Capítulo 12: Entrega

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Lana, 19 de maio de 1749
Estamos chegando ao castelo. Após um tempo de caminhada e paradas para descanso, entramos na estrada principal, assim como Anne me explicou quando saímos.
Já passava do meio dia, talvez fossem três horas da tarde.

O caminho era largo e amplo, e ao longe, avistamos a construção alta de estilo neoclássico.
- Ahhh finalmente, pensei que nunca íamos chegar! - exclama Biron, a voz cansada;
- Você cansa mesmo com esse braço enorme de ferro? Ele não devia te dar tipo super-força ou algo assim? - questiona Mayene, que segurava a parte de trás da "cama de paus";

Eu estava no meio, ajudando Héstia, a garota negra. Ela é realmente adorável, e uma das mais fortes.
Vi uma sobrancelha do loiro arquear-se, e depois formar uma cara de incredulidade.
Ri baixo.

- de onde você tirou isso? Tenho que ter cuidado com pesos pra não quebrar as engrenagens e mais umas miudezas aqui, e eu tenho um braço humano sabia? Eu não sou uma máquina só porque tenho uma prótese. - advertiu - E olha o sol que tá aqui!

Todos rimos, mas com respeito à cena. Sabíamos que era verdade, mas a forma que ele falava fazia ser engraçado. Era a marca registrada desse meu amigo de infância.

Admiro-me com a disposição das moradias daqui. Elas são agrupadas em pequenas aldeias, não muito longe uma da outra, mas ficam bem distantes do litoral.

Chegamos ao jardim principal do Castelo. Sua estrutura era clássica, mas bonita: possuía uma fonte de água no centro, rodeada de arbustos podados, servindo como divisa para as duas estradas que se encontravam no fronte do edifício.

Inspiro profundamente, absorvendo o cheiro terno das flores por aqui. O aroma agradável quase me faz fechar os olhos, mas tenciono meu pescoço para continuar atenta.

Quando "estacionamos" à frente da grande portada de madeira, os dois guardas de plantão nos abordam.
- Quem vem lá?;

Ele aponta brevemente a espada, mas recua quando me aproximo. Dou ordem para abaixar a carga, e escuto suspiro de alívio e cansaço de meus companheiros.

Caminho até ficar na frente deles, e estendo o documento assinado que Jacke me dera como comprovação da carga.
- Sou Lana, capitã desta viagem que busca entregar uma carga destinada ao rei Hélio. Estamos aqui a mando contratado de Jacke, mercenário da Cidade Exterior de Navênia, e dono do transporte em que viajamos;

Eles examinam o documento, ainda em minha mão, e me olham desconfiados.
- O que tem nos baús?;
- a encomenda. - respondo, simples;
- e o que é a encomenda? - pergunta o guarda, cerrando os olhos para mim;

Sinto sua desconfiança. Ele me olha como se eu fosse uma criatura que deseja burlar a lei, como se ele fosse um caçador e eu uma presa atrevida.
Isso me enraivece, mas permaneço com minha moral.
Ponho a outra mão na cintura, já desimpaciente.
- Consta no documento que estou mostrando aos senhores que esta carga é privada, portanto não sabemos seu conteúdo. - olho diretamente nos olhos daquele que desafiou a pergunta, querendo mostrar-lhe minha veracidade. - Nossa missão foi unicamente entregar a encomenda senhor, peço que não faça mais perguntas;

A carranca do homem permanece, ainda mais acentuada, mas ele abre as portas para nós.
Adentro o local, observando o ambiente.

O salão em que estamos é grande, de cores neutras e vidraças nas paredes laterais.
Os outros estão atrás de mim.
Observo tudo com admiração, e aprecio as imagens na vidraça.
Elas representam a história do reino, provavelmente foram feitas com grande pompa.
Uma delas mostra uma garotinha de cabelos vermelhos, Anne. Lembro-me vagamente que ela foi dada como desaparecida na adolescência, e agora, suponho que tenha sido quando convocou os populares.
Marren's Eve era um reino pequeno com uma lenda. Uma princesa perdida.

Amor em Navênia! (Honor of Kings)Onde histórias criam vida. Descubra agora