Biron, 20 de maio de 1749
Estamos desembarcando. Chegamos a pouco à doca do mercenário Jacke, já na Cidade Exterior.Ainda não estou desperto, odeio acordar de madrugada. Sinceramente, por que acordar antes mesmo do Sol? Se ele pode dormir até seis da manhã, por que eu não posso??
Ajustei os parafusos ou sei lá o que que sejam (quem manja dessas coisas de mecânica é o Alessio, não eu), do braço mecânico, já característico meu, de manhã cedo.
Suspiro pesado, erguendo outra caixa de mantimentos que não foram usados na viagem. Não faz muito tempo assim que perdi... Meu braço direito.
Me adaptei bem pras tarefas mais pesadas, mas... nunca mais escrevi uma carta.
Eu sinto saudade de conversar com meus pais. O jeito animado deles de zuarem da minha cara, me provocarem e, me amarem.Fico parado um pouco, com a caixa nas mãos. Abro um sorriso tímido e olho pro céu, lembrando dos olhos azuis de minha mãe.
- Vamos Biron! Não fique parado aí! - disse alguém, despertando-me dos meus pensamentos;
- Tá! - grito de volta;Solto o ar.
E vamos de volta ao trabalho!..._
Cara, a viagem era de três dias, pra quê tanto mantimento??
Eu já estava indo pra lá e pra cá com caixas e sacos à meia-hora!
Tá... Talvez não a esse tempo todo, mas faz um tempo já!
Estou cansado, minha respiração ofegante e acelerada, e acho que estou tremendo.
Olho para os lados ligeiramente, e encontro Mayene, saindo da embarcação sorrateiramente.- Mayene!! Oh, alaranjada! Me ajuda aqui! - gritei, vendo sua expressão de surpresa se transformar em raiva;
- Cala a boca! -gritou-me de volta;Oxe.
Arqueio uma sobrancelha, com dúvida.
- ah Mayene, o que está fazendo aí? Não te vi descarregando o barco. - Lana apareceu, sorrindo minimamente. - Um par de braços a mais ajudaria, você não acha?;
Eita, esse é o modo "tentando não surtar" da Lana.
Kkkk.
Ela não mudou muito nisso. E eu agradeço não estar no lugar da alaranjada.Esta última me da um olhar mortal, que eu facilmente teria receio. Engulo o seco.
Mas, valendo-me da distância entre nós, solto uma risada exagerada ao entender que tinha estragado seus planos de sair de fininho, e se livrar do trabalho.Lana colocou duas caixas nas mãos de Mayene, empilhadas, e caminha até mim.
- Toma. Sei que você ainda não comeu hoje. - e estendeu um embrulho;Solto os sacos que eu carregava. Pego o embrulho e, quando vejo dois sanduíches de bacon e ovos bem recheados, posso jurar que meus olhos brilharam.
- Ah Lana, você ainda sabe meu favorito! Muito obrigado! - declarei, animado, abraçando-a brevemente;Ela me retribui com um sorriso tímido, e eu abocanho a comida com vontade.
Não penso muito, o gosto me faz mastigar ferozmente.- assim que terminar, continue. Estamos perto de acabar. - disse a morena;
- Pode deixar! - falo, a boca cheia com um sorriso maroto desajeitado;Percebo o cara corpulento da tripulação de Jacke - Ethan, eu acho - se aproximar de Mayene, pegar uma das caixas de suas mãos e falar algo, que a faz corar levemente e emburrar-se depois.
Termino de comer tão rápido quanto comecei, lambendo os dedos da mão humana para tentar manter aquele gosto na boca.
Cara, que coisa boa é tu comer algo que você gosta.
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Amor em Navênia! (Honor of Kings)
FanficLana é uma mulher empoderada, criada em meio as armas e a justiça, em uma cidade litorânea cercada de navios e corsários. Ela tem uma vida tranquila, mas um passado um tanto conturbado. Oq ela fará quando reencontrar amigos antigos? Oq sentirá quand...