No fim de semana, planejei ficar em casa para maratonar um livro novo que comprei. Minha mãe havia ido fazer as compras do mês e eu tinha ficado sozinha em casa com Luna.
— Hoje é um ótimo dia para maratonar o meu livro novo, Luna! — falo á Luna, alegre, enquanto fazia o meu café da manhã: torradas com geleia de morango. — Não vou sair da cama hoje nem que a vaca tussa.
Luna mia alto aos meus pés. Olho para ela.
— O que foi, Luna? — ela se esfrega mas minhas pernas. — Tá com fome? Vamos, eu coloco ração para você.
Vou para a dispensa e coloco ração no potinho dela. Quando volto para a cozinha, vejo uma notificação de mensagem no meu celular em cima da mesa.
— Uma mensagem? — estranhei. Pego o celular e abro a mensagem. Era do Adrien!
"Oi Sham! Dormiu bem?"
Involuntariamente um sorriso de forma em meus lábios. Digito uma resposta.
"Oi Adrien! Dormi bem sim."
Pego uma torrada com geleia e mordo. Então Adrien manda outra mensagem.
"Que bom! Então... Tem planos para hoje?"
Seguro a torrada com os dentes e respondo.
"Sim. Vou passar o dia lendo o meu livro novo, aproveitar que minha mãe foi pro supermercado. Por que?"
Como a torrada enquanto esperava ele responder.
"Queria saber se você quer sair comigo para dar um rolê?"
Ergo as sobrancelhas, surpresa. Sair para dar um rolê?
"Como amigos, é claro." acrescenta Adrien. "Mas só se você se sentir confortável com isso."
Olho para o relógio. Eram 8:20. Talvez a rua não estivesse tão movimentada assim. E o livro? Eu podia ler ele amanhã. Termino meu café da manhã e mando mensagem para Adrien.
"Aonde você planeja ir?"
Vou para o quarto trocar de roupa. Visto uma camisa preta por baixo de uma jaqueta jeans azul, calça jeans preta e coturnos pequenos da mesma cor. Pego o celular e vejo a mensagem do meu amigo.
"Shopping, mas o que iremos fazer lá é surpresa."
Digito um "ok" e falo para ele me esperar na entrada do shopping. Depois mando mensagem para a minha mãe dizendo que vou sair e para onde vou. Me despeço de Luna e vou para o Shopping no meu skate.
Chego lá e encontro Adrien me esperando na entrada. Ele estava muito bonito! Camisa regata branca, jaqueta preta, calça jeans e cabelo solto. Parece ter saído de um livro.
Vou até ele com um sorriso alegre. Desço do skate e o abraço. Sinto-o fechar os braços ao meu redor e acariciar os meus cabelos.
— Feliz em me ver? — pergunta Adrien.
— Sim! Muito. — respondo, soltando-o. — Então, o que é a surpresa que você planejou?
Adrien abre um sorriso maroto.
— Sinto muito, mas não posso dizer. Você terá que vim comigo para descobrir.
Coro um pouco perante o sorriso dele, mas pego o meu skate para disfarçar.
— Tudo bem. Vamos então?
O garoto assenti.
— Claro. Me dê seu skate, pode deixar que eu levo ele. Não vou quebrar.
Hesito um pouco. Era estranho para mim ver alguém sendo gentil comigo. Adrien estende a mão e dou o meu skate. Ele segura com cuidado por baixo do braço e oferece o outro braço livre para eu segurar. Franzi a testa.
— Vamos?
Olho para ele e sorrio.
— Claro. — coloco as mãos no bolso da calça. — Mas não precisa ser cavalheiro comigo. Somos apenas amigos.
Entramos no shopping juntos. Ainda bem que vim de jaqueta. penso aliviada. Aqui está frio!
— Sei que somos amigos, mas é o mínimo que você merece. — explica o garoto. — Estava apenas sendo educado. Mas se você se sentiu desconfortável, me desculpe. — acrescenta ele, rapidamente. Não consigo conter uma risadinha.
— Não, relaxa. Não foi isso. — tranquilizo-o. — Só não estou acostumada com isso.
Ele franze a testa, olhando para mim.
— Nossa, sério?
Confirmei com um aceno de cabeça.
— Bom, daqui pra frente vai ter que se acostumar. Porque vai ser assim que irei lhe tratar.
Olho para ele, surpresa. Adrien sorri para mim e eu desvio o olhar.
— Vou tentar....
Vejo-a desviar o olhar e penso o quão fofa ela parecia naquela hora.
— Vamos tomar um sorvete antes de irmos para a "surpresa"? — sugiro. Seus olhos se iluminam de alegria.
— Claro! Eu adoro sorvete!
Rio da reação dela e guio a garota até um quiosque que vendia sorvetes. Compro duas casquinhas, uma de chocolate para mim e outra de chocolate e baunilha para ela. Depois seguimos andando enquanto comíamos os sorvetes.
— Sham.
— Sim?
— Posso lhe fazer uma pergunta?
Ela olha para mim e sorri.
— Você acabou de fazer uma.
Solto uma risadinha rápida.
— Engraçadinha.
Sham ri timidamente e desvia o olhar.
— Enfim, o que queria me perguntar? — indaga Sham, dando uma mordida no sorvete.
Olho para sua mão que ainda permanecia no bolso da calça.
— Hmm... Não quero ser inconveniente, mas não está tão frio assim para ficar com a mão no bolso.
Noto que ela fica inquieta e morde o lábio.
— Por que você não tira a mão do bolso? — perguntei baixinho, me inclinando um pouco para perto dela. — Você não gosta do toque físico ou algo assim?
Sham abaixa a cabeça, sua franja caindo para frente do rosto, escondendo-a.
— Bem... Mais ou menos isso. — responde ela, hesitante. — Meio que acabou virando um hábito... É para eu evitar tocar nos outros e vice-versa.
Franzi o cenho, confuso e intrigado. Me sento num banco próximo e convido-a á sentar também. Timidamente, a ruiva senta ao meu lado e terminamos de comer o nosso sorvete em silêncio.
— Você... quer falar sobre isso? — indago num tom carinhoso e acolhedor.
Sham parece hesitar, insegura. O que aconteceu para ela estar assim? penso, preocupado. A garota respira fundo e responde lentamente, pousando ambas as mãos no joelho.
— Você... Sabe por que eu visto roupas fechadas?
Inclino a cabeça para o lado, ainda mais confuso.
— Não. — respondo. — Por que?
Vejo-a morder o lábio antes de continuar.
— É porque... Me sinto mais confortável assim. Para evitar ser tocada sem permissão. E... Não me sentir muito exposta... Nem chamar atenção...
— Para você?
Ela balança a cabeça.
— Para o meu corpo. — murmura Sham, mexendo no skate no chão com os pés. — Eu... não gosto dele...
— Que? Mas Sham! Você é muito bonita! — falo, indignado. Seu rosto cora intensamente e ela abaixa a cabeça. — E sobre o toque físico, — coloco seu cabelo atrás da orelha para eu ver melhor seu rosto. Ela morde o lábio e trava a mandíbula, estremecendo levemente quando meu dedo roça de maneira suave em sua orelha. — Não se preocupe, não deixarei ninguém assediá-la. E eu não irei fazer isso também, prometo.
Sham olha para mim, surpresa. Dou-lhe um sorriso tranquilo e acolhedor.
— E eu sei que você não confia em mim, mas será que pode me dar uma chance?
A garota olha para os próprios pés, pensando. Meu coração batia acelerado e nervoso. Eu queria muito que ela pudesse me dar uma chance. Queria muito ter aquela garota fofa, inteligente, gentil e bonita como ela.
Sham suspira e olha para mim com um sorri.
— Tudo bem. Só uma chance.
Um grande sorriso se forma em meu rosto e meus olhos se iluminam.
— Obrigada, Sham!
Timidamente, ela deita a cabeça em meu ombro. Acaricio suavemente seus cabelos.
— Então, tá pronta para ver a sua surpresa? — pergunto suavemente. Imediatamente, Sham levanta a cabeça, animada.
— Sim!
Me levanto e estendo a mão para ela. A garota ruiva hesita, olhando para minha mão, mas depois ela a segura e se levanta também. Comemoro internamente. Levo ela para uma biblioteca tranquila num canto do shopping em que poucas pessoas iam para lá.
Fico contente ao vê-la alegre e com um brilho de admiração e alegria nos olhos enquanto andava de estante em estante, vendo os livros e às vezes comentando sobre eles, quais leu e quais queria muito ler. A biblioteca era enorme e bem aconchegante, com vários banquinhos acolchoados e pufs para se sentar.
— Aqui é tão bonito! — diz Sham, olhando ao redor e sorrindo de orelha á orelha. — Tem tantos livros! É tudo tão calmo por aqui!
— Fique á vontade em pegar algum para ler. Não vamos sair nem tão cedo daqui. — falo á ela. Sham quase dá uns pulinhos de alegria, desaparecendo de minha vista por entre as estantes, os cabelos esvoaçantes. Rio baixinho e saio em sua procura.
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O Amor Destrói, O Amor Cura
Любовные романыDiferente das outras que fiz, essa história é baseado em mim, mas com algumas mudanças e um final inesperado e feliz, como eu queria. Assim como eu, a Sham é uma garota bissexual cheia de traumas de relacionamentos tóxicos e do bullying que sofria n...