2 - É ela apenas!

7 0 0
                                    

Hae-jin

-Amy, você bebeu duas garrafas de Soju de uma vez e quer apostar corrida? - Conheci a mulher mais maluca de toda a minha vida há seis meses. Quando a vi no estúdio, jamais imaginei o quão apocalíptica a Amy poderia ser. - Tae, pelo amor de Deus, pega ela! - Grito para o meu amigo, que ri enquanto ela corre cambaleando, claramente bêbada. Nos tornamos amigos muito próximos, o que ajuda nas gravações. Vejo uma Amy mais solta e segura; ela costuma dizer que eu e o Tae somos mais do que fãs dela, somos os melhores amigos. Nem mesmo Augusto, que é meu agente e consegue ser o mais chato de todos, fica me falando o que devo ou não fazer. Acho que é puro ciúmes de mim e do Tae.

-Volta aqui, bebum! - Tae grita, e ela cai no chão logo em seguida. Meu sorriso desaparece, e eu corro com meu amigo até ela. Amy está deitada no chão rindo.

-Assustei vocês.

-Amy! - Gritamos em coro, e meu amigo a pega, colocando-a nas costas.

Preciso expressar meus sentimentos e dizer que estou cada dia mais encantado com a Amy. É como se eu estivesse me apaixonando aos poucos e me condenando ao mesmo tempo. O sorriso de Tae quando ela está por perto não me deixa desconfiado, só me enche de certezas. Meu amigo também está apaixonado!

-Tae- ela mal fala o nome dele e deita a cabeça no ombro dele.

-Fala bebum.

-Você é altão, né? - ele ri - e balança tudo, o cavalinho! - solto uma risada, mas meu coração está cheio de ciúmes dessa cena.

-Você vai vomitar Amy- ele fala em tom de preocupação.

-Amy, Soju não é água, meu bem - falo devagar - a gente ia te apresentar a bebida, e você virou achando que era suco de uva.

-E pior - Tae a coloca nas costas - disse que não ficava bêbada fácil.

-Quer me dar ela?- ofereço minhas costas e meu amigo nega.

-Eu amo vocês - ela chora, apertando o pescoço do meu amigo - nunca tive amigos homens, e vocês são tudo pra mim - chora mais, e a gente ri do jeitinho dela.

-A gente ama você também Amyzinha- falo de volta.

-Como se diz "eu te amo" em italiano? - Tae solta uma gargalhada, e eu não seguro o riso - vocês são italianos ou tailandeses? - ela mal raciocina, e eu me acabo de rir.

-Nossa, meu bem, você foi bem perto - Tae zomba - coreano, Amy.

-Isso que eu quis dizer - ela completa - como se diz "eu te amo" em coreano?

-Vai se declarar para alguém? - arqueio a sobrancelha, e Tae torna seu semblante vazio.

-Quero falar para vocês que amo vocês em itailandês.

-Meu Deus Amy- Tae ri.

-Saranghae- falamos em coro.

-Saraaanhanme?- ela mal fala palavras simples e quer aprender coreano.

-Saran-ghae- falo pausado e ela me olha quase sem forças.

-Saraaam... - ela enrola a língua - cansei, quero vomitar - Tae a coloca depressa no chão, e eu me aproximo, levando-a para um canto com grama. Ela agacha e vomita, Tae segura seu cabelo, e mesmo que eu fosse fazer isso, ele não me dá tempo. Agacho ao lado dela, segurando sua mão e afagando suas costas.

-Está tudo bem? - ela assente e volta a chorar. - Eu a carrego até a casa dela, Tae - ele assente e me ajuda a colocar a Amy nas minhas costas.

A ideia era os três beberem, por isso não fomos de carro, mas ela resolveu ficar muito bêbada antes, e fomos sensatos em não beber muito e cuidar dela.

Assim que abro a porta da sala dela, eu e Tae, por costume, tiramos os sapatos na porta. Ele me ajuda a fazer isso, e Amy vem dormindo desde que a peguei nas costas. Eu e meu amigo viemos em silêncio e, com certeza, aprofundando-nos em pensamentos sobre ela.

-Vou colocá-la na cama; acho que podemos ficar por aqui e amanhã fazer uma sopa de ressaca para ela - Tae assente.

-Eu te ajudo - ele se dirige até o quarto e me ajuda a colocar Amy na cama. Seu quarto tem várias prateleiras, com fotos da família, Samantha e de um cachorro Golden Retriever que está ao lado de uma mini Amy. Mesmo tendo várias coisas delicadas, suas roupas jogadas no chão e as gavetas do closet mal fechadas são iminentes nesse cenário meio caótico. - Bagunceira não só no set - Tae comenta rindo e pega o quadro dela pequena com o Golden. - Ela sempre foi linda, né?

-Hum - falo de boca fechada. Ajeito ela na cama e a cubro, ela está dormindo tão pesadamente que nem parece a maluca de minutos atrás - Vamos para a sala? - tomo coragem para fazer o que estou me remoendo, ele assente e segue até o cômodo, vou atrás e me sento no sofá. - Posso te fazer uma pergunta? - ele se senta ao meu lado e me encara.

-Sim, Hae, estou apaixonado pela Amy - ele sabia o que eu ia falar - e eu juro que estou lutando contra. Sei que você também está e ela possivelmente por você - engulo seco lembrando da nossa primeira cena de beijo. Eu não me segurei, estávamos em tanta sintonia que eu senti que ela também queria que fosse verdade. - Eu queria ser sincero desde o início. Não vou mentir e nem florear. Se ela demonstrar interesse por mim, eu vou lutar por ela. Se for você, como eu tenho certeza que é, eu vou respeitar.

-Não quero que você se machuque, mas, não quero me machucar. Sabe como foi ruim pra mim quando perdi a Aera - ele assente - eu juro que não queria me apaixonar pela mesma mulher que você.

-E você acha que eu queria? - ele ri - o problema é termos o mesmo gosto e gostar daquela apocalíptica bagunceira e bêbada que está roncando feito um caminhão - percebo seu ronco e dou uma risada alta. - Não quero perder a sua amizade, Hyung. - ele me abraça forte, e eu retribuo.

-Muito menos eu, você é muito importante na minha vida! Quero envelhecer batendo na sua cabeça- dou um soquinho no meio do cabelo e ele me encara nervoso.

-Aigoo, não se aproveita da sua idade não, aqui em Toronto eu te quebro- dou uma risada e ele me abraça de volta.

Confesso que tenho medo do que pode acontecer.

Um ator para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora