O Amor Destrói, O Amor Cura

Cap 1

   Primeiro dia de aula, e eu estava hiper-nervosa. Era uma escola de Ensino Médio nova, pessoas novas e infelizmente eu não era boa em fazer amizades novas.
   Entro na sala, que estava um pouco lotada com alunos conversando entre si, e me sento numa banca no fundo da sala ao lado da janela. Fico quieta ali, observando as pessoas ao meu redor.
   Hoje vai ser um longo dia... penso, tristonha.

 ...

   Ao entrar na sala, noto uma novata perto da janela, sozinha como se fosse um fantasma, sem que ninguém percebesse. Ela era bonita! Longos cabelos ondulados e vermelhos, raspados na lateral e na nuca e com uma pequena mecha branca na franja, olhos levemente puxados cor de avelã, batom preto nos lábios e óculos de grau redondos lhe dando um ar de nerd fofa. Vestia o uniforme completo: camisa branca de botão, gravata de laço vermelha, terninho azul-marinho e saia vermelha, além de meia calça preta.
   Logo percebi que aquela garota era diferente. Nada de maquiagem pesada, nada de saia muito curta ou de gravata frouxa e três botões da camisa abertos, nada de tentar chamar atenção dos garotos. E, acima de tudo, estava sozinha.
   Decidi me sentar na banca ao lado dela. Lancei um olhar para ela pelo canto de olho. Agora a garota estava lendo um livro grande de capa dura. Pelo visto ela é mesmo uma nerd. pensei. Ao lado da mesa ela tinha deixado sua bolsa preta com desenhos de gatinhos brancos e seu skate preto. E gosta de esportes e gatos.
   Antes, porém, que eu pudesse dirigir qualquer palavra à ela, o professor chega e a aula começa. Que droga. Talvez eu devesse tentar falar com ela no intervalo. Raposinha. apelidei-a mentalmente, por ser ruiva e inteligente.

 ...

   Desde quando aquele garoto entrou na sala, fiquei tentada em falar com ele, mas como sou ma pessoa muito introvertida, não consegui reunir coragem para fazer isso. Mas pude sentir seu olhar em mim.
   Então, durante uma das aulas, escrevi-lhe um bilhete num papelzinho, dobrei e, quando o professor se virou para escrever no quadro, deixei o bilhete sobre a sua mesa.
   Vi ele olhar para mim com seus olhos dourados e sinto meu rosto esquentar. Desvio o olhar rapidamente para o quadro e começo a escrever as anotações que o professor tinha feito.
   Pelo canto do olho vejo o garoto ler o bilhete e um sorriso sutil se formar em seus lábios. O garoto parecia ser simpático e gentil. Tinha a pele morena, cabelos castanhos escuros na altura dos ombros com algumas mechas castanho claras, estando metade do cabelo preso num pequeno rabo de cavalo e metade solto, brincos dourados nas orelhas, ombros um pouco largos e, assim como eu, também vestia o uniforme completo.
   O garoto escreve algo no papel e me devolve o bilhete dobrado. Pego-o e o abro, escondido do professor. Ele havia respondido logo abaixo do que eu havia escrito.
"Oi, tudo bem?"
"Oi! Tudo bem sim. Qual é o seu nome?"
   Sua letra era pequena, fina e um pouco inclinada. Escrevo a resposta no mesmo papel e devolvo ao garoto assim que o professor se distraiu.
"Meu nome é Sham Lin Lupin."
   O garoto lê e escreve algo. Então espera o professor virar-se de costas para me entregar o papel. Abro e leio.
"Que nome lindo! Me chamo Adrien Levi Lewis, prazer em conhecê-la."
   Sinto um leve rubor colorir meu rosto e abro um sorrisinho tímido para ele, que também sorri em resposta. Parece que fiz um amigo.