"Vivemos em mundos completamente diferentes, mundos separados por um muro inquebrável. O seu é aquele das limusines, dos empregados, das compras na Dior... Você é milionária... E eu? Todo mês tenho que ter certeza de que tenho o suficiente para comp...
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Jisoo claramente notou que desde domingo sua irmã estava nervosa e distraída. Algo claramente a estava incomodando, mas Jisoo sabia que não deveria pressioná-la, que Jennie iria até ela sozinha quando estivesse pronta para compartilhar seus problemas. Como ela sempre fez.
No jantar em família na noite de terça-feira, Jennie não estava comendo muito, ela pegou uma única uva, colocou no prato e distraidamente a cutucou com o garfo. Mesmo alguém tão desatenta como a Sra. Kim, percebeu que algo estava errado.
— Como estão suas notas, querida? Espero que você tenha passado no teste de matemática? — Ela perguntou.
— Minhas notas são tudo o que importa! — Jennie de repente cuspiu de raiva, fazendo Jisoo pular em sua cadeira. Ela observou perplexa como sua irmã jogou furiosamente o garfo no chão e saiu furiosa, deixando seus pais atordoados.
— Não se preocupem, vou falar com ela. — Jisoo os acalmou, imaginando qual poderia ser o motivo da aparente ansiedade de sua irmã.
Após o desabafo de sua irmã no jantar, Jisoo decidiu agir rapidamente, ela perguntou diretamente a Jennie o que a estava incomodando. Mas para sua surpresa, Jennie não quis conversar.
— Sinto muito, Chu, eu mesma tenho que lidar com meus problemas. — Ela simplesmente disse. Se Jisoo estava preocupada antes, depois dessa resposta ela ficou seriamente preocupada. Como nunca em sua vida Jennie se recusou a compartilhar seus problemas com ela, ela sempre esteve aberta para conversar até mesmo sobre as coisas mais pessoais ou íntimas.
— Tem certeza que não pode me contar? — Jisoo perguntou preocupada.
— Tenho certeza. — Jennie assentiu lentamente, mas sua irmã não queria desistir ainda.
— Isso tem algo a ver com essa estranha mudança de mente que você experimentou? Quando você estava no corpo da Lisa?
— O quê? Não! — Jennie negou veementemente e Jisoo percebeu que ela não estava mentindo.
Mas ela também notou um estremecimento breve e quase imperceptível no rosto de Jennie quando o nome de Lisa foi mencionado. — Então deve ser algo relacionado com a garota tailandesa. — Ela concluiu em sua mente. — Droga, elas discutiram de novo? — Ela se perguntou, sem nem mesmo saber o quão longe da verdade ela estava.
— Ok, não vou insistir, mas você pode falar comigo a qualquer hora, Jen. Você sabe que sempre vou te apoiar, seja o que for. — ela disse, deu um abraço lateral na irmã mais nova e esfregou suavemente seu ombro com a mão. Jennie agradeceu com o olhar, mas não disse mais nada, para grande decepção de Jisoo.
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Já era bem tarde da noite quando a irmã mais velha Kim, muito elegantemente vestida, saiu de casa em uma limusine e foi para o centro da cidade. O carro parou na entrada de um restaurante caro, Jisoo saiu e mostrou seu cartão para o homem bem vestido que estava na porta.
— Vou lhe mostrar a sala privada, Sra. Kim. Siga-me. — ele disse e eles entraram juntos. Logo depois, ele abriu a porta para ela e Jisoo entrou em uma sala grande e lindamente decorada com uma única mesa no meio. Um homem de meia idade vestindo um terno preto já estava sentado e olhava para ela com indisfarçável curiosidade.
— Boa noite, Sra. Kim. — Ele disse. — Por favor, sente-se.
— Boa noite. — Jisoo respondeu com firmeza, aproximou-se da mesa e sentou-se na cadeira. — É um prazer conhecê-lo, Sr. Yang.
Porque realmente era o chefe do crime de Seul, o — Senhor do Subterrâneo — sentado na frente dela. Durante os últimos dois dias, ela passou inúmeras horas tentando marcar um encontro com ele e depois de passar por muitos problemas, conseguiu enviar a ele uma mensagem, pedindo-lhe um encontro. Ele provavelmente concordou pensando que ela era apenas uma mensageira do pai milionário, mas Jisoo não se importou, o importante é que ela pudesse lhe fazer uma oferta, conforme o plano que ela preparou após ouvir a história de Rosé.
— Então, a que devo o prazer, Sra. Kim? Seu pai quer fazer negócios comigo? — Ele perguntou, bebendo champanhe.
— Na verdade, meu pai não sabe que estou aqui. — Ela respondeu, notando um breve brilho de surpresa em seus olhos. — Eu queria me encontrar com você por motivos pessoais.
— Devo dizer que estou intrigado.
— Me perdoe por ser franca, mas não quero tomar muito do seu tempo. — Jisoo disse, controlando perfeitamente sua voz, embora por dentro ela estivesse uma pilha de nervos. — Há algum tempo, uma empresa pertencente às famílias Park e Manoban pediu dinheiro emprestado a você. Quando eles não puderam pagar, você garantiu que eles fossem mandados para a prisão e ainda cobrou juros sobre a dívida deles, então, eu quero tirá-los da prisão o mais rápido possível e cancelar essa dívida. É claro que tenho algo em troca que certamente lhe interessará.
— Você é uma garota corajosa por fazer tal oferta, eu admito. — O Sr. Yang sorriu maliciosamente. — Mas eu não posso fazer isso. Não por causa do dinheiro, sou tão rico que a quantia que eles devem é insignificante para mim. Há outra razão. Veja, nenhum crime contra mim deve ficar impune, eu me tornei quem sou porque sempre me certifico de que as pessoas tenham medo de mim. Se eu deixar as coisas passarem, se eu perdoar, ninguém me respeitará. — Ele tomou outro longo gole de seu copo, saboreando o sabor. — Além disso, você provavelmente não tem nada de útil para mim.
O ritmo do coração de Jisoo acelerou enquanto ela pronunciava com falsa confiança.
— Aposto que posso lhe dar algo que você achará muito valioso, Sr. Yang. Eu sei a senha do computador do meu pai, sei onde os arquivos confidenciais da empresa estão armazenados. Enviarei a você todos os dados financeiros da empresa.
O chefe do crime inclinou a cabeça, olhando o rosto dela com atenção como um falcão, mas não respondeu.
— Tenho certeza que você percebe que esse tipo de informação pode lhe render muito dinheiro. — Ela acrescentou, tentando acalmar as batidas cada vez mais fortes em seu peito.
Após um breve momento de silêncio, o Sr. Yang, visivelmente divertido, perguntou:
— Por que você faria algo tão imprudente, você não percebe que está arriscando o futuro da empresa de seu pai?
— Tenho meus motivos.
— Hmm... — ele continuou olhando para ela, tentando entender seus motivos. — Sra. Kim, você provavelmente deveria saber que nunca sobreviveria no mundo dos negócios porque suas decisões são irracionais, provavelmente guiadas por emoções. É tolice e lamentável e tenho certeza que você se arrependerá algum dia. Mas eu realmente não me importo. — Ele bebeu o resto do champanhe. — Aceito sua oferta. Para cada mês que você me enviar os dados, a Sra. Park e a Sra. Manoban não terão que me pagar. E tentarei tirar os pais delas da prisão, mas não será fácil, pode levar algum tempo, provavelmente vários meses.
— Então temos um acordo. Você receberá o primeiro documento amanhã. — Jisoo disse secamente e se levantou, preparando-se para sair.
— Tem certeza de que não quer terminar seu champanhe? Estou pagando.
Jisoo pegou o copo com determinação brilhando em seus olhos e bebeu o copo de uma só vez.
— Prazer em fazer negócios com você, Sr. Yang — ela disse ao sair. Somente quando voltou para sua limusine ela se permitiu respirar aliviada.
