racharam. Eu me encostei na parede, sentei no chão com os braços protegendo a cabeça.
— O que está acontecendo?!
Ao terminar de desmoronar, uma das paredes rachadas, haviam revelado um caminho, cujo era acompanhado por um grande tapete vermelho.
— Eu preciso ter coragem...
Ao seguir o caminho, vi haviam enfeites de circo por todo o corredor.
O corredor me levou a uma sala, cujo as paredes eram vermelhas, com muitos cartazes do circo e enfeites coloridos. Em cima da mesa de centro, havia uma abóbora.
— O que faz aqui senhor abóbora?
Ao olhar melhor para ele, pude ver que não era uma abóbora esculpida, ele estava sem a boca e os olhos esculpidos, então peguei uma faca de mesa que havia guardado do jantar real da rainha Egliette, e esculpi uma boca e dois olhos em sua face, fazendo com que ele respondesse minha pergunta, dizendo:
— Eu estou apenas esperando o show começar.
— Oh...
— Aliás, tem algo que quero lhe mostrar, pode me levar? Eu não consigo andar, como pode perceber.
— Senhor Abóbora, olha, eu não sei se...
— Ótimo, vamos!
Eu estava em uma situação delicada, mas optei por pegar a abóbora no colo. Ao pegar, uma das portas da sala foi aberta de repente
— Ela realmente está ansiosa para te ver, né? Como se sente sendo tão famosa?
— Do que está falando?
— Ai, você é tão chata, só anda logo.
Segurei a abóbora, e entrei na porta que havia aberto. A porta deu em uma grande sala escura.
— Está tão escuro, não consigo ver nada...
Ao andar, um objeto caiu do teto em minha frente, fazendo com que eu me assustasse com o barulho e dando um grito muito alto, quase deixando o senhor Abóbora cair no chão, ele não gostou nada da situação, e ironizou:
— Se você se assustou com isso, imagina quando ver ela.
— Ela...
— Vamos! Estamos perdendo tempo!
Continuei andando reto pelo salão escuro, mas o Senhor Abóbora tentava de todas as formas diminuir minha própria imagem, dizendo:
— Você não é tão interessante, se me permite dizer.
— Você continua dizendo isso.
— Que terrível né? Vai dizer o que? "Ai eu sou tão sozinha e perdida. Pare de me encher!"
— Mas eu não ia dizer isso...
— E ia dizer o que? Que gostaria de parar e tomar um chá? Ou brincar de esconde-esconde? Por favor, siga em frente, seu descaso me cansa.
— Por favor, pare!
— Veja, chegamos no final. Entre!
Ao final da sala, havia uma única passagem, que estava bloqueada por folhas e galhos. Abaixei-me e entrei. Saindo em outro lugar totalmente diferente.
— Aonde estamos? - Disse eu, me agachando no chão e tossindo muito.
— Você não saberia mesmo se eu dissesse, afinal você não sabe de nada mesmo. Não está na hora de lembrar das coisas?
— Lembrar do que?
— Essa realidade não te pertence mais, bobinha. Você não é a única procurando por respostas! - Disse o senhor abóbora se jogando do meu colo, direto ao chão.
— Quem é você?!
— Sua hora chegou, garota tola! Hora de encontrá-la em meu lugar!
De repente, as tochas se apagam, e uma luz de teto é ligada. Agora eu estava em outro lugar totalmente diferente; Eu estava em uma sala comprida, ela havia muitos espelhos de parede, uns em cima dos outros, mas o que me chamou atenção, foi uma única página de um diário no chão, que dizia:
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O Espelho de Bolso
FantasiUma jornada por um reino misterioso onde nada é o que parece e tudo está conectado. Como uma jovem com um passado nebuloso, você acorda em uma mansão estranha e sinistra com nada além de seu espelho de bolso na mão. Uma adaptação do RPG Maker (Pocke...