★ Capítulo 30

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Durante a semana seguinte, o ataque à empresa dos Kim parou: os meios de comunicação começaram a reportar que se tratava apenas de uma campanha de difamação maliciosa e que a maioria das acusações eram completamente infundadas

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Durante a semana seguinte, o ataque à empresa dos Kim parou: os meios de comunicação começaram a reportar que se tratava apenas de uma campanha de difamação maliciosa e que a maioria das acusações eram completamente infundadas. O senhor Kim também foi inocentado de todas as suspeitas de evasão fiscal e seu valor de mercado voltou a subir. Mas por mais que Rosé estivesse feliz com o fato de seu plano ter funcionado e de Jisoo eventualmente poder fazer a terapia no Japão, ela ainda se sentia triste.

Por motivos óbvios: a ideia de ficar separada da Jisoo por um mês estava dando um nó no estômago dela. Elas aproveitaram ao máximo a última semana: elas se encontraram todos os dias, conversaram literalmente por horas e apenas aproveitavam o tempo juntas, às vezes com beijos doces e às vezes com lágrimas sendo derramadas. Mas mesmo assim, quando chegou o dia da partida da Jisoo, Rosé só conseguia pensar em não poder ver a namorada por um mês ou mais, dependendo de quanto tempo duraria a terapia.

Logo, ela estava deitada em sua cama olhando para o teto com um olhar desanimado quando ouviu um grito alto e o som do vidro quebrando no quarto ao lado. Levantando-se em um pulo, ela saiu e abriu a porta do quarto de Lisa.

— O que está acontecendo, o que diabos você está fazendo?

Lisa estava parada no meio do quarto, parecendo louca, ofegante, com olhos furiosos olhando para o abajur quebrado no chão.

— Você acabou de jogar sua luminária contra a parede? Merda, Lis, o que aconteceu?

— Nada.

— Pare com essa besteira, me diga.

— Eu... falei com a Jennie pelo telefone.

— Oh, eu entendo. Ela te contou sobre elas irem para o Japão?

Lisa assentiu, desamparada, procurando algo para socar.

— Escute, — Rosé colocou o braço em volta da loira. — A família inteira dela está indo, não é como se ela tivesse escolha–

— Claro que ela teve escolha! Ela é adulta, poderia ficar, mas aparentemente ela não quer! — Lisa gritou.

— Nós nunca tivemos a chance de conversar sobre isso, mas como você realmente se sente em relação a ela? — Rosé continuou com uma voz suave.

— Eu sinto que ela é uma intitulada vadia rica!

— Qual é, nós duas sabemos que não é assim que você realmente se sente. Sente-se, respire fundo e me diga a verdade. Você não quer que ela vá, quer?

— Eu não me importo!!! Ela pode ir até para a porra da Austrália se quiser!

— Você está sendo ridícula. — Rosé empurrou a tailandesa na cama, obrigando-a a se sentar, e depois sentou-se ao lado dela. — Como você pode não ver que a razão pela qual você está furiosa é precisamente porque você se importa com ela?

Lisa lançou-lhe um olhar tão zangado que Rosé instintivamente piscou os cílios, como se punhais imaginários estivessem voando em sua direção vindos dos olhos de Lisa.

— Então me diga, estar com ela, te deixa feliz? — Ela perguntou baixinho, acariciando o ombro de Lisa para acalmá-la.

Demorou um minuto inteiro até que Lisa respondesse, com a voz triste e resignada.

— Ela me deixa feliz e infeliz, eu nem entendo como isso funciona... estou tipo... apaixonada por ela. Ou até viciada. Nós enlouquecemos uma à outra..., da maneira mais maravilhosa e da pior maneira... e parece que não podemos nos impedir de fazer isso.

— Vou ser sincera com você, não é assim que um relacionamento saudável deveria ser... Mas se funcionar para vocês duas, quem sou eu para julgar? Ainda não entendi o que te irrita tanto nela, de onde vem isso mesmo?

— Eu também não sei, é como um instinto. Cada palavra ou gesto dela mexe com as coisas dentro de mim, fico brava até quando penso nela. Mas então — Lisa fez uma pausa, um pouco envergonhada — quando nós estamos juntas e estamos namorando, é como o paraíso absoluto, nunca senti nada assim na minha vida.

— Sabe, talvez ela não fosse embora se você pedisse para ela ficar–

— Oh, não, não, não! Eu não vou implorar a ela, sem chance, se ela quiser ir–

— Lisa — Rosé interrompeu. — Eu sei que a Jennie e você são muito orgulhosas..., ela não quer mostrar que se importa com você ficando e você não quer mostrar que se importa com ela pedindo para ela ficar. Mas às vezes em situações como essa, uma pessoa tem que engolir o orgulho e fazer a coisa certa.

— Esqueça.

— Vou para o aeroporto me despedir da Jisoo em três horas, Jennie estará lá também então você pode vir comigo se quiser.

— Não, obrigada. — Lisa balançou a cabeça e cruzou os braços, o queixo erguido orgulhosamente, mas um observador atento pode ver que por um momento seus olhos brilharam de lágrimas.

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— Como você está se sentindo? — Jisoo perguntou à irmã enquanto ambas terminavam de fazer as malas, preparando-se para partir para o aeroporto.

— Porque você está me perguntando isso? — Jennie se virou para ela, um pouco surpresa.

— Você sabe porquê.

— Não, eu não.

— Pare com essa bobagem, ok? Eu sei que vou sentir falta da Rosé, você está me dizendo que não está se sentindo nem um pouco triste por não poder ver a Lisa?

Jennie congelou, olhando hesitante para os olhos da irmã. Então ela engoliu em seco com dificuldade e gaguejou. — Talvez um pouco...

— Quero dizer, eu sei que você quer me apoiar e tudo mais, mas se quiser ficar então nem pense em mim, vou ficar bem, terei mamãe e papai comigo.

— Não. — Jennie exclamou com firmeza. — Eu simplesmente... não posso ficar só por causa dela. Além disso, ela teria dito algo se quisesse que eu ficasse.

Ugh, vocês duas são simplesmente impossíveis! — Jisoo olhou desesperada para o teto, balançando a cabeça. — Lisa provavelmente pensa o mesmo sobre você agora. Por que você está tornando as coisas tão difíceis para si mesma?

Vamos embora. — Jennie disse e até Jisoo ficou surpresa com quanta tristeza estava escondida nessa simples frase.

— Jen, você tem certeza? Tem certeza de que não vai se arrepender disso em algum dia?

— Vamos embora. — A morena repetiu automaticamente, pegando sua bagagem e saindo. Jisoo soltou um suspiro profundo enquanto olhava para a irmã, ela conhecia Jennie bem o suficiente para perceber que ela mal conseguia parar de chorar.


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