Capítulo 15 | [Animado? Muito mais vem por aí]-parte 2

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Às vezes era bizarro como algumas coisas podiam mudar do dia para noite.
Poucos dias atrás a cidade estava em "quarentena", com pouquíssimas pessoas nas ruas e diversos guardas espalhados em cada canto.

Hoje, Miguel mal conseguia andar com a quantidade de pessoas reunidas em um único local. É como se qualquer regra sobre manter distância se quer tivesse existido.

Se seu pai não estivesse abrindo espaço para eles passarem, e fazendo questão deles ficarem colados nele, ele já teria se perdido há muito tempo.

A praça estava repleta de um sentimento de expectativa, enquanto os moradores se reuniam para celebrar a inauguração da tão inesperada chegada da Academia. Um palco metálico simples e improvisado, adornado com fitas azuis e amarelas, a marca da Academia, estava no centro, destacando o espaço dos demais. Sendo guardado por diversos guardas na área circular.

Ao redor do palco, barracas de comida exalam aromas tentadores, enquanto que filas se estendiam pelas ruas para a compra de simples lembrancinhas do evento.

Enquanto a multidão se "acomodava", conversas animadas sobre o evento podiam ser ouvidas por todos os lugares, como se nenhum dos ataques tivessem acontecido nas últimas semanas. Ele não sabia se o pessoal esqueceu ou se estão só fugindo desse fato.

Pessoalmente, ele queria desfrutar um pouco dessa ignorância também.

Minutos depois ele consegue, finalmente, respirar. Eles tinham conseguido chegar uma pequena estação, distante do centro e do pequeno palco que tinha sido montado.
Assim como ele, Trey também parecia aliviado de ter espaço, e apesar do tumulto, ele parecia muito mais tranquilo que no domingo.

Ele vê o mais novo olhar para os lados, parecendo mais focado em encontrar algo do que qualquer outra coisa; e seus olhos se arregalam quando avistam a tal "coisa".

Miguel só não esperava que Trey saísse dali, desrespeitando completamente a regra de todos ficarem juntos.

Trey! Pra onde você tá indo?! — Ele sussurra, para seus pais não ouvirem, mas Trey o ignora completamente.

De todas as outras vezes, essa será a que Miguel mais se arrependerá de quebrar a regra.

🌕🌕

Érica puxa Alex pela manga, para um canto mais isolado, fazendo ele se curvar bastante para escutá-la. — Você não disse que ia falar com a general? — Ela sussurra no ouvido dele, enquanto acenava, com um leve sorriso, para qualquer conhecido que passasse por eles.

— Eu falei, mas — ele aponta para as pessoas ao redor — aparentemente os superiores priorizaram o "entretenimento".

— É sério isso?

Ele afirma com a cabeça. — O máximo que ela pôde fazer foi enviar reforços para ajeitar essa bagunça.

— Não pode ser verdade! — Ela puxa ele mais para perto na emoção. — Tem crianças aqui! Até eles conseguirem organizar todo mundo a infecção pode se espalhar para a cidade inteira!

A expressão de Alex fica cada vez mais séria. — Sim... Mas não tem nada que possamos fazer.

— Nada que possamos fazer?? O que aconteceu com você? — Ela olha indignada para ele. — O homem que pulou em um lago artificial com um abissal só pra causar uma distração!

Ele suspira estressado. — Érica, a situação é outra agora.

Érica observa seu marido de ponta a ponta, checando se seus olhos treinados pudessem notar algo além. Porém, tudo que vê é um cansaço extremo em sua expressão, imaginando ser resultado de incontáveis horas de trabalho.

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