Dores de crescimento

13

Narcissa observou as duas crianças de seis anos correndo na frente dela. Remus estava perseguindo as crianças, atacando-as e fazendo cócegas de brincadeira. Eles estavam voltando da enfermaria e Severus estava dando aulas, caso contrário ele estaria lá. Ele não podia se dar ao luxo de perder mais dias. Os Sonserinos não eram estúpidos e precisavam manter em segredo a presença do menino no castelo por mais um tempo para sua própria segurança.

"Mamãe!" Draco gritou enquanto se virava e corria de volta para ela.

Ela o repreendeu por seu comportamento. Ele não estava se comportando como Lorde Malfoy deveria. Eles estavam em público (mesmo que não houvesse ninguém por perto, os corredores do castelo eram considerados públicos) e deveriam agir assim. Draco esperou com óbvia impaciência que a palestra dela terminasse e ela alisou seu longo e sedoso cabelo com carinho. Agora caía sobre os ombros dele, e ela poderia facilmente brincar com ele agora que a cabeça de Draco alcançava sua cintura. Harry ainda era muito menor, quinze centímetros mais baixo e pesava cinco quilos a menos que o filho dela.

"Queremos brincar lá fora." Draco disse. "Vamos às compras. Precisamos de coisas novas."

Ela olhou além de Draco para ver Harry. O menino olhava timidamente para o chão e torcia a camisa nas mãos. Ela sorriu e se virou para olhar para Draco, "Tudo bem. Vamos fazer compras em vez de ter aulas matinais. Mas você não vai sentir falta de dar cambalhotas esta tarde. Marquei uma consulta em uma nova escola para você."

"Sim, mãe." Draco disse afetadamente e voltou para Remus e Harry.

Ela sentiu orgulho de seu filho e dor. Ele estava crescendo tão rápido. Ela estava muito grata por tê-lo como criança novamente e sabia que ele precisava retornar à sua idade legítima, mas não podia deixar de aproveitar cada segundo extra dele sendo jovem e precisando dela novamente. Remus olhou para ela com um sorriso conhecedor e ela o convidou para ir junto. Ele aceitou prontamente.

…

Draco não sabia o que estava errado, mas estava determinado a fazer algo a respeito. Havia um peso em seu bebê que nunca havia sentido antes. E desde que acordaram naquela manhã, Harry não olhava para ele nem para ninguém nos olhos. Draco estava prestes a gritar. Ele pensou que sair o faria se sentir melhor. Sempre foi divertido para ele, mas parecia piorar as coisas. Ele simplesmente não conseguia entender.

Eles estavam em uma enorme loja de brinquedos em Paris e tudo o que Harry pôde fazer foi ficar em silêncio. Sua mãe também estava preocupada, mas Harry não respondeu. Moony tentou fazer Harry relaxar também, mas seu bebê não aceitou. Eventualmente, Draco se cansou e ordenou que os dois adultos os deixassem. Mamãe não queria, Draco sabia, mas ele a encarou como lhe ensinaram e ela finalmente foi para o outro lado da loja com Moony.

"Querido, qual é o problema?" Ele perguntou gentilmente, pegando a mão de seu melhor amigo. "Tem muitos brinquedos aqui. Venha ver comigo."

Harry assentiu, mas ainda não ergueu os olhos nem falou. Draco passou um braço em volta dele e o conduziu pelas ilhas. Ele apontou jogos, estatuetas e bichos de pelúcia. Harry balançava a cabeça quando perguntava se ele gostava de determinada coisa, mas sempre que Draco tentava fazê-lo pegar, seu bebê balançava a cabeça com força de um lado para o outro. Draco podia sentir seu pânico, então seguiria em frente.

"Mamãe. Estou pronto para ir." Ele disse rigidamente.

"Tem certeza, Draco? Você ainda não escolheu nada." Ela perguntou com uma carranca preocupada.

"Qual é o problema, filhote?" Moony perguntou, de joelhos na frente do garotinho. Harry não falou.

"Vamos agora." Draco agarrou a mão de Harry e eles saíram.