Capítulo 8: A primeira missão

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Alessio, 18 de maio de 1749

O mês passou voando
E finalmente, chegou o grande dia!

Biron e eu fomos contratados para fazermos uma viagem de barco para o mercenário Jacke, levando uma encomenda destinada ao rei Hélio.
O reino dele compreende apenas o entorno de uma pequena península, e não é muito rico. Ouvi dizer também que este, o rei, é um governante bruto, ignorante, que não sabe administrar seu reino.

A população de lá as vezes vinha à Cidade Exterior dizendo que em sua localidade não existem serviços básicos de qualidade como saúde, e não são afetivos, digamos assim, mas o ritmo de viajantes tem diminuído nos últimos anos.

Conclusão: é um reino primitivo, por enquanto. Talvez a próxima geração seja melhor.

Sobre Lana, consegui que ela entrasse na tripulação da viagem. Ela me contou que nunca teve oportunidade de navegar como uma real tripulante, e essa negligência à ela vinha do fato de ser mulher.
Eu só consigo pensar na perda que essas tripulações tiveram ao não aceitá-la.

Lana é, literalmente, a mulher mais corajosa que já vi. E tenho certeza que isso não advém só de sua criação num batalhão. Isso é dela. Essa coragem e determinação são qualidades exclusivas dela.

No momento, estou me encaminhando para a doca, já vestido, com um Biron extremamente sonolento em meu encalço. Acordamos às 5 da manhã, para sairmos o mais cedo possível. A viagem vai ser um pouco longa, então prescisamos pegar o vento calmo do leste dessa hora.
- Não podia deixar eu dormir só mais cinco minuto? O Jacke nem tá na doca ainda! -protestou, encaixando ainda as peças de seu braço metálico;
- Não, não podia. Essa é a melhor hora pra zarpar, então temos que ir -respondi;
Ele resmungou algo, e continuamos nosso trajeto.

Chegando à doca, vejo nosso contratante, o senhorzinho gorducho e baixo de meia-idade que eu poderia imitar facilmente a voz rouca, sentado numa cadeira de balanço, quase cochilando.

- senhor Jacke... Jaacke... Chegamos pra viage- opa, quase caiu -falei, tentando acordá-lo, quando seu relógio de bolso quase caiu, visto a posição torta à qual ele estava na cadeira.
- an?...Oh, já chegaram jovens! -exclamou Jacke, acordando, recebendo-nos com um sorriso amarelo de dentes mal escovados;

Ele levantou-se com fervor, como se tomado de súbito um choque de energia matutina, e nos chamou para mostrar o barco.
Ele nos mostrou a cabine, os deques, as veleiras...

A Lana tá demorando muito...

Minutos depois, terminado o pequeno tuor, eu me encontrava preocupado com a morena ondulada, a qual eu avisei que viesse cedo. Ela sempre é pontual, eu não entendo...

- Alessio, o que há meu jovem? - Jacke chamou minha atenção;
- oh, eh, nada senhor - neguei minha preocupação.
- bom, mostrado o barco e dada as informações necessárias, só falta uma coisinha -disse o velho, levantando o dedo indicador - Quem será o capitão?;
- Eu serei senho-

- Eu serei a capitã, mercenário Jacke;

Me viro em direção ao som da voz feminina inconfundível, assim como os dois homens ao meu lado, e nos deparamos com uma Lana de pernas cruzadas, sentada no casco do estibordo em posse da minha -agora antiga- bandana de capitão.
Ela vestia suas roupas normais, porém com um espartilho mais resistente de couro, o cabelo preso em uma trança lateral, e armas por todo o corpo sinuoso.
O pedaço de tecido leve laranja escuro estampava o brasão de Navênia, e ao lado deste um falcão desenhado à costura por uma idosa costureira da cidade.
Aquelas bandanas antes eram usadas especificamente pelos capitães da Cidade Exterior, mas os rebeldes à usavam para infiltrar-se em nosso porto e saquear-nos.
Daí o falcão.

Amor em Navênia! (Honor of Kings)Onde histórias criam vida. Descubra agora