Cap 10

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   Sinto meu rosto corar e volto a deitar a cabeça em seu ombro. Está ficando mais fácil beijá-lo. Aproveito para comer um pouco mais, já que a bibliotecária não estava por perto e eu me sentia mais calma em relação ao ocorrido. Adrien me observa comer com carinho e ternura nos olhos, enquanto afagava o meu cabelo, feliz por eu estar comendo bem dessa vez.
   Como todo o meu almoço e fecho a marmita. Eu nem tinha percebido que estava com tanta fome! Eu estava bem mal mesmo...
   — Ei, Sham. 
   — Sim? — falo suavemente.
   Adrien desliza os dedos pelo meu pescoço até chegar na minha bochecha, fazendo-me arrepiar novamente.
   — Eu estava pensando... — começa ele numa voz quente e sedutora, acariciando minha face. — Já que estamos aqui sozinhos, poderíamos aproveitar um pouco o tempo juntos... De uma forma mais divertida.
   Sinto meu rosto corar bastante e fico um pouco sem jeito. Sua mão segura a minha e seu dedão acaricia carinhosa a costas da minha mão.
   — Bom... O que tem em mente? — pergunto, tímida.
   O garoto abre um sorriso travesso.
   — O que você acha?
   Meu coração erra uma batida e desvio o olhar. Eu quero, mas... Deveria ceder? Me senti dividida entre ceder ao desejo de nós dois e me permitir ter uma nova experiência, dessa vez boa, ou recuar e deixar o receio e o trauma me dominar.
   — Prometo que não vou adentrar muito por baixo da saia. — murmura Adrien, gentilmente, notando minha hesitação. — Nem forçar você á fazer o que não quer.
   Mordo o lábio. A proposta era bem tentadora. Sua voz gentil me conforta e assenti com a cabeça. Com delicadeza, ele afasta o meu cabelo do pescoço e me beija suavemente em pontos diferentes em meu pescoço, alguns fazendo até cócegas. Fecho os olhos e sinto um arrepio prazeroso percorrer o meu corpo. Seus lábios quentes e macios roçam minha mandíbula e sua mão pousa sobre minha coxa, por cima da saia.
   — Tudo bem? — indaga o garoto, num tom baixo e carinhoso, em meu ouvido. Sua mão aperta levemente minha perna, me fazendo arfar.
   Em resposta, apenas acenei afirmativamente com a cabeça. Sinto minhas bochechas queimarem enquanto meu rosto corava bastante. Então o garoto desliza lentamente a boca pelo meu pescoço. Mordo o lábio tão forte para conter um gemido que sinto ele ficar um pouco dormente. Sua língua toca minha pele e meu corpo inteiro estremece. Sinto minha respiração acelerar junto com meus batimentos cardíacos. Oh meu Deus...
   Sua mão massageia de forma suave minha coxa enquanto Adrien mordiscava meu pescoço. Fico ofegante e sinto o ambiente ficar um pouco quente. Sem conseguir segurar mais, gemi baixinho, inclinando a cabeça para o lado. Meu rosto fica totalmente vermelho e me encolho, um pouco envergonhada.
   — Oh! Que fofinho! — o garoto murmura em meu ouvido, me fazendo arrepiar novamente. — posso continuar? Quero ouvir você gemer mais, raposinha.
   Meu coração erra uma batida. Acenei afirmativamente com a cabeça. Me pegando de surpresa, Adrien me põe sentada de lado em seu colo, sua mão envolvendo minha cintura e me puxando para mais perto.
   Em seguida, de um jeito carinhoso ele segura meu queixo e vira meu rosto para si. Seus olhos dourados brilhavam e um sorriso amoroso e sedutor estava em seus lábios. Aproximou seu rosto do meu e roça sua boca na minha de modo suave.
   Na mesma hora prendo a respiração e congelo. Memórias desagradáveis passam pela minha mente, enrijecendo meus membros e apertando meu peito, me deixando sem ar.
   Adrien nota minha reação e afasta o rosto, me olhando nos olhos, preocupado.
   — Desculpe. Eu passei dos limites?
   Sua voz trás de volta a vida em meu corpo e gaguejo um pouco, sem saber como responder.
   — Não... Um pouco... Eu só... Eu não tenho lembranças boas em relação á beijos na boca.
   O garoto ergue as sobrancelhas.
   — Ah... Entendi. — afaga suavemente os meus cabelos. — Me desculpe. Eu deveria ter perguntado antes. — Seus dedos deslizam para minha face, acariciando minha pele. — Se quiser, podemos parar por aqui e continuar outro dia.
   Abro a boca para responder, porém o sinal toca para voltarmos para a sala. Ambos suspiramos. Apesar do pequeno acontecimento que nos fez parar, era palpável o desejo ainda entre nós e a vontade de permanecer. O clima ainda estava ali, tentando a gente á ficar e explorar mais, prometendo segurança, prazer e o calor que aquilo nos proporcionava.
   Entretanto, não éramos de quebrar as regras da escola e poderia correr o risco de alguém nos encontrar ali. Então nos levantamos e voltamos para a sala de aula, em silêncio mas de mãos dadas.

O Amor Destrói, O Amor CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora