Cap 2

25 3 0
                                    

   Ao toque do sinal do almoço, todos saíram da sala e eu fui uma das primeiras á sair. Levei o livro que eu estava lendo comigo para eu ler durante o almoço e também minha marmita com comida.
   No refeitório, procuro um lugar para ficar, uma mesa que estivesse vazia e que ficasse num cantinho tranquilo, mas logo vejo o Adrien olhando diretamente para mim, reencostado na cadeira, enquanto tomava seu refri em uma mesa vazia.
   Abro um sorrisinho tímido e vou até ele. Me sento frente ao garoto de olhos dourados, deixando o livro em meu colo. Adrien pousa o copo na mesa e se inclina para frente.
   — Oi, Sham! — cumprimenta o garoto, sorrindo.
   — Oi. — falo timidamente, abrindo minha marmita. Havia uma divisória no meio dela separando o meu poki com camarão do temaki.
   —Eita! Essa comida está com uma cara ótima. — elogia Adrien.
   — Foi minha mãe que fez. — pego um par de hashi. — Prefiro comer comida de casa em vez de comer a da escola.
   — Concordo. A comida daqui não é lá muito boa. — confidência o garoto, rindo em seguida. Depois dá uma mordida no sanduíche.
   Sinto um leve nervosismo. Eu não sabia como puxar assunto com as pessoas e o silêncio fazia minha cabeça ficar agitada.
   Sim, eu tenho uma mente agitada devido aos meus traumas. Às vezes fica insuportável ouvir os "gritos" deles dentro da minha cabeça.
   — Que livro você estava lendo lá na sala? —pergunta Adrien, tomando outro gole do refri.
   A pergunta me traz de volta à realidade e sorrio para ele. Eu adorava falar sobre os livros que eu leio e que eu gosto. Pego o livro do meu colo e mostro á ele.
   — Esse aqui? É "Beren e Lúthien" de J. R. R. Tolkien.
   Adrien pega o livro e dá uma olhada nele.
   — Sobre o que ele fala?
   Meu sorriso se alarga. Passamos o resto do almoço conversando. Eu contava a história do livro de forma resumida e Adrien ouvia com atenção, ás vezes fazendo alguns comentários.
   o garoto olhava sempre nos meus olhos e por vezes isso me deixava sem jeito e eu desviava o olhar com o rosto levemente corado.
   Quando terminamos de comer, formos para o pátio da escola e Adrien recomendava alguns livros para eu ler que achava que eu ia gostar.
   Nos sentamos em um banco embaixo de uma grande árvore e ficamos um pouco em silêncio O lugar estava calmo e com bem poucos alunos. era confortável aquele local.
   — Sham, quantos anos você tem? — Adrien quebra o silêncio depois de alguns minutos.
   — 17. — respondo. v farei 18 daqui á um mês. v olho para ele, curiosa. — E você
   — Tenho 18. — diz o garoto de olhos dourados. — Farei 19 no fim do ano.
   — Perto do Natal? Que sortudo!
   Nó dois rimos.
   — Então, — ele se vira para mim, sorrindo, apoiando o braço no encosto do banco. — o que faz no tempo livre?
   Penso um pouco, desviando o olhar.
   — Hmmm... Bem, eu leio bastante. Gosto de ouvir música enquanto leio. Também sei andar de skate e eu costumo fazer isso pela tardezinha na orla da praia.
   — Eu vi o seu skate. É bonito.
   — Obrigada. — agradeço, sem jeito. — E você? O que faz no tempo livre?
   — Eu saio com os meus amigos nos fins de semana, jogo bastante videogame ou assisto algumas séries na Netflix. Também adoro surfar de manhã na praia. — Então seus olhos brilham alegremente. — Ei! Que tal a gente marcar um dia para se ver na praia? Você leva o seu skate e eu levo a minha prancha.
   Fico surpresa com o pedido mas, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, toca o sinal para voltarmos para a sala, porém Adrien segura o meu pulso.
   — Espera. — pede ele. Me volto para o garoto, confusa. — Você pode me dar seu número?
   Corei um pouco e gaguejo ao responder.
   — Ah... sim, claro.
   Ele sorri e salva o meu número no celular. Então voltamos para a sala.

O Amor Destrói, O Amor CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora