3. Azul

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Após um almoço tranquilo, ao som de uma música instrumental igualmente tranquila, Yoongi sentia que, mesmo com encontro indesejado da manhã, ainda seria um bom dia.
Ele pausou a música e pegou seu violão e se colocou a dedilhar algumas notas, criando uma canção em sua cabeça.
"Se não tivesse escolhido o caminho do sacerdócio talvez eu tivesse sido músico, de qualquer forma seria um voto de pobreza" ele pensava com um toque de humor ácido.

Ele tocava e pensava em todos os caminhos que poderia ter trilhado.
Será que seria casado?
Teria um filho, como seu amigo Namjoon?
Teria se apaixonado?

E a pergunta do moreno insolente da manhã lhe voltou a mente:
Ele teria caído em pecado?

Ele se levanta com um pouco de raiva e guarda seu violão.

"Não. Meu caminho sempre foi esse. O sacerdócio era a minha única opção. E eu recuso o pecado aceitando a Deus" ele dizia para si.

E então, ele decide tomar um banho.
Ficar debaixo do chuveiro ajudava a relaxar e era isso que Min precisava naquele momento, afinal, desde muito jovem já sabia qual caminho seguir.

Na adolescência Yoongi já conhecia Namjoon, poucos anos mais velho que ele.
Frequentavam o grupo jovem da igreja, que foi o lugar que Namjoon conheceu Nay, sua namorada e futura mãe de Jimin.
Yoongi era um adolescente normal, tirando o fato de não ter o menor interesse em nenhuma das meninas que se diziam apaixonadinhas por ele.
Namjoon ria do amigo e concordava que o destino dele era ser o próximo padre da pequena igreja e desde então o chamava de padre Min.

Com alguns meses de namoro, Namjoon contou ao amigo sobre sua primeira vez com a namorada e Yoongi passou horas em um sermão digno de um bispo sobre como aquilo era errado, que eram jovens, não eram casados e muitos outros argumentos fortemente baseados na bíblia.

Namjoon entendia esse lado do amigo, mas também achava que ele precisava viver a fase que estavam.

Yoongi tinha plena convicção que vivia plenamente sua adolescência, uma adolescência cristã.

Ao sair do banho, enviou uma mensagem para seu amigo o convidando para comer uma pizza.
Era uma segunda feira? Sim.
Mas Yoon resolveu que naquela segunda faria algo diferente.

Enquanto isso, Loki, ou Hoseok como havia escolhido, observava o baixinho de cabelos de neve da janela de sua casa novamente em formato de pássaro.
Não o observou em seu banho, não por respeito, mas porque o Padre havia fechado a porta.

Ele precisava se aproximar mais daquele ser humano.

E então teve uma ideia brilhante e a noite estava perfeita para seu plano.

Yoongi estava a caminho da pizzaria segurando seu guarda-chuva transparente quando notou um miadinho sofrego vindo de uma canto da calçada.

Ele se abaixou e ali viu um pequeno gatinho machucado.

Prontamente o pegou e, como não estava longe de casa, voltou.
Enviou uma mensagem para Namjoon avisando que se atrasaria alguns minutos, pegou algumas gases e um pouco de soro fisiológico e limpou os ferimentos do gatinho.
Colocou um pouco de água e fez uma cama improvisa para o pequeno:

- Fique aí quietinho, quando voltar trarei algo para você comer pequenino.

Fez um carinho singelo e seguiu para a pizzaria.

- Oi Padr...tio Yoongi.
- Oi Minie, oi Namjoon, desculpa o atraso.
- Sem problemas Yoon, a gente já pediu a pizza pra adiantar.
- Perfeito. Acabei tendo que voltar em casa porque achei um gatinho todo machucado no caminho, acredita? Não consegui deixar o bichinho lá, sozinho e na chuva, depois pode me passar o número do veterinário do Monie?
- Passo sim, sem problemas.

No coração de um DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora