— Senhorita lamento interromper...
A empregada denominada Cecília proferiu sentindo suas mãos tremerem ao ver sua senhorita submersa na banheira. Mesmo que a água estivesse gelada e batizada por sais de banho e hidratantes a pedeliana insistia em afundar seu corpo na água e desfrutar da calmaria ali presente enquanto sua criada nada podia fazer além de rezar para os céus que ela não estivesse pensando em cometer alguma loucura. Vez ou outra retirava apenas o topo da cabeça de dentro da água de modo que seu nariz pudesse puxar o ar sem problema.
Em todas essas vezes parecia pensativa e principalmente vazia.
— Meu irmão deseja me ver eu presumo. — A mais nova proferiu aparentando estar serena. Talvez fosse o silêncio, o cheiro de rosas ou até mesmo a água gelada beijando sua pele. — Eu gostaria de ficar mais um pouco.
— Devo dizer que irá recebê-lo pela manhã?
Ela fechou os olhos com força. Quanto mais rápido o recebesse mais rápido se livraria de sua curiosidade.
— Traga um roupão e... — Ela emergiu da banheira sentindo o frio causado pela água fria e pela falta de vestimentas a consumir. — Prepare um banho como este amanhã.
Cecília acenou com a cabeça mesmo que o ato não fizesse diferença.
Voltando para o quarto a criada vasculhou o guarda-roupa antes de escolher o roupão mais felpudo que tinha. Pelo canto de seu ombro conseguiu notar o herdeiro da família calmamente esperando em uma das cadeiras do quarto como se o tempo não fosse importante para si. Sua irmã poderia demorar o quanto quisesse, ainda assim ele a esperaria.
— Deseja tomar algo antes de dormir senhorita? — A criada questionou ao ajustar o roupão no corpo da jovem por meio da faixa que amarrava sua cintura.
— Chá.
Ainda que a indisposição lhe afligisse e seus pés doessem a herdeira pegou a única escova perto da banheira e tratou de pentear o próprio cabelo devido a ausência da criada. Em passos lentos e despreocupados a jovem caminhou em direção ao próprio quarto a procura de seu irmão. Apesar do semblante de desgosto bem estampado fez questão de se apossar da cadeira em frente a sua antes de cruzar os braços e esperar que ele proferisse algo.
— Eu sei a razão de estar aqui...
— Você está bem? — Ela franziu o cenho ao ser interrompida por tal pergunta.
Pela preocupação que seu rosto demonstrou ao desfazer aquela carranca pode jurar que ele ainda não estava satisfeito mesmo depois de ter examinado cada pedacinho de seu corpo após o recente acontecimento no baile. Ainda que uma jovem estivesse em estado grave por ter sido envenenada a poucos centímetros de onde Sylvia estava, não era motivo para tanta preocupação já que estava sã e salva.
Os olhos dourados bem expressivos, o punho fechado, os lábios pressionados...
Talvez ele estivesse se sentindo culpado?
— Se estiver se sentindo culpado pelo que aconteceu...
— Me refiro a Jeremy Agriche. — O pedeliano proferiu o que estava entalado em sua garganta desde o final da maldita festa. — Ele te ameaçou?
— Não.
— Desrespeitou?
— Não.
— Então o que diabos aquele desgraçado estava fazendo? — Se ao menos ela soubesse contaria a ele de bom grado e aproveitaria para pedir que se livrasse do herdeiro da família rival, mesmo que seu irmão não fosse habilidoso o suficiente.
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Flor do inferno ━ The way to protect the female lead's older brother
Romance❝Eu acidentalmente possuí alguém em uma novel de harém reverso + 19. O problema é que eu me tornei Sylvia Pedelian, a irmã mais nova do protagonista que terá um final trágico após ser sequestrado pelo patriarca de Agriche. Sequestro, aprisionament...