O propósito de Deus: Nós

☆ capítulo 7 ☆

Agatha Silva

Eu havia acordado meia estressada. Com o cabelo feio, molenga, anemica e etc. Sem paciência pra nada. Não vou mentir que ontem foi legal e divertido. Eu não gosto do Arthur, mas pelo que eu vi ontem, acho que pode nascer uma amizade.

Escovei meus dentes, escovei o cabelo e vesti o uniforme e finalmente fui pra escola. Chegando lá ninguém tava no clima de segunda feira. Todos com preguiça. Principalmente os professores.

- Agatha? - diz o profesor James.

- sim? - respondo.

- o trabalho de espanhol? Você fez? - ele me olha surpreso.

- então, aconteceram alguns imprevistos que não puderam ter sido evitados. Se importa se eu entregar na sexta? - digo sorrindo sem graça.

- não vou dizer que essa sua atitude me surpreende. Nunca tivemos problemas do tipo. Espero que algo não tenha tirado seu foco. - diz ele voltando a dar aula.

- ta de brincadeira. - bufo e penso comigo mesma.

Tudo isso não teria acontecido se Arthur não tivesse destruído meu trabalho. Mas já que ele se ofereceu pra me ajudar. Porque não?

~ Arthur ~ (whatzapp)

[ me encontra no pátio, assim
que bater o sinal]

[Ok, sem problema]

☆☆☆

Arthur

Eu não faço ideia do que a Agatha quer falar comigo. Mas deve ser importante já que ela me mandou uma mensagem. Só espero que eu não leve mais nenhum esporro dela.

Assim que bate o sinal eu vou direto pro pátio e fico a espera dela. Ela demora uns 2 a 5 minutos pra aparecer.

- eai, o que era tão urgente que não poderia ser adiado? - sorrio.

- você é pontual, gostei. - ela sorri de volta o que acaba fazendo com que as covinhas dela apareça.

- quer ir pra um lugar silencioso, fora daqui? - indico a biblioteca.

- pode ser. - ela me acompanha.

Chegando na biblioteca só tinha nós dois. Tava complemente vazio.

- você disse que poderia fazer meu trabalho de espanhol. Eu vim cobrar a dívida. - diz ela.

- ah, eu achei...- fico confuso.

- que te chamei porque queria ser sua amiga? Não, isso eu nunca vou ser. Fui gentil ontem por conta que seus pais são amigos dos meus tios. Mas isso não anula e nem interfere no que a gente é, e que nunca vamos ser. - ela diz séria.

- pode ficar tranquila, não vou confundir as coisas. Até porque, como poderíamos ser amigos? - dou de ombros.

- o que quer dizer com isso? Espero que não esteja dizendo que sou uma péssima amiga, né? - ela me pressiona com os olhos.

- né. - dou um sorriso fraco e começo a procurar cartolina  e coisas pro trabalho. - qual o tema do seu trabalho?

- Não gosto que me ignorem, acho que você não sabe disso. - ela cruza os braços.

- beleza, esse é o tema do trabalho? - eu aponto pro papel do tema que tá na minha mochila.

- é sim. Mas você ouviu o que eu disse? - ela insiste em chamar a minha atenção e aquilo parecia fofo.

- então eu levo pra casa e te entrego amanhã, ok? - digo indo embora.

- o que? Mas você nem sabe que dia é pra entregar. Preciso urgentemente. - ela diz emburrada.

- sei que o professor James, de espanhol, só tem aula na segunda e na sexta no segundo ano, então, eu tenho até 00:00 de quinta feira pra te entregar esse trabalho. - pisco e saio.

- Não gosto que pisquem pra mim. - diz ela gritando no fundo.

A

ff. A Agatha tem que aprender a ser um pouco mais gentil. Eu tenho tentando fazer trégua o máximo possível mas parece que ela não dá bandeira branca. E eu não entendo. Desde que cheguei ela não para de me humilhar. Eu não vou mais suportar isso.

Se bem que ainda tenho esse trabalho pra entregar ela.

☆☆☆

Chegando em casa eu tomo um banho, almoço e leio a bíblia no meu quarto e faço meu devocional.

- filho? - diz minha mãe batendo na porta.

- oi? Tudo bem? - digo largando tudo que eu estava fazendo no momento.

- eu só vim saber as novidades. Tá todo concentrando. - diz ela sentando na minha cama.

- Você quer saber da Agatha né? - dou de ombros.

- nossa, pela sua cara parece que ontem não foi uma boa ideia. - ela cruza os braços.

- Não é isso. Ela só é uma menina complicada de se entender. Não a conheço bem e parece que ela não tá interessada em me conhecer. - suspiro.

- em toda minha vida nunca vi uma menina rejeitar sua amizade. - ela dá gargalhadas. - talvez ela só precise te conhecer mais. Seja paciente. Mas se ela estrapoloar os limites, não insista. - minha mãe passa a mão nos meus cabelos.

- legal, obrigado pelo conselho. - sorrio.

- meu amor, eu sinto muito por acabar com sua vida social. - ela me abraça.

- mãe, sei que eu queria muito ficar nos Estados Unidos, mas tô vendo que isso foi o melhor pra gente. - sorrio e ela sai.

Começo a dar início ao trabalho da Agatha. Pois parece que é um trabalho difícil. E eu ainda tenho que ir pro culto hoje.