Capítulo 18 | [Como nos seus sonhos]-parte 1

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|Oi| 17:35|

|Oi| 17:35|

|Oq foi aquilo? Vc tá realmente bem?| 17:36|

|Tenho certeza que isso não é coisa de... Você sabe.| 17:36|

|Caso você sinta algo estranho, pedi para "eles" irem aí te checar.| 17:45|

|Além disso, tem algumas coisas que eu queria conversar com você, que eu não fui completamente honesta...|17:47|

|Conversaremos sobre isso em um próximo encontro.|17:48|

|EU NÃO ACREDITO| 18:39|

|VOCÊ QUASE MATOU OS DOIS???| 18:40|

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Trey faz uma careta, tentando ignorar as últimas mensagens que reforçavam ainda mais o ponto de Miguel.

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| mals pensei que era outro meta | 21:30|

| :( | 21:30|

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Ele coloca o celular em cima do cômodo ao lado de sua cama, de cabeça para baixo, desejando esquecer aquilo tudo e ter uma excelente noite de sono com um sonho, ainda que a parte "não fui completamente honesta" tenha o deixado pensativo.

  —  E então, você realmente não vai falar? — Miguel aparece do nada em sua porta, tirando a sua paz. — Sobre como o seu corpo desligou por ainda mais minutos?

— Eu…

— Não, eu já entendi que você não quer falar esses dias, pelo menos não a história toda. Você deixou bem claro isso… — Miguel cruza os braços, observando ao redor do quarto. — Mas poderia ao menos me dizer o motivo do “voto de silêncio”?

Trey continua quieto.

— Isso tem haver com…  — Miguel olha para o lado oposto, avistando o familiar diário vermelho em cima da escrivaninha. — Algo que nosso pai falou? — Encara Trey.

Seu olhar se levanta até o rosto de Miguel. — Não exatamente…

Miguel arregala os olhos, notando a possível gravidade desse cenário. — Eu posso ajudar de alguma forma? — Pergunta de imediato. — Algo que não coloque você em risco nessa situação? — Ele se ajeita em uma postura mais séria, indo até o mais novo.

— Não sei…

— E, é claro, que evite também você entrar em um estado catatônico do nada, de novo.

Trey ri levemente.

Miguel se senta ao lado de Trey na cama. — Podemos pensar em algo então?

Os irmãos ficam um ao lado do outro. A tarde, ausente de cores expressivas neste dia, já havia se esvaído, dando lugar para um céu azulado sem estrelas.

Assim como o céu, sem os seus pontos brilhantes, as matas locais também se ausentaram da presença de qualquer ser vivo que lá deveria existir, deixando espaço para uma paisagem vazia e silenciosa.

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