"Vivemos em mundos completamente diferentes, mundos separados por um muro inquebrável. O seu é aquele das limusines, dos empregados, das compras na Dior... Você é milionária... E eu? Todo mês tenho que ter certeza de que tenho o suficiente para comp...
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Jennie estava terminando de se maquiar no banheiro quando ouviu um grito. Não foi assustador, pelo contrário, parecia que alguém gritava de alegria. Ela abriu a porta, apenas para congelar de espanto ao ver sua irmã mais velha, que geralmente era muito calma e reservada, pulando e rindo animadamente no corredor como uma criança alegre. Ao ver o rosto perplexo de Jennie, ela parou de correr por um momento e corou de vergonha, mas não durou muito.
— Acho que posso te dizer por que estou tão feliz: vou sair com a Rosé. — Ela explicou.
A boca de Jennie caiu ainda mais do que antes e ela ficou assim por vários segundos, até que seu choque finalmente passou.
— Oh meu Deus! Isso é incrível! Devo dizer que consigo ver vocês duas juntas, parabéns!
— Sim, eu juro que não estou dizendo isso apenas porque você é minha irmã. Vocês duas apenas... naturalmente se dão bem. E você sabe que raramente estou errada sobre essas coisas.
— Nunca se sabe, é apenas um encontro por enquanto... — Jisoo tentou ser cautelosa, mas seus olhos brilharam visivelmente.
— Estou lhe dizendo, será algo realmente ótimo. E estou muito feliz por você. — Jennie disse, um carinho genuíno em seus olhos. — Eu adoraria ouvir como tudo aconteceu, mas tenho que ir agora. Prometa que me contará tudo mais tarde.
— Claro. — Jisoo não conseguia parar de sorrir. — Espere, onde você está indo? — Uhm... estou indo ver uma amiga.
— Uma amiga?
— Sim. — Jennie desceu rapidamente as escadas, plenamente consciente de como isso não soava convincente porque ela estava toda arrumada e usando maquiagem pesada.
A verdade é que ela estava saindo para reencontrar Lisa. Após o encontro no parque, que terminou com elas fazendo sexo selvagem e apaixonado em um local público, Jennie jurou que seria a última vez, que isso nunca mais aconteceria. Mas hoje, uma única mensagem de texto de Lisa a fez esquecer esse juramento. Já era tarde da noite quando ela chegou ao restaurante onde Lisa trabalhava, aparentemente estava fechado, mas assim que ela se aproximou da porta a fechadura girou e a figura esbelta de Lisa apareceu na porta.
— Eu não pensei que você viria. — Ela disse, apertando os olhos e olhando a morena de cima a baixo.
— Nem eu. — Jennie respondeu, correndo para frente, e justamente quando a última palavra saiu de sua boca, ela jogou os braços em volta de Lisa e pressionou os lábios contra os da loira com tanta força que ambas cambalearam, mal conseguindo não cair, seus corpos estavam presos em um abraço apertado.
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Sentada em uma cadeira, com a cabeça recostada e a testa coberta de suor, Jennie soltou um suspiro profundo e olhou para o relógio de parede. Surpresa ao ver quão tarde era, ela percebeu que havia perdido completamente a noção do tempo. Não sem uma boa razão, seu cérebro simplesmente desligou enquanto ela desfrutava do sexo violento e intenso com Lisa durante a última hora.
— Me desamarre. — ela disse a tailandesa, que a princípio não quis obedecer, a visão impotente e completamente nua de Jennie com as mãos amarradas na cadeira era muito atraente. Mas vendo o quão séria a morena parecia, ela tirou as alças das mãos de Jennie.
— Eu não posso acreditar que você me amarrou.
— Você que me pediu para amarrar. — Lisa respondeu com um sorriso alegre.
— Nem me lembre. — Jennie lançou lhe um olhar frio e começou a se vestir, — E tire esse sorriso estúpido do rosto, é irritante. — Ela olhou para a tailandesa novamente. — Lisa, o que eu disse a você?
— O quê? Eu não estou mais sorrindo–
— Mas você está com essa expressão presunçosa! Você sabe que isso me dá nos nervos e faz isso de propósito!
— Perdoe-me princesa. — Lisa revirou os olhos. — Há mais alguma coisa em mim que te irrita muito? Talvez eu devesse parar de existir para que você possa viver em paz?
— Isso seria realmente uma ótima ideia. — O olhar de Jennie vagou pelo quarto, procurando por seu sutiã. Lisa o avistou no canto mais distante, o pegou e jogou para a morena.
— Então vamos fingir que não há nada acontecendo entre nós? — Lisa perguntou, cruzando os braços e encostando-se casualmente na parede. Ela estava tão gostosa vestida apenas com uma camisa e mostrando aquelas pernas longas e nuas que Jennie não pôde deixar de morder o lábio.
— O que há entre nós é algum tipo de... doença. — Ela disse, desviando o olhar de Lisa. — Quase não conversamos, a única coisa que temos em comum é apenas isso... sexo animal.
— Sexo animal?
— Você sabe o que quero dizer, não há nada de romântico nisso–
— Sim, nossa atração é apenas física, concordo, e daí?
— E além disso, sempre gira em torno de algum jogo estranho de poder e dominação... É assustador.
Lisa bufou e balançou a cabeça. — Por que você é assim? Pare de ser tão dura consigo mesma! Admita que você gosta e apenas aceite que gosta desse tipo de coisa excêntrica.
— Não, eu não gosto!
— Por que você continua mentindo para si mesma?
— Porque... é humilhante para mim, ok!? Por que você não entende isso!?
— Você sabe o que eu acho? — A irritação de Lisa cresceu rapidamente, conforme indicado pelo tom áspero de sua voz. — Que você é apenas uma covarde. E eu odeio covardes.
— Vá se ferrar! Essa foi a última vez, não vamos fazer isso nunca mais!
— Ok, só não volte para mim implorando por mais!
— Oh, pode ter certeza que não vou! Quem você pensa que é, afinal!? Aposto que você vai ficar chorando esperando eu te ligar!
— Continue sonhando!
— Estou dando o fora daqui e não quero ver você de novo! — Jennie correu furiosamente para a porta.
— Nem eu!
— Ótimo! — a morena bateu a porta e Lisa xingou a plenos pulmões, seu punho cerrado batendo na parede.
