Capítulo 11 | [Respire fundo]-parte 2

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Casa, finalmente!

Um leve sorriso de alívio se abre no rosto de Trey ao ver a estrutura.

Sua casa tinha uma paleta de cores feita de uma mescla de tons terrosos e neutros, enfatizando a simplicidade e a sofisticação. Detalhes em aço escovado e elementos em vidro temperado eram cuidadosamente intercalados com a madeira natural, mas o destaque fica para a entrada principal, onde uma porta de madeira sólida, com relevos diagonais sutis, evoca a nostalgia do passado.

À sua volta, painéis envidraçados se estendem verticalmente, trazendo a luminosidade natural para o interior da casa e adicionando um ar contemporâneo à composição de teor americano.

Ele sobe as escadas às pressas, batendo com seus dedos um ritmo estranho no corrimão.

Trey entra, se deparando de imediato com o seu pai, enfiado em algumas papeladas, que estavam dentro de uma pasta preta.

Alex olha para ele.

A alegria de Trey desmorona ao lembrar de algo muito importante: a tal conversa.

— Se troca e me encontra lá embaixo. — Comanda, sem deixar brechas para Trey fugir daquela situação.

O metamorfo apenas assente com a cabeça.

Por que eu tenho a sensação de que isso vai ser algo pior do que ser expulso?

Olha uma última vez para seu pai antes de subir ar escadas.

Como isso seria possível eu realmente não sei...

Em um piscar de olhos, já havia trocado suas roupas e estava descendo para o porão. Passa rapidamente pelo laboratório, vendo de canto de olho alguns tubos e umas papeladas novas, mas nada tão chamativo.

Ele sai do espaço e chega no corredor para o outro escritório do seu pai, sua mão trêmula se dirige a maçaneta fria.

Ele respira fundo e abre a porta.

A visão é quase nostálgica, a primeira vista, um escritório normal, com uma desorganização semelhante ao quarto de Miguel, algumas gavetas meio abertas, dos largos armários metálicos que cobriam a parede a sua frente, com a pontinha de diversas pastas visíveis, e teias decorando as áreas mais obscuras.

Uma visão que apenas nutria o teor depressivo e solitário do ambiente.

Todavia, assim que olha para o lado, vê um arsenal de armas presas na parede à direita de diferentes tipos e formas, com designs simples e avançados. Logo abaixo um grande baú de madeira meio aberto, que parecia ter sido mexido a pouco tempo.

Será que as peças poderiam estar ali?

Seu pai sempre teve um certo carinho com seus itens antigos, odiava quando Miguel e, principalmente, ele mexiam em algo. Porém, começou a notar que Alex tem se tornado cada vez mais indiferente a isso, após perceber que Miguel ganhou uma "nova" jaqueta.

Ele estremece com o ar gélido do cômodo, que completava sua experiência de um animal indo para o abate. Quase se sentia arrependido de não ter dado um último abraço em sua mãe, ou tentado conversar melhor com Miguel.

— O que você quer falar comigo?

Seu pai, que estava sentado em sua escrivaninha de madeira negra, escrevendo alguma coisa em um mapa, se vira.

— Sente-se primeiro. — Aponta para a cadeira disponível.

Trey segue o comando, ficando de frente para ele, e tendo a oportunidade de avistar, em meio aos papéis, canetas, marcadores espalhados, algo bem peculiar em cima da mesa: uma seringa.

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