Mais tarde, ao largarmos, vejo Sham ir para casa em seu skate. A luz do sol batia em suavemente nela parecia fazer aquela pequena e bela figura brilhar, enquanto o vento brincava com seus cabelos ruivos. Ela parece ainda mais bonita.
Assobio para ela, que imediatamente se vira para mim e acena timidamente. Acenei de volta e vou até ela.
— Ei, Sham! Posso te acompanhar? — pergunto á ruiva.
Ela me olha, surpresa, mas depois sorri.
— Pode sim, Adrien.
Então ela pega o skate e o leva embaixo do braço, enquanto caminhávamos juntos.
— Você tem amigos? — pergunto á Sham. Esta balança a cabeça negativamente. Franzi a testa. Como uma garota fofa e inteligente como ela não tem amigos?
— As pessoas não são lá muito confiáveis para se fazer amizade, sabe? — diz ela.
Franzi ainda mais a testa.
— Como assim? — questiono, confuso. — E eu? Sou confiável?
Sham olha nos meus olhos, incerta. Depois de um tempo, ela desvia o olhar.
— Eu não sei.
— Por que você acha que as pessoas nãos são confiáveis? — indago meio hesitante. Eu não queria forçá-la á contar, caso ela não quisesse se abrir comigo, mas queria entender o lado dela.
Vejo ela hesitar e morder o lábio.
— Porque elas só sabem machucar e se aproveitar dos que estão vulneráveis. principalmente os garotos.
Sinto pena dela. O que será que Sham passou para pensar dessa maneira das pessoas?
— Nem todas as pessoas são assim, Sham. — falo num tom gentil e pouso a mão em seu ombro. — Eu não sou.
Sham olha para mim e dou-lhe um sorriso acolhedor. A garota sorri de volta, covinhas se formando em suas bochechas. Que sorriso lindo!...
Chego em casa me sentindo radiante. Há muito tempo que eu não chegava em casa assim.
— Filha, o que aconteceu? — pergunta minha mãe, curiosa, enquanto cozinhava o yakisoba para o jantar. — Pelo visto o dia foi ótimo! Fez amigos?
Coro um pouco com um sorrisinho fofo nos lábios.
— Talvez eu tenha feito um amigo...
Minha mãe olha para mim, surpresa.
— Sério, Sham? Ah meu Deus! — ela larga tudo e vem me abraçar com força. — Ah, Sham! Estou tão feliz por você!
Abraço-a de volta com carinho.
— Obrigada, mãe. — agradeço, então solto-a. — Vou para o meu quarto. Tenho atividade para terminar. onde está Luna?
— Ela está lá no seu quarto, querida.
Vou para o quarto e encontro Luna, nossa gata preta de olhos verdes, dormindo em minha cama. Sorrio para ela. Dormindo de novo, né Luna?
Deixo minha bolsa ao pé da cama e meu skate debaixo dela. Me deito na cama ao lado de Luna e solto um suspiro.
— Hoje foi o melhor dia da minha vida, Luna... — murmuro, olhando para o teto, enquanto afagava as costas da minha gata. Luna ronronou em resposta.
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O Amor Destrói, O Amor Cura
RomanceDiferente das outras que fiz, essa história é baseado em mim, mas com algumas mudanças e um final inesperado e feliz, como eu queria. Assim como eu, a Sham é uma garota bissexual cheia de traumas de relacionamentos tóxicos e do bullying que sofria n...